Fato Social
Dissertações: Fato Social. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Gvalente19 • 16/3/2014 • 2.573 Palavras (11 Páginas) • 361 Visualizações
- Síntese do livro: É isto um homem?, de Primo Levi.
No livro encontramos relatos feitos por Primo Levi, um homem que aos 24 anos de
idade foi levado a Auschwitz, na Polônia,para viver ao lado de outros judeus dias de tortura
em um campo de concentração onde ficou de fevereiro de 1944 a janeiro de 1945. Escrito um
ano depois de sua libertação, em 1946, “É isto um homem?”despertou o interesse dos leitores á
partir dos anos 1950, ganhando o mundo através de seu relato com uma visão assustada do
autor.
O ojetivo desse trabalho é co relacionar os acontecimentos sofridos por Primo Levi
em sua obra com conceitos sociológicos como: fato social, poder simbólico, anomia, de
sumanização e habitus.
Á partir da leitura dos relatos tratados no livro, o leitor percebe múltiplas situações
para classificar como um dos fatos citados anteriormente, no trabalho procurei exempli
ficar de forma concisa os que achei de maior clareza.
No trecho “(...) Em geral, famílias inteiras, detidas pelos fascistas ou pelos nazistas
porque lhes faltara prudência ou porque alguém as delatara.Havia também uns poucos
que se tinham apresentado espontaneamente, devido ao desespero de continuarem
vivendo errantes e fugidios, ou por terem ficado sem recurso algum, ou por não
quererem separar-se de um parente já detido, ou ainda, absurdamente, para “ ficarem
dentro da lei (...)”. Percebe-se nesse acontecimento um exemplo de fato social, já que
todos os judeus estavam sendo capturados para serem levados ao campo, não havia
outra escolha a não ser fazer o mesmo , visto que alguns até se apresentaram
espontaneamente impulsionados pelo medo do que poderiam sofrer caso continuassem
fugindo, ao passo que outros já não possuíam recursos para sobreviver e outros tantos
não queriam ficar longe um parente e outros tantos tinham medo de serem classificados
como fora de lei e sofrer uma terrível punição como conseqüência. E a definição do
fato social é justamente essa de que o fato social dá o tom da ordem social, fazendo com
que o indivíduo seja “vítima” de uma grande coerção social, passando a aceitar os acon
tecimentos da sociedade a qual pertence.
Em uma outra parte da obra pode-se encontrar uma passagem marcante que retrata o
poder simbólico que era exercido sobre os prisioneiros como em: “(...) A banda , porém,
depois de “Rosamunda”, continua tocando uma música após outra, e lá aparecem nossos
companheiros, voltando em grupos do trabalho. Marcham em filas de cinco, com um na
dar estranho, não natural, duro, como rígidos, bonecos feitos só de ossos, marcham, pó
rém , acompanhando exatamente o ritmo da música. (...)”. Os soldados faziam com que
prisioneiros os obedecessem, com a banda tocando músicas faziam com que os mesmos
marchassem sem parar até chegar ao ponto de exaustão física, esse ato dos soldados era
uma forma de impor as ordens e seu poder, pois sabiam que não seriam desobedecidos
em hora alguma, visto que o medo pairava na mente dos prisioneiros. Essa passagem
pode ser relacionada também com o fato social, já que essa ação de marchar essa impos
ta e todos aceitavam fazê-la, pois eram pressionados pelo meio em que se encontravam.
Ao pensarmos na anomia como uma perda de identidade, temos um exemplo que ex
plicita bem esssa conceitualização no trecho: “(...) Haftling: aprendi que sou um Haflt
ing. Meu nome é 1274.517; fomos batizados , levaremos até a morte essa tatuada no bra
co esquerdo. (...)”. Vemos que ao entrar no campo, todos os indívudos perdem sua iden
tidade , são identificados apenas por números que foram tatuados em seus braços, assim
como é feito em animais de gado, dependendo do tempo em que se encontra no campo o
número pode contar mais ou menos dezenas, o que constitui uma diferenciação entre
eles. Esse número não tinha apenas a função de identificá-los como também servia para
o controle da sopa e do pão, só recebi alimento com a apresentação do respectivo
número. “(...) Ao, que parece, esta é a verdadeira iniciação: só “mostrando o número” re
cebe-se o pão e a sopa.
Após essa passagem um fator chama a atenção por explicitar “habitus”, como em
“(...) Necessitamos de vários dias e muitos socos e bofetadas, até criarmos o hábito de
Mostrar prontamente o número, de modo a não atrapalhar as cotidianas operações de dis
tribuição de víveres (...) E durante muitos dias, quando o hábito da vida em liberdade
me levava a olhar a hora no relógio, no pulso aparecia-me, ironicamente, meu novo no
me, esse número tatuado em marcas azuladas sob a pele (...)”. Nela percebe-se que eles
estranharam o novo hábito de ter que se identificar para receber o alimento, o que não
acontecia
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