Formas De Nascer
Artigos Científicos: Formas De Nascer. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 10/5/2014 • 1.490 Palavras (6 Páginas) • 251 Visualizações
CENTRO UNIVERSITARIO UNIVATES
CURSO DE ENFERMAGEM
FORMAS DE NASCER
Alessandra Versteg
Lajeado, 24 de abril de 2013
INTRODUÇÃO
Este trabalho, teve como objetivo compreender as variadas formas de nascer em minha família. Contei com a participação das mulheres da minha família, a pesquisa foi realizada através de entrevistas com o assunto: Cuidados pré e pós parto. A pesquisa revelou que nenhum parto foi igual ao outro, porém todas relataram estar muito felizes por estarem grávidas, e que cada parto foi uma experiência única.
A gravidez e o parto causam grande emoção para toda família, provoca uma enorme inquietude com o preparo e cuidados para o nascimento. Maridos, avós, irmãos todos se envolvem com a espera para o parto. O processo de nascimento pode ser considerado extremamente especial, pois este envolve o casal e a familia de maneira emocional intensamente. As mulheres que tiveram mais de um filho contam que cada parto foi incomparável em suas vidas.
Portanto é necessário que todos os profissionais da saúde envolvidos nesse momento sejam extremamente qualificados para poder proporcionar a mãe e a toda família conforto e segurança no nascimento do bebê.
MÉTODO DE PESQUISA
A pesquisa é quali-quantitativa, o trabalho foi feito por meio de entrevistas, e depois de obter os dados foi possível analisar os quantitativos e compreender os motivos pelo qual cada parto foi diferente do outro.
Foi uma pesquisa descritiva com o objetivo de caracterizar o partos através da gerações da minha família e estabelecer relações entre eles.
As participantes dessa pesquisa foram seis mulheres, destas três tiveram mais de um filho que realizaram o parto normal, e as outras três optaram pela cesariana. Os dados foram obtidos no período de março e abril de 2013, por meio de entrevistas, no total foram realizadas catorze perguntas como "E o seu parto você sabe como foi feito? O material utilizado era esterilizado? Havia um médico ou uma parteira?". As entrevistas foram de fácil compreensão, algumas foram peculiares e outra tímidas.
Quando informadas a respeito do destino das informações, ficaram eufóricas, acredito que nenhuma delas havia passado por uma entrevista, principalmente por se tratar de um assunto tão importante. Concordaram em responder todas as perguntas o que facilitou bastante o meu trabalho. As entrevistas foram aconteceram em ambiente conhecido e a privacidade das informações foi mantida.
PRODUÇÃO E DEBATE
A questão abordada será como foi realizado cada parto e como foi à preparação para o nascimento do novo integrante da família. Após a analise das entrevistas houveram outros temas também relacionados ao assunto como o apoio do parceiro e da família e a reação ao ver o filho pela primeira.
O PRÉ-NATAL
Foram variadas as formas que as mães descobriram que estavam grávidas cada uma delas teve uma reação. Uma das mães relatou que ao ir ao médico ficou assustada ao saber que o diagnostico eram dois cistos e que ela teria que marcar uma cirurgia para a retirada, sua sorte foi trocar de médico que pelo exame de toque descobriu que ela estava grávida de mais ou menos três meses, o "problema" maior foi quando o médico não ouviu as batidas do coração do bebê pra ter a certeza de que ela estava grávida ele pediu uma ecografia que confirmou que eram gêmeos. Independentemente do comportamento que tiveram, elas acreditam ter vivido um momento único e de tamanha importância em sua vida, e que nunca será esquecido.
Quando questionadas se o momento era adequado para se ter um filho apenas uma mãe relatou não ser a melhor hora, porém em nenhum momento declarou-se arrependida de ter seguido com a gestação [...] Não, porque teu pai estava iniciando o curso na policia militar e nós éramos noivos, pela educação que tivemos o certo seria estar casado para se ter um filho. Tinha vinte um anos e acredito que não seja uma boa idade pra se ter um filho, na época acho que seria melhor ter um filho com 25 anos e casada, não que eu seja tão conservadora, mas eu casei no mesmo ano em que soube que estava grávida [...] (minha mãe Jussara). Das mães entrevistadas apenas uma teve filho neste século, por isso o casamento era tão valorizado para que se pudesse ter um filho, porém esta é uma questão cultural que ainda nos dias de hoje é mantida por algumas sociedades.
Todas as mães que participaram das entrevistas contaram ter recebido apoio do parceiro e da família tanto no período gestacional quanto no momento do parto. Durante as entrevistas foram questionadas a respeito dos desejos e alimentação pré-natal e maioria delas tentou manter uma boa dieta, porém todas tiveram vontade de comer frituras e chocolate, mas uma das entrevistas chamou bastante atenção: [...] no segundo filho há 47 anos, eu engordei a minha comida era milho quebrado cozido com vinho e laranja porque era o que eu tinha vontade de comer, eu tomava vinho no garrafão [...] (tia avó materna Maria).
Em seus depoimentos, as mães confirmaram o quanto foi importante receber atenção e carinho durante o período gestacional, e que isso lhes deu confiança na hora do parto. Em suas falas se percebe que havia envolvimento emocional entre o casal e o filho a partir dos primeiros momentos de vida da criança.
O NASCIMENTO DO FILHO
Apenas uma das entrevistadas contou ter tido três filhos em casa, sendo que os gêmeos nasceram mortos, por falta de estrutura como mostra o trecho a seguir [...] entre o 1° e 2° filho eu tive gêmeos o médico dizia que estava sempre menstruada por causa dos nervos. No dia que eles nasceram eu tava de vestido não tinha banheiro e começo a sair sangue quando eu cheguei à casa da tia eu deitei um pouco na cama quando foi segunda de manhã começou me vim muito sangue, eu só ia puxando o pano, eu desmaiei, quando eu levantei caiu o nenê no pinico e outro estava enrolado nos panos [...] (tia avó Maria). A precariedade da época e a falta de bons profissionais da saúde fazia com que casos como esse tornassem comuns.
De todas as entrevistas uma em especial teve um parto prematuro de sete meses, há 39 anos e por não contar com a tecnologia de agora e a falta de condições financeiras da família, teve que usar o método da época. Colocava duas garrafas de água quente ao redor do bebê, pois a criança era muito pequena e frágil para ficar o tempo todo no colo, segundo a mãe.
Quando questionadas se o material utilizado no parto era esterilizado, nenhuma delas soube responder se sim ou se não, até mesmo as que tiveram filho recentemente, claro que os partos que foram realizados em casa não tinham condições para esterilizar o material utilizado.
Os partos realizados em hospitais foram cesarianas e contaram com a presença de um obstetra, um anestesista, um pediatra, uma enfermeira e técnicas em enfermagem. E os partos realizados em casa tinham a presença de uma parteira, que segundo os depoimentos auxiliavam [...] o Darci só levantou e pediu pra parteira vir já tinha água quente ela pediu pra arrumar uma bacia e panos. Ela ficou com medo porque ele tava atravessado e na primeira dor ela ajeitou e na segunda eu já ganhei... E ali pelas nove eu já estava lavando tripa de porco[...] (vó materna Maria Olga) este relato contrapõem-se aos relatos de partos mais recentes, em que as mães ficavam muito mais preocupadas, querendo saber se teriam que esperar pelo parto normal ou cesaria, se tudo ia ocorrer bem e se iriam sentir dor. Porém todas contaram ter vivido uma experiência que nunca será esquecida.
OS CUIDADOS PÓS-PARTO
Um ponto marcante, observado durante as entrevistas foi que as vacinas e exames hoje obrigatórios há alguns anos atrás não eram exigidos. Como a vacina da gripe que atualmente é dada gratuitamente pela rede pública de saúde para gestantes, há dezoito anos só era aplicada se a pessoa tivesse dinheiro para pagar.
Em todos os partos houve um grande envolvimento entre o parceiro e a mãe e toda a família, por isso todas as gestantes que fizeram seus partos em unidade hospitalar, tiveram pessoas a sua espera.
Com relação aos cuidados pós-parto, houve muitas divergências. As mulheres mais velhas relataram ficar 30 dias sem lavar o cabelo e só três dias após o parto podiam tomar banho, o que era extremamente desnecessário. Atualmente as mulheres não mantem este tipo de "tradição", porque já foi provado cientificamente que não é preciso ficar sem lavar o cabelo e tomar banho após o parto.
Mais a maior preocupação de todas as mães era com seu(s) filho(s), queriam que tudo estivesse perfeito para que nada de ruim acontecesse.
CONCLUSÃO
Concluo que cada parto teve sua história. Através dos anos tradições foram abandonadas, mas um sentimento sempre foi mantido, o sentimento de amor da mãe para com o filho. A dedicação da família para o novo integrante da nossa primeira sociedade da vida.
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