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COMO PODEMOS COMPREENDER A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA CONTEMPORANEIDADE A PARTIR DE UMA LEITURA DA OBRA “REGRAS PARA DIREÇÃO DO ESPIRITO” DE RENE DESCARTES?

Por:   •  27/5/2019  •  Ensaio  •  2.246 Palavras (9 Páginas)  •  238 Visualizações

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COMO PODEMOS COMPREENDER A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA CONTEMPORANEIDADE A PARTIR DE UMA LEITURA DA OBRA “REGRAS PARA DIREÇÃO DO ESPIRITO” DE RENE DESCARTES?

Thiago Rafael de Oliveira Costa[1]

Ensaio[2]

Introdução:

Neste presente ensaio será apresentado um pouco do pensamento de Descarte dentro da obra “Regras para a direção do espirito”, e além disso, iremos abordar um pouco sobre a inteligência artificial em nossa contemporaneidade. Seria possível então essa compreensão levando em consideração a evolução da inteligência humana e ao lado desta o surgimento da inteligência artificial a partir desta obra de Descartes?

A obra nos mostra que o homem é capaz de chegar a uma verdade através da dedução ou intuição, visto que somos inteligentes através de nossa autonomia, em quanto que uma máquina não, pois a mesma não tem métodos próprios já que é programada para fazer algo. E Descartes nos ajuda a compreender melhor isso.

Apresentar o pensamento de Descartes dentro da obra Regras para a Direção do Espirito.

René Descartes, é considerado um dos fundadores da filosofia moderna. Nasceu em 1596 em Haia na França, e faleceu em 1650 em Estocolmo. Estudou Matemática, Física e filosofia, e além de ser considerado um dos fundadores da filosofia moderna também tem como destaque, à criação do sistema baseado no sujeito do conhecimento da ciência para fundamentar o mundo representado, visto que, para Descartes, a ideia de verdade está intrinsecamente relacionada ao método. Na obra “Regras para a Direção do Espírito” – da qual estou me baseando para construir este ensaio – Descartes nos revela a capacidade pratica que a filosofia tem no sentido de que busca pela verdade, visto que a mesma é uma tentativa de garantia do conhecimento com vistas à boa condução para a vida.

O livro é composto por vinte e uma regras, e as mesmas nos mostram que o método, a intuição e a dedução são as únicas formas de se alcançar um conhecimento, e que dessa forma, Descartes sugere que devemos treinar nosso espírito para saber intuir cada coisa particular e deduzir umas das outras, utilizando todos os recursos do entendimento, da imaginação, dos sentidos e da memória, e também diz que, se deve estudar o que intuímos claramente para chegarmos à certeza, e não aquilo que suspeitamos, sob pena de não se adquirir a ciência. Mesmo que a verdade não se mostre como sendo totalmente evidente, pode ser deduzida por princípios verdadeiros já apreendidos pela intuição, por meio de um movimento contínuo e ininterrupto de pensamento, assim, se desconhecemos etapas de um saber, é possível, através da dedução, que esse se torne evidente por meio da sequência das outras verdades que estão ligadas a esse3.

O método proposto por Descartes se apoia em duas premissas fundamentais, quais sejam, a de que não se pode tomar o falso pelo verdadeiro e nem aplicar as regras como princípios simples com o único fim de atingir a ciência. Esses preceitos revelam o caminho para o conhecimento seguro e devem ser estritamente obedecidos para não incorrer em erros, e considerando as premissas supracitadas, percebe-se o valor fundamental do método, posto que este permite uma explicação coerente da utilização do intelecto e da forma de se encontrar deduções para todas as coisas. A ordenação deve sempre se iniciar das proposições mais simples para as mais complexas, e que deste modo, serão consideradas asserções simples tudo aquilo que contempla e conserva a natureza das coisas, e para diferenciá-las das complexas e prosseguir ordenadamente, visto que se deduza uma verdade da outra.

“Mas se o método nos dá uma explicação perfeita do uso da intuição intelectual para não cairmos no erro contrário à verdade, e do meio de encontrar deduções para chegar ao conhecimento de tudo, parece-me que nada mais se exige para ele ser completo, já que nenhuma ciência se pode adquirir a não ser pela intuição intelectual ou pela dedução” (Descartes. Regras para a direção do espirito, p. 8)

Na obra Descartes classifica as coisas em absoluta e relativa. Absoluta seriam as coisas que contém em si uma natureza pura e simples sobre a qual versa uma questão, já as relativas são aquelas que tem a mesma natureza ou pelo menos um de seus elementos em participação, em virtude daquilo que se pode reportar ao absoluto e dele deduzi-lo, construindo uma série. Assim, é possível concluir que poucas são as coisas simples na natureza e que se podem acessar pela intuição imediata, e que logo, a dedução deve ser utilizada para evoluir progressivamente das coisas simples às complexas. Essa forma de se buscar o conhecimento de forma contínua e sem interrupção nos leva a ventilar a ideia de que se deve atrelar o pensamento das coisas relacionadas ao o nosso propósito e reuni-las em uma enumeração suficiente e ordenada, já que essa acepção de enumeração tem um caráter indutivo.

Ademais, entende que a enumeração suficiente ou indução corresponde somente àquelas que nos oferta a verdade em sua conclusão com mais certeza do que qualquer outro gênero de prova, exceto a simples intuição. A enumeração ou indução corresponde a um meio satisfatório de assegurar o conhecimento, pois com ela se obtém facilmente, partindo-se de uma ordem bem estabelecida, um conjunto de tarefas que pareciam tortuosas a priori. Para ilustrar seu raciocínio, o autor faz alusão à geometria, no sentido de que, quando se calcula o perímetro de um único círculo, tal resultado pode ser aplicado aos outros círculos iguais, sem que seja necessário se repetir o procedimento novamente.

O método para Descartes significa a ordem e disposição das coisas, para as quais é necessário dirigir toda agudeza do espírito para se chegar à verdade. Isso ocorreria sempre que, do espírito, diminuirmos progressivamente os problemas complicados e obscuros a outros mais simples, e, partindo destes, tentar elevar o grau de conhecimento de todas as outras coisas. Assim, deduzindo umas verdades de outras, seria possível distinguir as coisas simples das mais complexas e prosseguir ordenadamente na investigação. O autor ainda aponta que se existem algumas coisas que nossa cognição não consegue intuir de forma adequada, são nestas que devemos concentrar nossos esforços, no sentido de que se estude até enxergá-las de forma clara. Na busca do conhecimento científico verdadeiro, o autor adverte que é necessário diligenciar toda a força do espírito para se obter clareza quanto ao modo verdadeiro das coisas intuídas. Assim, é preciso vincular-se nelas tempo necessário até enxergar a verdade por intuição, de tal maneira clara e distinta. Logo, a intuição intelectual e a dedução necessária são fundamentais para a consecução deste objetivo.

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