Como Surgiu A Filosofia

UFF – Universidade Federal Fluminense

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Filosofia e Ética

1. Como surgiu a filosofia? Quais as diferenças entre o pensamento filosófico e o Mito?

A Filosofia surgiu de perguntas que já não obtinham respostas. A religião, as tradições e mitos, já não satisfaziam aos que interrogavam sobre as causas da mudança, da permanência, da repetição, da desaparição e do ressurgimento de todos os seres.

O mito precedeu a filosofia, é uma necessidade humana que tem sua origem no desejo de controlar o mundo, de superação do medo e da insegurança. É uma verdade intuitiva que não necessita de provas, porque está muito mais ligado à magia, ao desejo e ao querer que as coisas aconteçam de um determinado modo. O mito tranquiliza o homem dentro do mundo natural e estabelece modelos de atividades humanas.

O pensamento filosófico é, antes de tudo, uma forma de observar a realidade que procura pensar os acontecimentos além da sua aparência imediata. Ele pode se voltar para qualquer objeto: pode pensar sobre a ciência, seus valores e seus métodos; pode pensar sobre a religião, a arte; o próprio homem, em sua vida cotidiana.

2. Quais as teses que explicam o surgimento da filosofia, na Grécia? Qual delas é mais aceitável?

Sabedoria oriental – Sugere que a filosofia não passa de um produto oriental aperfeiçoado pelos gregos.

Milagre grego – Essa teoria acredita que a filosofia é um rompimento radical com o misticismo da época.

Processo gradual – A tese mais aceitável, pois é o mais logico. Procura apresentar uma hipótese mais verídica. Segundo ela a filosofia não é oriental e nem um milagre grego, mas o fruto de um processo gestado lentamente no seio da cultura grega.

3. Quais os fatores históricos que influenciaram o surgimento da filosofia?

As viagens marítimas –. As viagens produziram o desencantamento ou a desmistificação do mundo, que passou, assim, a exigir uma explicação sobre sua origem, explicação que o mito já não podia oferecer;

A construção do calendário – revelando, com isso, uma capacidade de abstração nova, ou uma percepção do tempo como algo natural e não como um poder divino incompreensível;

O uso de moeda – através das coisas concretas ou dos objetos concretos trocados por semelhança, mas uma troca abstrata, uma troca feita pelo cálculo do valor semelhante do Convite à Filosofia coisas diferentes, revelando, portanto, uma nova capacidade de abstração e de generalização;

A invenção da escrita alfabética - como a do calendário e a da moeda, revela o crescimento da capacidade de abstração e de generalização, uma vez que a escrita alfabética ou fonética supõe que não se represente uma imagem da coisa que está sendo dita, mas a ideia dela, o que dela se pensa e se transcreve;

A invenção da politica – A política, valorizando o humano, o pensamento, a discussão, a persuasão e a decisão racional, valorizou o pensamento racional e criou condições para que surgisse o discurso ou a palavra filosófica.