FICHA DE LEITURA TEMÁTICA DO CAPÍTULO DO LIVRO FILOSOFIA DA CIENCIA, IFICHA DE LEITURA TEMÁTICA DO TEXTO – FILOSOFIA MODERNA
Por: Junior Carneiro • 26/11/2020 • Trabalho acadêmico • 1.570 Palavras (7 Páginas) • 663 Visualizações
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO
CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE PAU DOS FERROS – CMPF
DEPARTAMENTO DE CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS E HUMANAS - DCSAH
CURSO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DISCIPLINA FILOSOFIA DA CIENCIA E MET. CIENTIFICA/ PSH – FILOSOFIA DA CIÊNCIA
PROFESSOR: CLAUDIO DE SOUZA ROCHA
Semestre 2020.1
Aluno: Elivanio Carneiro do Nascimento Junior
FICHA DE LEITURA TEMÁTICA DO TEXTO – FILOSOFIA MODERNA
Pau dos Ferros – RN
17/11/2020
FILOSOFIA MODERNA
“ Frequentemente, os historiadores da filosofia designam como filosofia moderna aquele saber que se desenvolve na Europa durante o século XVII tendo como referências principais o cartesianismo—isto é, a filosofia de René Descartes —, a ciência da Natureza galilaica—isto é, a mecânica de Galileu Galilei —, a nova ideia do conhecimento como síntese entre observação, experimentação e razão teórica baconiana—isto é, a filosofia de Francis Bacon —e as elaborações acerca da origem e das formas da soberania política a partir das ideias de direito natural e direito civil hobbesianas — isto é, do filósofo Thomas Hobbes”. (p.1) | Esse trecho enfatiza a ideia de que para os historiadores da filosofia, a filosofia moderna é tudo aquilo que foi produzido na Europa durante o século XVII, tendo essas ideias uma associação com os pensamentos dos principais filósofos da época: René Descartes, Galileu Galilei, Francis Bacon e Thomas Hobbes. |
“No entanto, a cronologia pode ser um critério ilusório, pois o filósofo Bacon publica seus Ensaios em 1597, enquanto o filósofo Leibniz, um dos expoentes da filosofia moderna, publica a Monadologia e os Princípios da Natureza e da Graça em 1714, de sorte que obras essenciais da modernidade surgem antes e depois do século XVII. Muitos historiadores preferem localizar a filosofia moderna no período designado como Século de Ferro, situado entre 1550 e 1660, tomando como referência as grandes transformações sociais, políticas e econômicas trazidas pela implantação do capitalismo, enquanto outros consideram decisivo o período entre 1618 e 1648, isto é, a Guerra dos Trinta Anos, que delineia a paisagem política e cultural da Europa moderna”. (P.1) | O trecho apresenta um entendimento de que a cronologia dos fatos apresentada, acaba por repassar algumas contradições, já que alguns filósofos publicam suas obras antes e depois do século XVII, onde muitos historiadores preferem localizar a filosofia no período conhecido como século do ferro, onde faz referência as transformações sociais trazidas pela implementação do capitalismo, marco que também foi apresentado na guerra dos Trinta anos. |
“Do lado do que denominamos Renascimento, encontramos os seguintes elementos definidores da vida intelectual: 1) surgimento de academias laicas e livres, paralelas às universidades confessionais, nas quais imperavam as versões cristianizadas do pensamento de Platão, Aristóteles, Plotino e dos Estoicos e as discussões sobre as relações entre fé e razão, formando clérigos e teólogos encarregados da defesa das ideias eclesiásticas; as academias redescobrem outras fontes do pensamento antigo, se interessam pela elaboração de conhecimentos sem vínculos diretos com a teologia e a religião, incentivam as ciências e as artes (primeiro, o classicismo e, depois da Contra-Reforma, o maneirismo); 2) a preferência pelas discussões em torno da clara separação entre fé e razão, natureza e religião, política e Igreja”. (p.4) | Esse fragmento explana que conforme a chegada do renascimento, surgiu uma quebra no pensamento de que tudo naquela época poderia ser explicado pela presença de divindades, passou-se a ter então uma maior busca pela ciência, ou seja, passou a ser difundido um conhecimento mais racional, isto é, um conhecimento ao qual se baseava em tentar explicar os acontecimentos que surgiam no mundo, sem relação com à questão teológica e espiritual. |
"Considera-se que os fenômenos naturais podem e devem ser explicados por eles mesmos, sem recorrer à continua intervenção divina e sem submetê-los aos dogmas cristãos (como, por exemplo, o geocentrismo, com a Terra imóvel no centro do universo); defende-se a ideia de que a observação, a experimentação, as hipóteses lógico-racionais, os cálculos matemáticos e os princípios geométricos são os instrumentos fundamentais para a compreensão dos fenômenos naturais (Bruno, Copérnico, Leonardo da Vinci sendo os expoentes dessa posição)”. (p.4) | Nesse trecho temos a ideia do mesmo pensamento mencionado anteriormente, em que esse pensamento racional e científico passa a surgir na época retratada, tendo o seu objetivo a busca por tentativas de explicar os acontecimentos do mundo através de métodos e teorias, as quais passaram a fazer oposição as explicações espirituais e teológicas defendidas pela igreja na época. |
“Por seu turno, a Reforma destrói a crença (concretamente ilusória, pois jamais existente) da unidade da fé cristã, dos dogmas e cerimônias, e sobretudo da autoridade religiosa: questiona-se a autoridade papal e episcopal, questiona-se o privilégio de somente alguns poderem ler e interpretar os livros Sagrados, questiona-se que Deus tenha investido o papado do direito de ungir e coroar reis e imperadores, questionam-se dogmas e ritos (como a missa e até mesmo o batismo)”. (p.5) | Esse trecho abarca o fato de que a partir dessas mudanças de paradigmas, as mudanças de pensamentos trazidos pelo renascimento, fez com que o homem renascentista começasse a consolidar opiniões e questionamentos cada vez mais críticos em relação a igreja, assim passou a discutir e buscar conhecer as coisas que o rodeiam, guiado principalmente, por uma base forte na ciência com o objetivo de entender e compreender melhor as coisas. |
“A expressão " filosofia moderna ou filosofia do século XVII" é uma abstração, como já sugerimos ao mencionar a questão da cronologia. Mas é também uma abstração se considerarmos as várias filosofias que polemizaram entre si nesse período, os filósofos concebendo a metafísica, a ciência da Natureza, as técnicas, a moral e a política de maneiras muito diferenciadas. ” (p.6) | Esse trecho explana uma característica peculiar do pensamento da filosofia moderna ou filosofia do século XVII, em que embora tenham um ponto comum, houve a polarização entre várias filosofias diferentes, entre elas tivemos os filósofos concebendo a metafísica, a ciência da Natureza, as técnicas, a moral e a política. |
“Em seu livro História da Filosofia, Hegel declara que a filosofia moderna é o nascimento da Filosofia propriamente dita porque nela, pela primeira vez, os filósofos afirmam: 1) que a filosofia é independente e não se submete a nenhuma autoridade que não seja a própria razão como faculdade plena de conhecimento. Isto é, os modernos são os primeiros a demonstrar que o conhecimento verdadeiro só pode nascer do trabalho interior realizado pela razão, graças a seu próprio esforço, sem aceitar dogmas religiosos, preconceitos sociais, censuras políticas e os dados imediatos fornecidos pelos sentidos. Só a razão conhece e somente ela pode julgar-se a si mesma; 2) que a filosofia moderna realiza a primeira descoberta da Subjetividade propriamente dita porque nela o primeiro ato de conhecimento, do qual dependerão todos os outros, é a Reflexão ou a Consciência de Si Reflexiva. Isto é, os modernos partem da consciência da consciência, da consciência do ato de ser consciente, da volta da consciência sobre si mesma para reconhecer-se como sujeito e objeto do conhecimento e como condição da verdade. A consciência é para si mesma o primeiro objeto do conhecimento, ou o conhecimento de que é capacidade de e para conhecer; 3) que a filosofia moderna é a primeira a reconhecer que, sendo todos os seres humanos seres conscientes e racionais, todos têm igualmente o direito ao pensamento e à verdade. Segundo Hegel, essa afirmação do direito ao pensamento, unida à ideia de liberdade da razão para julgar-se a si mesma, portanto, o igualitarismo intelectual e a recusa de toda censura sobre o pensamento e a palavra, seria a realização filosófica de um princípio nascido com o protestantismo e que este, enquanto mera religião, não poderia cumprir precisando da filosofia para realizar-se: o princípio da individualidade como subjetividade livre que se relaciona livremente com o infinito e com a verdade.” (p.13) | O trecho afirma que a filosofia moderna ganha sua própria identidade, a partir do momento que os filósofos assumem que; o conhecimento nasce com embasamento na razão, a consciência é a chave para conhecer a se mesmo e quando todos os seres humanos são conscientes e racionais, ele tem igual direito ao pensamento e à verdade. |
Referência: Filosofia moderna. Marilena Chaui. Universidade de S. Paulo, USP.
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