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CHARLES DARWIN

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Por:   •  25/5/2014  •  1.292 Palavras (6 Páginas)  •  719 Visualizações

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Resumo

O objetivo desse trabalho é analisar como a analogia da “Árvore da Vida”, desenvolvida por Charles Darwin na obra A Origem das Espécies, é abordada em alguns dos livros didáticos de Biologia utilizados atualmente no Brasil. Faz uma breve explanação sobre o uso de analogias e metáforas no ensino e do seu papel como recurso cognitivo, destacando os estudos sobre seus usos em livros didáticos. Descreve e analisa a “árvore” de Darwin (2004), comparando-a com a forma como aparece no material pesquisado. Foram analisados textos, exercícios e ilustrações em 07 livros de Biologia para alunos de 15 a 17 anos. A pesquisa indica uma abordagem não sistemática dessa analogia e, ao mesmo tempo, mostra pouca semelhança entre a Árvore da Vida original e as apresentadas no material estudado. Propõe ainda cautela ao se trabalhar com analogias em livros didáticos, para evitar o desenvolvimento de obstáculos epistemológicos.

Palavras-chave: Analogias, Metáforas, Livro didático, Árvore da Vida, Ensino de Biologia

I- INTRODUÇÃO

Comuns na prática do educador, os livros didáticos podem direcionar o trabalho em sala de aula e servir de referência tanto para professores quanto para alunos. Segundo SILVA e TRIVELATO (1999), eles são muitas vezes utilizados como o principal material curricular no ensino de Ciências tornando-se, habitualmente, os únicos veículos de aprendizagem.

Portanto, é importante que tais instrumentos apresentem aspectos instigadores e que favoreçam o desenvolvimento do raciocínio e a construção da aprendizagem. A linguagem utilizada em textos e exercícios, assim como as ilustrações, merecem especial atenção pois, por meio de suas análises, idéias serão elaboradas e assimiladas pelos discentes.

Trabalhos já realizados por vários pesquisadores, como CURTIS e REIGELUTH (1984), GLYNN (1989), THIELE e TREAGUST (1995), MONTEIRO e JUSTI (2001) e NEWTON (2003), indicam a presença constante de analogias e metáforas nos livros didáticos, porém sem que as mesmas recebam uma abordagem metodológica específica.

Segundo ABBAGNANO (1999), a analogia possui um sentido de extensão provável do conhecimento, mediante o uso de semelhanças genéricas que se podem estabelecer entre situações diversas. Para MACHADO (1992), a metáfora consiste em dar a uma coisa o nome de outra, produzindo-se uma transferência de significado a partir de uma analogia ou semelhança entre estas coisas. Consideramos que as analogias podem ser caracterizadas como comparações explícitas entre dois domínios distintos, e as metáforas como comparações implícitas, estando ambas amplamente presentes na linguagem, seja ela cotidiana, científica ou didática.

Assim, a expressão “João é um leão” é uma metáfora, pois não deixa claro o aspecto comparativo, que assume um caráter interpretativo. Já a frase “João é forte como um leão” esclarece esse aspecto: a grande força de ambos. Trata-se, portanto, de uma analogia.

Nas últimas três décadas, a utilização de A&M no processo de ensino-aprendizagem tem sido amplamente estudada. Trabalhos como os de CACHAPUZ (1989), DUIT (1991) e DAGHER (1995) demonstram que o pensamento analógico se mostra importante na assimilação dos conteúdos das ciências. Nesse aspecto, as mesmas podem significar uma expansão das perspectivas cognitivas, facilitando os procedimentos heurísticos.

No entanto, BACHELARD (1996 ), na obra A Formação do Espírito Científico, afirma que as analogias e metáforas, quando não usadas corretamente, acarretariam em obstáculos à formação do conhecimento em ciência. Na questão educacional, ele introduz a noção de obstáculo epistemológico, derivada das mesmas barreiras ao conhecimento científico.

Na educação formal brasileira, as idéias inovadoras de Charles Darwin contidas em A Origem das Espécies não passam despercebidas, integrando o conteúdo de Biologia ministrado em sala de aula e abordado pelos livros didáticos nacionais. Nessa obra, alcança destaque a representação das afinidades evolutivas existentes entre os seres vivos por meio de relações com as estruturas morfológicas de uma “árvore”, que o autor chamou de Tree of Life .

Dessa forma, esse trabalho busca analisar como essa “árvore” é apresentada em alguns livros didáticos de Biologia disponíveis no mercado brasileiro, a fim de contribuir para um melhor entendimento sobre o uso de analogias e metáforas em materiais didáticos.

II- ANALOGIAS E METÁFORAS NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

Segundo os autores HARRISON e TREAGUST (1994), desde o início da história registrada, as analogias têm sido usadas por crianças e adultos na construção de conceitos científicos. Da mesma forma, vários autores fazem referência à sua potencialidade para facilitar a compreensão desses conceitos. De acordo com BORGES (1997), somente podemos aprender o novo em termos do que já conhecemos, sendo as explicações tentativas de compreender algo não familiar em função de coisas com as quais já estamos habituados, isto é, por meio de analogias.

Dentro desse aspecto, para DUIT e GLYNN, citados por QUEIROZ et al. (2001), aprender um modelo significa entender as relações analógicas estabelecidas por ele, sendo que as aprendizagens de seu papel e de sua natureza são criticamente importantes

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