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IDEOLOGIA E MASS MÍDIA

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Por:   •  30/10/2013  •  1.949 Palavras (8 Páginas)  •  516 Visualizações

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O que é Ideologia?

O que é MASS Mídia ?

O que é ideologia de modo geral e segundo Adorno

Ideologia é poder, controle, algo que te faz acreditar sem que seu eu mais íntimo aceite, mas que você, ao receber a proposta, acredite ser. Para isso temos o processo ideológico. O processo ideológico faz com que o ser atingido acredite (em muita das vezes) precisar o que não necessita, e podemos ver isso de forma implícita e explícita.

Por exemplo, produtos em novelas, onde se vê o protagonista sempre usando como: shampoos, hidratantes, joias (no caso do mercado, bijuterias), cabelo, roupa e perfume é apenas uma forma do processo ideológico que, ao decorrer do tempo, faz com que o próprio telespectador sinta a necessidade de adquirir, e se este não tem a mínima vontade, os produtos utilizados pelo personagem viram tendência em revistas e consequentemente nos mercados de varejo e afins, afinal, o processo ideológico usado é apenas mais uma forma de obter capital daquele que não formou sua opinião antes de ligar a TV. Este processo ideológico é usado na forma implícita (ao decorrer do texto veremos o que Adorno diz sobre a Indústria Cultural).

Outro exemplo encontra-se na própria grade televisiva, entre um bloco e outro ou até mesmo durante o programa/atração que está sendo televisionado. Os intervalos comerciais servem para transmitir apenas propagandas, estas onde o processo ideológico é, muita das vezes, feito de forma apelativa e geralmente acompanhado de canções que se não fazem com que o receptor corra para comprar a mercadoria, cumpre com a mínima finalidade da publicidade que é deixar o telespectador com a música na cabeça. Esta forma apelativa de conseguir freguesia é o processo ideológico na forma explícita.

Segundo Adorno, o que se diz a respeito do que é ideologia ou não, não é tão diferente da forma como é classificada a ideologia de modo geral, exceto que Adorno trate de forma peculiar o objeto a ser analisado. Por exemplo, se o objeto a ser analisado foi feito sem finalidade alguma a não ser a arte, este objeto é cultural. Se fora feito com a finalidade de obter lucro futuramente, não é considerado arte, e sim mais um objeto da Indústria Cultural.

Podemos agora dizer o que é MASS Mídia e um pouco sobre a Indústria Cultural com as palavras de Daniel Ribeiro da Silva e trechos de Adorno.

A Indústria Cultural impede a formação de indivíduos autônomos, independentes, capazes de julgar e de decidir conscientemente. Com as palavras do próprio Adorno, podemos compreender o porque das suas reflexões acerca desse tema.

Teodoro Wiesengrund-Adorno, em parceria com outros filósofos contemporâneos, estão inseridos num trabalho muito árduo: pensar filosoficamente a realidade vigente. A realidade em que vivia estava sofrendo várias transformações, principalmente, na dimensão econômica. O Comércio tinha se fortalecido após as revoluções industriais, ocorridas na Europa e, com isso, o Capitalismo havia se fortalecido definitivamente, principalmente, com as novas descobertas cientificas e, consequentemente, com o avanço tecnológico. O homem havia perdido a sua autonomia. Em consequência disso, a humanidade estava cada vez mais se tornando desumanizada. Em outras palavras, poderíamos dizer que o nosso caro filósofo contemplava uma geração de homens doentes, talvez gravemente. O domínio da razão humana, que no Iluminismo era como uma doutrina, passou a dar lugar para o domínio da razão técnica. Os valores humanos haviam sido deixados de lado em troca do interesse econômico. O que passou a reger a sociedade foi a lei do mercado, e com isso, quem conseguisse acompanhar esse ritmo e essa ideologia de vida, talvez, conseguiria sobreviver; aquele que não conseguisse acompanhar esse ritmo e essa ideologia de vida ficava a mercê dos dias e do tempo, isto é, seria jogado à margem da sociedade. Nessa corrida pelo ter, nasce o individualismo, que, segundo o nosso filósofo, é o fruto de toda essa Indústria Cultural.

Segundo Adorno, na Indústria Cultural, tudo se torna negócio. Enquanto negócios, seus fins comerciais são realizados por meio de sistemática e programada exploração de bens considerados culturais. Um exemplo disso, dirá ele, é o cinema. O que antes era um mecanismo de lazer, ou seja, uma arte, agora se tornou um meio eficaz de manipulação. Portanto, podemos dizer que a Indústria Cultural traz consigo todos os elementos característicos do mundo industrial moderno e nele exerce um papel especifico, qual seja, o de portadora da ideologia dominante, a qual outorga sentido a todo o sistema.

É importante salientar que, para Adorno, o homem, nessa Indústria Cultural, não passa de mero instrumento de trabalho e de consumo, ou seja, objeto. O homem é tão bem manipulado e ideologizado que até mesmo o seu lazer se torna uma extensão do trabalho. Portanto, o homem ganha um coração-máquina. Tudo que ele fará, fará segundo o seu coração-máquina, isto é, segundo a ideologia dominante. A Indústria Cultura, que tem com guia a racionalidade técnica esclarecida, prepara as mentes para um esquematismo que é oferecido pela indústria da cultura – que aparece para os seus usuários como um “conselho de quem entende”. O consumidor não precisa se dar ao trabalho de pensar, é só escolher. É a lógica do clichê. Esquemas prontos que podem ser empregados indiscriminadamente só tendo como única condição a aplicação ao fim a que se destinam. Nada escapa a voracidade da Indústria Cultural. Toda vida torna-se replicante. Dizem os autores:

Ultrapassando de longe o teatro de ilusões, o filme não deixa mais à fantasia e ao pensamento dos espectadores nenhuma dimensão na qual estes possam, sem perder o fio, passear e divagar no quadro da obra fílmica permanecendo, no entanto, livres do controle de seus dados exatos, e é assim precisamente que o filme adestra o espectador entregue a ele para se identificar imediatamente com a realidade. Atualmente, a atrofia da imaginação e da espontaneidade do consumidor cultural não precisa ser reduzida a mecanismos psicológicos. Os próprios produtos (...) paralisam essas capacidade em virtude de sua própria constituição objetiva (ADORNO & HORKHEIMER, 1997:119).

Fica claro portanto a grande intenção da Indústria Cultural: obscurecer a percepção de todas as pessoas, principalmente, daqueles que são formadores de opinião. Ela é a própria ideologia. Os valores passam a ser regidos por ela. Até mesmo a felicidade do individuo é influenciada e condicionada por essa cultura. Na Dialética do Esclarecimento, Adorno e Horkheimer exemplificam este

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