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“Espiritualidade e secularismo”?

Por:   •  21/3/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.096 Palavras (5 Páginas)  •  420 Visualizações

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1) Qual é o problema com o qual Richard Rorty abre a sua conferência intitulada “Espiritualidade e secularismo”?

Richard Rorty abre a sua conferência demonstrando o que Bento XVI lamentava: "A Igreja tem cada vez mais dificuldade para dizer em que acredita". 
A maneira com que a Igreja lidava com a homossexualidade (distúrbio objetivo na estrutura da existência humana) e com outros conceitos considerados imorais pela religião, diminuem a felicidade humana.

Segundo a academia condenar a homossexualidade é intolerância e tal pressão também por parte da população tem forças e pode obrigar a Igreja a silenciar sobre a homossexualidade.

O autor alega que espera que a Igreja se silencie em relação a esse tema, pois ela já causou historicamente uma desnecessária infelicidade em milhares de pessoas com sua homofobia.


2) Explique a questão expressa pela seguinte passagem do livro de Rorty: “a Igreja tem razão ao afirmar que existe uma espécie de estrutura da existência humana capaz de servir de ponto de referência moral, ou nós, seres humanos, não temos obrigações morais, além da obrigação de nos ajudar reciprocamente a satisfazer nossos desejos, atingindo assim a maior felicidade possível?”

         

Rorty demonstra o ideal difundido pela religião de que existe apenas um padrão moral e que todos os indivíduos nascem com obrigações morais.
Confronta tal ideal através do autor utilitarista John Stuart Mill e expõe a sua opinião, dizendo que o utilitarismo engrandece e oferece um ideal moral estimulante.
Através dos esforços do utilitarismo é possível afirmar que não existem nenhuma estrutura da existência humana, contrariando totalmente a ideia de obrigações morais.


3) Qual é a posição da Igreja e a de Rorty em face do utilitarismo de Stuart Mill?

A igreja discorda do utilitarismo de Stuart Mill, pois, segundo ela, existe uma espécie de estrutura da existência humana capaz de servir de ponto de referência moral. Para a igreja o utilitarismo reduz o ser humano à categoria de animal.

Já Rorty concorda com a ideia do filósofo utilitarista de que nossa obrigação moral é ajudar uns aos outros para sermos felizes. Tal visão nos engrandece e nos convence de que não existe nenhuma "estrutura da existência humana" (natureza humana).

4) Como o ainda cardeal Ratzinger e Rorty interpretam o relativismo?

O cardeal possui uma visão totalmente diferente da visão de Rorty ou de outros filósofos, pois geralmente os filósofos possuem uma abertura na mente para novas possibilidades, possuem uma disponibilidade de levar em conta todas as sugestões sobre o que poderia aumentar a felicidade. Já o cardeal acredita que os hábitos relativistas são negativos, pois se deixa levar de um lado para outro, sem chegar a lugar algum, não reconhece nada de definitivo visando apenas os desejos individuais.

Rorty discorda do papa, para ele, o relativismo não é falta de rumo e sim significa pensarmos novos caminhos para a felicidade, ajuda-nos a evitar os males do passado e a nos preparar para as mudanças do futuro.

5) Que relação o papa estabelece entre relativismo e democracia?

         

Primeiramente é importante ressaltar que relativismo é a negação do fundamentalismo, nesse caso, no sentido de que os ideais são validos apenas se alicerçados na realidade e o homem não estaria tão preso as chamadas “estruturas da existência humana”.

De acordo com o papa, o relativismo se tornou o fundamento filosófico da democracia, uma doutrina com base no conceito de tolerância, epistemologia dialética e liberdade. Os alicerces dos pensamentos dos relativistas sobre a democracia são compostos por diversas ideias, entre elas a de que ninguém pode ter a pretensão absoluta de saber qual é o caminho certo a tomar e de que uma sociedade livre era uma sociedade relativista e flexível que procurava estabelecer acordos através do diálogo.

6) Como o papa, um crítico do relativismo, e Rorty, um relativista assumido, avaliam o marxismo?  

Tendo em vista que o que é relativo não pode ser absoluto, Bento XVI afirma que o erro do marxismo e da teologia política foi precisamente pensar que poderia sê-lo. Segundo o cardeal, toda vez que a política promete ser redentora, promete demais; e toda vez que pretende fazer o trabalho de Deus, a política torna-se não divina, mas diabólica.

Os relativistas, como Rorty, concordam sobre o fato de que o colapso do marxismo ajudou a compreender por que a política não deveria ser redentora. Não por estar disponível outro tipo de redenção (aquela que os católicos acreditam encontrar na Igreja), mas sim porque a redenção desde o início foi uma má ideia. Afinal, é preciso tornar os homens mais felizes e não redimi-los.

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