Filosofia da educação
Por: prfrancisco • 2/5/2016 • Trabalho acadêmico • 2.983 Palavras (12 Páginas) • 993 Visualizações
FACULDADE ENTRE RIOS DO PIAUÍ -FAERPI
FRANCISCO DA SILVA FERREIRA
CURSO DE LICENCIATURA EM FILOSOFIA - MEC
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
FACULDADE ENTRE RIOS DO PIAUÍ - FAERPI
CURSO DE BACHARELADO EM TEOLOGIA INTEGRALIZAÇÃO MEC
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
Trabalho apresentado ao Colegiado do Curso de teologia da Faculdade Entre Rios do Piauí como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Teologia.
Fortaleza dos Nogueiras – MA, Maio, 2016
INTRODUÇÃO
A relação da filosofia com a educação pode observada desde o mundo grego. Os filósofos gregos, ao buscarem a arete humana, foram os grandes responsáveis pelo início dos diálogos temáticos sobre a filosofia da educação e sua capacidade de influência no mundo. Os gregos observavam na educação uma ferramenta indispensável para alçar uma cultura ideal e uma alma purificada, capaz de transpor o homem a sabedoria inteligível, investindo constantemente na busca por um ideal artístico na cultura. O esforço pela educação ideal é apresentada por Platão na metáfora da “alegoria da caverna”, no momento em que um dos homens presos no fundo de uma caverna consegue se libertar do conhecimento da doxa, enxergando a luz da verdadeira realidade. “O caminho da Filosofia, para Platão, era o de conhecer a realidade por conceitos, até perceber que a própria realidade é, ela mesma, o mundo das idéias, dos conceitos puros, ou mais exatamente, das formas puras”(Ghiraldelli, 2001, p.32-33). Na visão platônica, a filosofia deveria transcender a contingência histórica, contribuindo para o processo de esclarecimento da verdadeira sabedoria, na superação das crenças falsas, implementando a idéia da educação para a virtude, uma educação ideal, com a qual o homem se transforma em culto e erudito. Com esta esperança, a educação acabou formalizada em objeto de estudos e pensamentos da filosofia desde os tempos gregos. Pode-se dizer que a filosofia da educação surgiu da forte ligação entre a filosofia e a pedagogia fortalecido com o passar dos anos, visto que a filosofia, preocupada com as formas do conhecimento perfeito, orientou o homem segundo a razão, inserindo um pensamento pedagógico que busca a perfeição. Assim, percebe-se a ciência sendo influenciada pela escola do pensamento filosófico, com fundamentos e objetivos voltados aos entendimentos da tradição. Entretanto, a filosofia da educação dos últimos tempos, procurou transpor suas fronteiras conceituais, desbravando se nas discussões filosóficas contemporâneas que permitem a articulação entre as mais diversas escolas e teorias. A disciplina, antes restrita a filosofia do continente, passou experimentar as vantagens e as desvantagens das transformações filosóficas americanas, envolvendo-se na discussão analíticos versus continentais.
Com a consolidação dos Estados-Nações ocorreu um direcionamento dos recursos para o segmentação da educação pois havia a crença nas potencialidades da educação, e entendia-se que o poder dos países poderia ser medido pelo seu nível de desenvolvimento no setor da educação “A importância que a formação de professores adquire ao longo do século XIX, em grande medida, pela urgência de preparar profissionais capazes de darem corpo aos novos desafios educativos”. Quanto à cientifização da pedagogia, Nóvoa afirma que há uma preocupação em empregar os métodos de pesquisa decalcados do modelo das ciências físicas e, ao mesmo tempo, há uma pressão cada vez mais intensa do discurso sociológico. “Uma vez que a economia não fazia exigências à escola em termos de demanda econômica, de recursos humanos; que a herança cultural havia sido criada a partir da importação de modelos de pensamento provenientes da Europa; que a extratificação social predominantemente dual na época colonial, havia destinado à escola apenas parte da aristocracia ociosa; que essa demanda social de educação, mesmo quando englobou no seu perfil os estratos médios urbanos, procurou sempre na escola uma forma de adquirir ou manter status, alimentando, além disso, um preconceito contra o trabalho que não fosse intelectual e uma vez, enfim, que todos esses aspectos se complementavam. A partir dos anos 30, do século XX, com a emergência de uma tardia revolução industrial e do reordenamento político e cultural da sociedade brasileira é que surgiriam maiores demandas por uma educação pública, gratuita e universal, que exigiriam do Estado suas atribuições de patrocinador da educação, fato que havia ocorrido em países da Europa já no final do século XIX. A educação e a escola passaram a ser compreendidos, a partir dos parâmetros dos ideais democráticos da escola nova, que se espalharam pelo país. Porém, importa salientar que, nesse novo contexto brasileiro, a escola e a educação foram considerados elementos potencializadores do desenvolvimento do país. Com o ensino primário sendo colocado ao alcance das camadas populares, intensificaram-se as preocupações acerca da melhor forma de ensino, da melhor escola e, conseqüentemente, da necessária preparação para os professores, os agentes responsáveis por tal mudança. Era preciso portanto, dar atenção especial às instituições formadoras de professores. Marcadas por um caráter generalista e enciclopédico, nossas escolas normais foram, até meados dos anos 20 desse século, as únicas instituições formadoras de professores. A partir do fortalecimento das idéias escolanovistas e das novas demandas por educação, tornaram-se essenciais as preocupações com os aspectos técnico-profissionais do ensino normal. A formação de professores para o ensino secundário somente foi institucionalizada a partir da criação, em
1934, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP e, em 1939, com a instituição do modelo imposto pela Faculdade Nacional de Filosofia, FNFi. A consolidação de um novo ensino normal, sustentado nas ciências da educação e o surgimento das faculdades de filosofia, ciências e letras foram os elementos significativos em relação às preocupações com a institucionalização da formação de professores no Brasil. No final do século XIX manifestaram-se as primeiras preocupações, no Brasil, com a cientificidade da Pedagogia, quando os estudos sobre novos métodos de ensinar passaram a dominar as questões educacionais. Era o momento da primeira inserção das idéias sobre a prática pedagógica dos Jesuítas, correspondia às exatas necessidades
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