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Ciência Política

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Por:   •  17/3/2015  •  409 Palavras (2 Páginas)  •  133 Visualizações

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LIVRO I

A quem e o que dá a arte que chamamos de justiça? Ela é uma virtude especificamente humana. O homem justo é bom ou tolo? O justo é aquele que procura sempre levar vantagem no que faz?

A JUSTIÇA CONSISTE EM RESTITUIR A CADA UM O QUE LHE É DEVIDO; e, se por isso, alguém entender que o homem justo deve prejudicar os inimigos e ajudar os amigos, não é sábio quem expõe tais idéias. Pois a verdade é bem outra: que não é lícito fazer o mal a ninguém e em nenhuma ocasião.

Portanto, não penses que, procurando a justiça, coisa mais preciosa que grande quantidade de ouro, façamos totalmente concessões mútuas.

Julgas, por acaso, ser justo aos governantes e a outros que estão na posição de mais fortes, fazer o que lhes é mais vantajoso, em prejuízo dos governados ou dos mais fracos?

É verdade que, como pensa Trasímaco, o homem justo é em todos os lugares inferior ao injusto?

É evidente que nenhuma arte e nenhum comando ou governo provê o próprio benefício, mas, assegura e objetiva o interesse do mais fraco e não do mais forte.

Por isso, os homens de bem não querem governar nem pelas riquezas, nem pelas honras, porque não querem ser considerados mercenários. Por isso, tomar o poder de livre vontade, sem que a necessidade a isso obrigue, pode ser considerado vergonha e o maior castigo será ser governado por alguém pior do que nós, quando não queremos ser nós a governar. O governante autêntico não deve visar seu próprio interesse, mas ao do governado; é provável que esse homem lutasse para fugir do poder. Então a injustiça é a perversidade do caráter. O justo é sábio e bom. A justiça é, portanto, uma virtude e a injustiça, um vício da alma. Portanto, o justo é feliz e o injusto, infeliz.

LIVRO II

É importante, portanto, fazer uma comparação desses dois tipos de homens, ou seja, do mais justo e do mais injusto. O injusto comete e injustiça e ainda procura tirar dela a reputação de justo, através da eloqüência e das técnicas de convencimento. Assim, procura justificar seus crimes, usando, para isso, de violência, se necessário, ajudado por sua coragem, vigor, dinheiro, e amigos influentes.

Ao contrário, o justo, homem simples e generoso, quer, não parecer, mas ser bom. Contudo é preciso despojá-lo de tudo (fama, honrarias...) exceto da justiça, e fazer dele o oposto do anterior. Sua justiça, assim, será

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