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Carta de Intenção

Por:   •  28/4/2023  •  Dissertação  •  14.363 Palavras (58 Páginas)  •  101 Visualizações

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Rio Branco, 20 de junho de 2022.

Gentil professor Manoel,

 Primeiramente, desejo-lhe sinceros raios teledinâmicos de luz e ternura para o íntimo do seu coração, bem como força e coragem para prosseguir firme e forte no processo de árdua ascensão na vida espírita, a qual segundo o Mestre Irineu, “é o reino da verdade, é a estrada do amor”. Segundamente, gostaria de afirmar que lhe sou muy grato pela abertura afável de escutar a mim, meus sonhos e projeções astrais. Nesta lógica amorável, vosmecê presentifica com os primores da gentileza, aquilo aludido na poesia de Mário Quintana, “ depois de anos de oratória, chegou a hora de  exercer a arte da escutatória”. Sou um aprendiz não só da vida que eu quero levar à moda de Belchior como também sou um estudante dessa bela arte insculpida em minh´ alma de sonhar-te, a escuta, a qual- aliás- foi alvo de uma das mais sublimes conferencias entre a humanidade e os seres divinos, mais precisamente, entre o Mestre Irineu e as estrelas, donde as mesmas o ensinaram: “ (...]as estrelas me disseram , ouve muito e falar pouco para poder compreender e conversar com seus caboclo”( hinos nº 75 , as estrelas).  Não negligencio a importância do diálogo para a convivência humana, todavia, o que tenho mais observado são monólogos, onde a tagarelice reina e ninguém ouve ninguém. Lembrei do grego- cínico Diógenes, quando perguntado se ele estava louco por estar conversando com as pedras ou por qual motivo estava conversando com elas? Donde ele teria respondido: estou apreendendo com o silêncio das pedras para lidar com a ignorância dos humanos. Em virtude disso- cinicamente à Diógenes- cada vez a mais procuro obter atenção plena mediante meditação e mergulho profundo no relax. Estou nessa busca ancestral: quem sou eu? Há três dias atrás no bairro Irineu Serra (Rio Branco-AC) – entrei em meditação com o Santo Daime e com os hinos do mestre. Ao entrar dentro do sagrado silêncio meditativo, uma melodia veio visitar-me: (...) no silêncio eu vou encontrar/ as respostas para o meu ser/ Fico com a paz da floresta / medito com ela para as provas eu vencer/ Arigatô de coração à arte da meditação/ Agradeço ao Buda, ao mestre , ao daime e ao sutra do coração/ Currupipipirar´gua/ Currupipipirar´gua/ Currupipipirar´gua...

Em face daquela lembrança grávida de paz de espírito sobrevoa pelo meu pensamento a palavra gratidão para dizer-lhe arigatô seinchô ( muito obrigado pela atenção, em sânscrito). Sou-lhe grato por trazer ao ritmo do pulsar coronário minhas memórias afetivas mais íntimas. A propósito, essa é mais uma das recomendações(inclusive, inscrita no astral) contida no hinário o Cruzeiro, do mundialmente honrado mestre Irineu, a saber: revela o hino nº 104 “sexta-feira Santa”: “(...)vou seguindo, vou seguindo os passos que Deus me dá/ a minha memória divina eu tenho que apresentar...“. Falando em arigatô seinchô, esse é o nome do hinário( conjunto dos hinos  musicados) que estamos tecendo inspirado tanto no saberes da floresta-sobretudo- nos pajés e no Santo Daime- quanto nos princípios da sabedoria oriental, desde o yoga até o budismo e taoísmo, tais como: estudo fino( instruções para compreender as dimensões refinadas e espirituais da doutrina da floresta), santosha ( contentamento), atmavichara( autoconhecimento)e ishavapranidhana( entrega total e absoluta a Deus). Neste Roubo da História  do Oriente, aproveito para agradecer, primeiramente, a Brahma pelo dom da vida;  ao Senhor Buda(principalmente as 4 nobres verdades e ao sutra das meritórias virtudes e dos votos originários do Buda da medicina da radiância do puro cristal, no qual ele ensina os paramitas como meios para atingir o estado buda); ao querido e saudoso professor Hermógenes, pioneiro do Hatha Yoga no Brasil ,cujos livros “Yoga para nervosos” e “ mergulho no relax” foram e continuam fundamentais para a busca de minha sanidade mental;  ao amadíssimo mestre Irineu que é o guardião do tesouro universal, um encantado Buda de amor ; e a monja Coen pelos seus ensinamentos budistas como mestra zen através dos quais apreendo um pouco não só através de  seus livros e palestras , mas também no mundo onírico. Pois, certa vez, tive o imenso prazer de sonhar com ela. Estava passeando de bike, daí atravessei uma ponte( metáfora para os paramitas budista) que dava para um belo parque. Ocorre que o parque de belíssimos jardins estava fechado, mas no mesmo momento em que pensei em contestar, estava chegando de bike, ela, reluzindo com seu sorriso cativante, a própria, a monja Coen. Antes de a monja chegar, a primeira vontade foi obedecer ao mal costume de re-clamar pelo fato de o parque está cerrado, mas a presença da monja retirou de minha mente àquele mau agouro e seu ser espírito era como um angúrio( flor sinômino de bem-estar e hospitalidade), logo, não podia incorrer no erro tão levantado por ela em seus estudos budistas, a saber: olhe para o lado bom das coisas, uma vez que as queixas , lamúrias, reclamações- não rara vez- além de não ajudar podem trazer rabugice. Daí em gasshô(mãos em prece) disse- lhe que era muito grato pelo seu papel de esclarecer a humanidade sobre a mente Buda, os quais tem ajudado muitas pessoas não só a suportar as provas e expiações deste mundo, mas também contribuído para o processo de iluminação do pensamento. Ela assentiu, tão fluida como uma água de fonte límpida mediante um sorriso simpático e uma risada baixinha causadora de blandícia e serenidade para o espírito. Ao nos despedirmos ela disse para mim: “Aquilo que você está buscando também está buscando por você”. Até hoje, medito nesta frase.     Pós – scriptum do mestre Irineu:   “(...) o sonhar é uma verdade igualmente a luz do dia...”). O que estou buscando é estudar o mestre e amá-lo de coração, pois um mistério ronda a floresta: o en-canto da “árvore sombreira” no seio da Amazônia Ocidental. Meu desejo intimo é anelar essas poéticas da natureza sagrada tecida entre Mestre Irineu e as aldeias da floresta. Continuo rogando que ele, em seu cândido amor, também venha com seu balsamo curativo confortar nossos corações. Parafraseio o Jung , quando perguntando se ele acreditava em Deus? O notável médico suíço respondeu: Eu sei. Raimundo Irineu Serra é o meu mestre amado, e por toda a minha vida eu sei que eu vou amá-lo...Assim concebi em meu primeiro hino musicado: (...) eu te amo meu Mestre Irineu/ arigatô seinchô para sempre vou te amar/ Te agradeço por todos os teus encantos no céu, na terra, na floresta até o mar/ Eu te amo Raimundo Irineu, arigatô sensei eternamente vou te amar.”

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