Ensaio - A verdade
Por: tecnocrata • 20/2/2016 • Ensaio • 3.640 Palavras (15 Páginas) • 294 Visualizações
ENSAIO
VERDADE
I - O QUE É A VERDADE?
O autor não tem a intenção de dar pronto ou formatar um conceito ou opinião do fenômeno “verdade[1]”, apesar de tentar no texto sintetizá-la, sem, contudo influir no que o leitor ou a leitora pensa subjetivamente sobre, pois de algum modo comumente os seres humanos anseiam por encontrar a verdade de coisas ou de situações vivenciadas no próprio cotidiano.
Indubitavelmente existem questões inafastaveis que perseguem todos os indivíduos durante sua existência ou pelo ao menos por algum período dela, até que decidam por algumas das teses sobre estas, acatando-as como verdadeiras.
Exemplificamos: --- Quem criou o universo? Será que Deus existe de fato? De onde vim para onde vou? Existe mesmo vida após a morte? Existe mesmo céu e inferno? O inferno é aqui na terra? Jesus é estória ou história? A afirmação dos cientistas (BIG BANG) sobre a criação da raça humana e do universo é de fato verdadeira? Foi Deus quem criou o universo e a raça humana? “Será que isso... ou aquilo.... é mesmo verdade...??”
Enfim poderíamos aqui elencar uma infinidade de questões que ordinariamente permeiam as mentes de todos os indivíduos, sobre várias outras situações do cotidiano envolvendo a ciência, a história, a religião, a cultura, a educação, a política etc. que sem sombras de dúvidas acompanham a raça humana desde os primórdios de sua existência.
Então podemos afirmar que verdade é a essência de todas as coisas em face de sua exatidão, precisão, certeza absoluta, ou ainda, devido à incontestabilidade encerrada em si mesmo?
Neste caso então exercitando nosso raciocionio podemos então afirmar que a JUSTIÇA se extrai somente da “VERDADE ” ?
Ou seja, o fenômeno justiça[2], encerra-se na exatidão, na certeza absoluta incontestável de um fato ou de alguma coisa controversa, colocada sob julgamento?
Nós, seres humanos concebidos pelo milagre da vida, nascemos, crescemos e morremos com duvidas e muitas destas no breve período de nossa existência têm provocado toda espécie de ansiedades, tormentos e sequelas com efeitos devastadores sobre o espírito humano.
II - VERDADE DECOMPOSTA EM CATEGORIAS
O autor, sem a presunção de esgotar o assunto tentará decompor a “verdade” em categorias para melhor visualizarmos este tal fenômeno que orienta todos os campos de nossa vida, seja na área religiosa, secular, espiritual, material, politica, educacional, ética, moral, cultural etc:
- Verdade natural = (aquela que não paira, não há quaisquer tipo de duvida da sua ocorrência ou de sua existência), como por Exemplo:
- Vida/ morte,
- universo/ raça humana - (verdades - irrefutáveis - a existência dos respectivos fenômenos, (vida[3] e morte[4]) (universo[5]/raça humana[6]) apesar de serem do conhecimento e do domínio de todos os seres humanos normais, ainda assim abrem um leque de indagações intimamente ligadas à estas, criando outras espécies interdepende de verdades entre si.
- Verdade perceptiva pelos sentidos - algumas são influenciadas pela capacidade intelectual do homem e por parâmetros criados pelo próprio:
- bonito/feio, silencio/barulho, doce/salgado, frio/calor, aromático/não aromático, amor/ódio, prazer/desprazer, racionalidade, irracionalidade, sabedoria, insensatez, visão, audição, paladar, tato e olfato, etc.
- Verdades construídas - pela capacidade intelectual do homem – com fortes influências nos seus conceitos e parâmetros em virtude da experiência da própria cultura cognitiva civilizatória com seus folclores, lendas, mitologias, costumes, mutáveis com o tempo, volúveis conforme interesses pessoais, de grupos de comunidades e até pelo conjunto de forças que movimenta o próprio universo, etc. Alguns exemplos:
- Estado, poder, governo, politica, propriedade, religião, protestantantes, católicos, clero, rico, pobre, ditadura, absolutismo, democracia, socialismo, liberalismo, partidos políticos, legislativo, executivo, judiciário, educação, instrução, ciências, invenções tecnológicas, experimentos científicos, economia, macro economia, micro economia, mercado livre, livre iniciativa, contratos, trabalho, tributos, consumidores, fornecedores, leis, direitos, deveres, punições, sanções, verdade, mentira, etc.
A “verdade palpável” ou “perceptível pelos sentidos” ou construida pela capacidade intelectual do homem, ainda que gere alguma ansiedade ou estresses pode de alguma forma ser controlada, manipulada, trazendo se não uma certeza absoluta, um razoável conforto para o espírito humano pelo fato da disseminação de sua utilidade promovendo determinados benefícios quem sabe, para uma única pessoa , para um pequeno grupo ou para toda uma sociedade.
- Portanto, o individuo ao cooptar-se a qualquer espécie de verdade nivelada em sua categoria, de certa forma põe fim e encerra no espírito, no seu intimo as duvidas que pairavam sobre o imaginário ou á realidade examinada em questão.
III - “VERDADE VERDADEIRA” X “VERDADE REFUTÁVEIS
OU MEIA VERDADE”
Ainda que de forma superficial, com cunho puramente didático, decompondo, portanto o fenômeno “verdade” em categorias podemos então afirmar que existe a “verdade verdadeira” (verdade natural) e as “verdades refutáveis, ou contestáveis” (perceptível pelo sentido e capacidade intelectual do homem?
Desta forma o homem se vê as voltas com alguns tipos de verdades: “verdades naturais”, (irrefutáveis) “verdade apreendida pela percepção e pela capacidade intelectual do homem”, (refutáveis), meias verdades?
Ou seja, o homem constrói verdades para tentar explicar o que borbulha no interior do seu imáginario ou o que vivencia á sua volta, ou seja, a realidade fora de si mesmo, pois pode percebê-la, pode senti-la perpassar pelas suas entranhas e a distinguir “verdade real” da simples verdade criada pela percepção e intelectualidade optando por acatá-la ou não ainda que em rota de colisão diante da dubiez e confronto com o seu introspectivo, eu.
O que significa dizer então, que doutra sorte, somos submetidos a experimentar verdades que são construídas em nosso intelecto alicerçadas pelas cargas das influência dos princípios culturais, familiares, religiosos, mitos, teses, estilos, moda etc., todas projetadas em nosso espírito advindas naturalmente ou movidas por múltiplos interesses ou até mesmo como ferramenta de controle social impondo determinado tipo de comportamento padrão, a ser obedecido sem contestações sob pena de retaliações, punições pelo outro igual, pelos grupos sociais ou pela própria sociedade que exercem pressão sobre os indivíduos.
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