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Gaston Bachelard: A Formação Do Espírito Científico

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Por:   •  29/3/2014  •  1.188 Palavras (5 Páginas)  •  650 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

O ser humano está em constante fase de aprendizado, assim, está também sempre em transformação, tentado adaptar-se à evolução da realidade que o cerca. Para isso, é preciso que esteja preparado para se desfazer daquilo que era conhecido, e absorver o novo.

Nesse processo de absorção, o homem precisa romper com um conhecimento anterior, destruí-lo para assim poder construir um novo, e para isso, passa por uma série de obstáculos para que o conhecimento geral se transforme em conhecimento científico.

No livro de Bachelard, ele explica esse processo de construção do conhecimento cientifico através dos obstáculos que superamos. Nele, encontramos uma reflexão a respeito do que estes são, quais são os principais e então, como se aplica no ensino.

2.1 GASTON BACHELARD: BIOGRAFIA

Bachelard nasceu em 27 de Junho de 1884 em Bar-sur-Aube, na França, e faleceu em 16 de Outubro de 1962 em Paris. Foi um filosofo e poeta francês que estudou as ciências e filosofia.

Entre seus principais interesses estão a filosofia da ciência, epistemologia, filosofia da criação artística, educação e filosofia da psicanalise. Os seus trabalhos no domínio da epistemologia continuam a ser de grande relevância para a compreensão dos problemas científicos contemporâneos.

A sua ideia principal é que no futuro o conhecimento se baseara se na negação do conhecimento atual.

2.2 A FORMAÇÃO DO ESPÍRITO CIENTÍFICO

No início da sua existência, o ser humano adquire conhecimentos provenientes das suas experiências cotidianas, e estes são considerados o senso comum, o qual após adquirido não é mais colocado a teste. E então, no decorrer da sua vida, passa a questionar o que é conhecido, assim, transformando-os em conhecimento cientifico.

Esse questionamento se torna um hábito e faz assim surgir o espírito cientifico em cada um de nós, isto é, passamos a pesquisar e sentir a necessidade de comprovação do que nos é dito/ensinado.

Gaston Bachelard, em seu livro, compreende o ato de conhecer como um ato de negação, que nada mais é do que acontece no processo de evolução do nosso espírito. Ou seja, no começo aceitamos tudo, depois começamos a questionar, e por fim o que nos foi passado inicialmente (senso comum) é substituído pelo novo conhecimento (conhecimento científico).

Segundo Bachelard, é preciso superar uma série de obstáculos, de impedimentos à aprendizagem, para que assim a construção do espirito cientifico se efetive. Ele expõe essa construção como uma passagem por três estados:

• Estado concreto: caracteriza-se pelo apego às primeiras imagens, gerando concepções iniciais, sem aprofundamento;

• Estado concreto-abstrato: ainda apegado às experiência pessoais, inicia um processo de questionamento;

• Estado abstrato: a partir dos questionamentos, o espírito já consegue problematizar suas experiências e gerar conhecimento.

Os principais obstáculos epistemológicos, enumerados por ele não só causam a estagnação da construção do pensamento científico, mas também contribuem para o seu retrocesso. Esses obstáculos são explicados a seguir:

2.2.1 O primeiro obstáculo: a experiência primeira

Definido por Bachelard (p. 29) como “a experiência colocada antes e acima da crítica – crítica esta que é, necessariamente, elemento integrante do espírito cientifico”. Sendo assim, afirma-se que a experiência primeira não forma uma base segura para o conhecimento, pois o ser humano vai de encontro com a realidade com “fome” de conhecimento e absorve tudo que é possível, sem se apegar a explicação cientifica.

De outro modo, pode se dizer que a pessoa se apega ao visual, à beleza do experimento, à imagem e não às ideias. Exemplificando, em uma aula de Química, o professor deve te cuidado para que ao realizar um experimento, ele não se torne apenas visualmente interessante, mas sim uma ferramenta auxiliar no desenvolvimento do conteúdo estudado.

2.2.2 O conhecimento geral como obstáculo ao conhecimento científico

A ausência da explicação, no obstáculo citado anteriormente, faz com que o ser humano generalize os fatos. Isto é, quando um acontecimento, uma lei, o que consideramos de senso comum, fica tão claro e completo mesmo sem explicação científica, acaba por não despertar interesse pelo estudo aprofundado e pelo questionamento, que é a iniciação para o conhecimento científico.

Assim, leva a imobilidade do pensamento, e todas as outras explicações serão derivadas desse primeiro conhecimento geral, ou seja, as mesmas respostas são dadas a todas as questões. Portanto, se tornam generalizações pré-científicas, que podem tornar-se um conhecimento vago.

2.2.3 Obstáculo verbal

Nesse obstáculo ocorre uma associação de uma palavra concreta a uma abstrata. Ou seja, muitas vezes o professor acha que para facilitar a compreensão do conteúdo a ser estudado, ele deve usar metáforas, imagens, porém, o mau uso destes recursos pode dificultar e criar obstáculos

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