Fetiche De Mercadoria

Fetiche em sua tradução quer dizer fantasma. Segundo Marx, fetiche de mercadoria é quando ela assume um caráter fantasmagórico. As pessoas não conseguem entender porque as relações com as mercadorias ocorrem como ocorrem, tendo a impressão que se dão de forma autônoma.

Na sociedade a mercadoria existe apenas pelo seu valor de uso, esquecendo que para sua produção, foi utilizada mão de obra humana, que por traz desse produto há uma relação social de trabalho, que por muitas vezes pode ser hostil, ou até mesmo escrava.

Quando adquirimos uma mercadoria, reforçamos ainda mais a relação social de quem a fez. Por exemplo, quando compramos sem nos dar conta de que estamos adquirindo mercadorias oriundas de mão de obra escrava, estamos incentivando que essa prática continue a acontecer.

Tudo que consumimos, seja alimentação, vestuário ou qualquer outra coisa, faz com que haja interação com a sociedade. Todos se relacionam entre todos. As coisas não existem exclusivamente para nos satisfazer, nos relacionamos socialmente com tudo que é feito. Somos criadores de tudo que nos cerca.

Para que possamos superar a alienação da consciência da população, temos que retirar o caráter fetichista das coisas, ou seja, despertar e enxergar o mundo como de fato é, se conscientizando que nossa sociedade é criada e moldada por todos.

Vivemos numa sociedade onde as relações de trabalho são alienadas. Trabalha-se por absoluta necessidade e não por satisfação ou realização profissional.

O capitalista visa somente o lucro, pensa somente em si, esquecendo de que a força de trabalho que ele utiliza é humana, que também tem necessidades, sentimentos e vontades. O trabalhador hoje não vive, mas sim sobrevive a esse sistema tirano que suga seu suor e sangue, exigindo cada dia mais e retribuindo cada dia menos.

O fetichismo está relacionado diretamente com a cidadania. Muitas pessoas são escravas do consumismo, querem determinado produto independente de quanto custo e de onde vem, sem se importar com quem produziu e como foi produzido.

A sociedade precisa ter consciência cidadã de olhar não somente o produto final e seu valor econômico, mas se preocupar também com sua origem e procedência.