Conceito de filosofia

A palavra filosofia, cunhada por Pitágoras, significa: philo: amor/amizade e sophia: saber/sabedoria, ou seja, o amor pelo saber e a amizade pela sabedoria. A filosofia partiu de um processo epistemológico, onde os homens foram imbuídos pelo thauma (espanto, perplexidade, admiração). Os homens anteriores a filosofia baseava-se no mito para entender a realidade, embora o mito seja ingênuo, fantasioso e acrítico ele foi a primeira maneira do homem tentar explicar a realidade. Quando o homem começou a perceber a regularidade da natureza, a se espantar, ficar perplexo e admirado ele começou a questionar e assim ele inaugura a racionalidade, a até mesmo a própria filosofia. A filosofia exige parcimônia, paciência, dedicação, tempo e reflexão. A filosofia é aquela que busca o conhecimento e a verdade, ela não os detém.

O filósofo é aquele que tece uma reflexão entre o real e o irreal, aquele se debruça enfaticamente sobre as questões que lhe são postas. O saber filosófico está correlacionado a uma reflexão, esse saber é mais apurado. A reflexão neste contexto significa olhar nitidamente, reolhar, repensar, reavaliar, é o ato de mergulhar nas questões, buscar conhecer, isto é, refletir.

Diante da correria do dia a dia, da tecnologia rápida e da grande quantidade de informações as pessoas perderam um pouco a capacidade de reflexão. A tecnologia é de grande importância e relevância, mas ela também tem algo de irracional. Com a comodidade que ela proporciona e com a facilidade de conseguir informações e respostas as pessoas perderam o interesse em ler, refletir, questionar e apenas buscam a sabedoria rápida e rasa que a tecnologia lhes proporciona.

A reflexão filosófica é radical, rigorosa e de conjunto. É radical porque vai a raiz de todas as coisas, é rigorosa porque é metodologia e de conjunto porque dialoga com outras áreas do conhecimento.

Desde o início ainda nos filósofos da natureza (pré-socráticos) já se buscava a raiz de todas as coisas, no início do ato de filosofar buscava-se a arché de todas as coisas (princípio, origem e fundamento de todas as coisas) e isso se mantém até agora, por isso que a reflexão metodológica é radical, ela busca sua radicalidade enquanto raiz.

Além da reflexão filosófica ser radical, ela é rigorosa, ou seja, ela possui métodos, ela transcende a opinião, ela investiga e se aprofunda e não fica apenas na opinião. Ao contrário da filodoxia que seria o amor, a amizade pela opinião. A filosofia não nega a opinião, ele apenas não se pauta nela, ela dá um princípio para que se possa se aproximar e apropriar do conhecimento e da verdade, os questionamentos primários partem do senso comum.

E ela é de conjunto porque dialoga com todas as áreas de conhecimento porque o filosofo é aquele que busca a verdade e para busca-la ele deve dialogar com as outras áreas do conhecimento.

O homem é um ser que deseja conhecer, e é por esse desejo que ele é impulsionado. O que impulsiona o homem a conhecer é o thauma. Quando impulsionado ele é chamado a refletir, questionar e buscar o conhecimento. Atualmente quase não se tem o thauma, muitas das vezes somos acomodados e não nos surpreendemos, não nos espantamos e não ficamos perplexos, logo não somos levados a ter uma reflexão.