Edmund Pellegrino, médico E Filosofo Norte - Americano
Artigos Científicos: Edmund Pellegrino, médico E Filosofo Norte - Americano. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: JPJS • 12/11/2013 • 901 Palavras (4 Páginas) • 2.327 Visualizações
Edmund Pellegrino
O presente artigo foi escrito pelo simples fato de
considerarmos Edmund Pellegrino como a alma da moderna
Bioética Cristã no último século. Senão vejamos:
uma análise comparativa das diversas correntes bioéticas
existentes nos conduz, inevitavelmente, em face da
atual condição humana, em que impera a diversidade
moral, rumo à possibilidade de uma moralidade global,
usando-se a Bioética como sua heurística. Fomos acostumados
a reverenciar o pensamento clássico grego e
desacostumados a reverenciar o pensamento cristão que
o sucedeu, embora ele tenha sido, em grande parte, elaborado
pelos filósofos medievais e pela escolástica sobre
os dois grandes pilares pagãos do helenismo: Platão e
Aristóteles. A análise da moral de Sócrates – fundador
da ciência em geral e da ciência moral em particular –
deu origem ao pensamento que criou a ética e, portanto,
o modo como deveríamos conduzir nossa vida, continuamente
buscando a verdade por meio do diálogo, da
maiêutica e da reflexão, embora sua ética sofra da falta
de um conteúdo racional, pela ausência de uma metafísica:
a chamada “doutrina do intelectualismo moral”, ou
seja, ninguém que conhece o verdadeiro bem pode agir
mal, somente o ignorante; a felicidade deverá ser alcançada
mediante a virtude, seus pressupostos traçando o
itinerário que seria seguido por Platão e completado por
Aristóteles.
Após a fundação da filosofia grega, seguida pelo advento
do cristianismo, que dividiu o pensamento humano
em duas partes, antes e depois de Cristo, após o qual
surgiram notáveis pensadores, como Agostinho, Tomásde Aquino e todos os demais filósofos medievais, culminando
com Kant, os iluministas, os positivistas e os fenomenologistas,
surgiram as filosofias e psicologias sem
alma e religiões sem Deus1.
Em 1970, Potter deu início à Bioética, a ética da
vida, e dezenas de filosofias tentam justificá-la, surgindo,
então, o decantado principialismo, o casuísmo, as
éticas da responsabilidade, das virtudes, do caráter, a
ética do cuidar, a ética do direito, as éticas socialistas,
o absolutismo, o utilitarismo, o situacionismo, o
emotivismo, o existencialismo, o antinomismo (ou ausência
de normas) e até o anarquismo em matéria de
ética. Foram éticas exaradas em mais de dois milênios
e meio de Filosofia, pela contribuição dos mais insignes
pensadores. O cotejamento de todas essas ideias1
veio demonstrar o aparecimento de múltiplos sistemas
de pensamento, que, através das idades, constituem a
existência de uma filosofia verdadeira e se combatem
também entre si no choque das contradições, sem chegar
a uma filosofia única e certa como a posse da verdade.
Após tantos séculos de atividade intelectual, intensa
e continuada, o homem parece não ter conseguido,
ainda, chegar ao núcleo de verdades inabaláveis que lhe
servisse de alicerce ou ponto de partida para atingir a
própria realização e uma consciência moral e sentido
de vida, dando-nos a triste impressão de que a ciência
e a linguagem não tiveram razão de ser, que o direito
e a moral foram uma quimera e que toda a vida intelectual,
social, moral e religiosa da humanidade vêm
soçobrando num abismo insondável de contradições e
absurdos.
Não nos esqueçamos de que os filósofos e os sábios
não deixaram de ser homens como nós, que na solidão de
suas bibliotecas e no silêncio de suas meditações sempre
foram escoltados pela vaidade, pelo orgulho, pelo ódio,
pela sensualidade, pela indolência, pelos preconceitos do
ambiente, da educação, da nacionalidade, do século e da
civilização em que viveram, todos esses fatores influenciando
na orientação de suas ideias. Assim, Leibniz, em
seus Novos Ensaios, criticamente diz: “Se a Geometria se
opusesse, tanto como a moral, às nossas paixões e aos nossos
interesses pessoais, nós não a contestaríamos com menos
ardor, apesar de todas as demonstrações de Euclides
e Arquimedes
Esses fatos têm motivado a busca e a pesquisa de
normas
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