Edmund Husserl
Pesquisas Acadêmicas: Edmund Husserl. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: juzinhaas2 • 4/6/2014 • 1.091 Palavras (5 Páginas) • 335 Visualizações
Edmund Husserl nasceu em Prossnitz, na Morávia, no antigo Império Austríaco (hoje Prostejov, na República Checa), em 8 de abril de 1859, e morreu em Freiburg, em 27 de abril de 1938. A fim de completar seus estudos de matemática, iniciados nas universidades alemãs, foi, em 1884, para Viena, onde, sob a influência de Franz Brentano, descobriu sua vocação filosófica.
Em 1887, Husserl, que fora judeu, converteu-se à Igreja Luterana. Ensinou filosofia, como livre docente, em Halle, de 1887 a 1901; em Göttingen, de 1901 a 1918; e, em Freiburg, de 1918 a 1928, quando se aposentou.
Na raiz do pensamento de Husserl encontram-se as seguintes influências principais: Franz Brentano e, por seu intermédio, a tradição grega
e escolástica; Bolzano, Descartes, Leibniz, o empirismo inglês e o kantismo.
Origens da filosofia
Desde suas origens, observa Husserl, a filosofia pretendeu ser ciência estrita, satisfazendo às exigências teóricas mais rigorosas e permitindo uma vida regida por normas racionais. Jamais, no entanto, conseguiu justificar essas pretensões, embora a filosofia moderna, a partir de Descartes, seja essencialmente crítica, concentrando-se, cada vez mais, na investigação referente ao método.
O fruto desses esforços, no entanto, reduziu-se à fundação e à emancipação das ciências da natureza e do espírito, e de novas disciplinas, puramente matemáticas.
A filosofia, porém, que representa a irrecusável aspiração da humanidade a um saber puro e absoluto, ainda não se estruturou como verdadeira ciência. Kant costumava dizer que não se aprende a filosofia mas a filosofar, reconhecendo, assim, o caráter não científico da filosofia.
Para Husserl, a filosofia não é uma ciência imperfeita - simplesmente ainda não é uma ciência. Os supremos interesses da cultura humana, contudo, exigem a elaboração de uma filosofia estritamente científica, o que implica a crítica do naturalismo e do historicismo.
Crítica ao naturalismo
Toda ciência natural, observa Husserl, é ingênua em seu ponto de partida, inclusive a psicologia, na medida em que a psicologia é sempre psicofísica, implicando, tácita ou expressamente, a posição existencial da natureza física.
Tal ingenuidade consiste, por exemplo, em reduzir à experiência o método da ciência experimental, embora a ciência natural seja crítica a seu modo, quando concatena as experiências, as interpreta e articula com o pensamento, distinguindo entre experiências válidas e não válidas.
Essa crítica, contudo, não exclui a outra, que põe em questão a experiência em geral e o pensamento que resulta dessa experiência, pois os problemas inerentes à ciência natural, enquanto tal, não podem ser resolvidos pela própria ciência natural.
Assim, propondo-se investigar as relações da consciência com o ser em geral, a teoria do conhecimento deverá considerar o ser como correlato da consciência (ser lembrado, percebido, imaginado, desejado, etc.), procurando, ao mesmo tempo, determinar a essência da consciência.
Para Husserl, todo objeto, pré-científico ou científico, é um dado da consciência. Mas, como a estrutura da consciência é a "intencionalidade", quer dizer, como toda consciência é sempre "consciência de" alguma coisa, o estudo da essência da consciência inclui o estudo da significação e o da objetividade da consciência como tal.
A análise da consciência implica, assim, a clarificação das formas fundamentais da objetividade, enquanto correlatos intencionais da consciência. Tal análise, ou descrição, dá origem à fenomenologia da consciência, que não se confunde com a psicologia ou ciência natural da consciência.
Fenomenologia
A "redução fenomenológica", na expressão de Husserl, é o processo que consiste em pôr "entre parênteses" a existência dos conteúdos da consciência, ou das vivências, e também do eu, enquanto sujeito psicofísico ou suporte existencial da consciência, assim reduzida ao eu puro, ou transcendental.
Trata-se, portanto de se realizar uma redução "eidética", ou seja, reduzir as vivências à sua essência ("eidos"), objetos ideais que não se acham na mente (hipótese psicológica), nem no mundo platônico das idéias (hipótese metafísica), nem na inteligência divina (hipótese teológica). Tais objetos são ideais, são "significações", alheias ao tempo e ao espaço, de validade permanente.
Enquanto ciência, a fenomenologia é, assim, investigação de essências e de relações entre essências, quer dizer, a determinação
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