Inatismo E Empirismo
Artigos Científicos: Inatismo E Empirismo. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: emilinhasp • 14/9/2014 • 4.555 Palavras (19 Páginas) • 1.954 Visualizações
INTRODUÇÃO
De onde vieram os princípios racionais? De onde veio a capacidade para a intuição e para o raciocínio? Nascemos com eles? Ou nos seriam dados pela educação e pelo costume? Seriam algo próprio dos seres humanos, constituindo a natureza deles, ou seriam adquiridos através da experiência?
Durante séculos, a Filosofia ofereceu duas respostas a essas perguntas. A primeira ficou conhecida como inatismo e a segunda, como empirismo.
O inatismo afirma que nascemos trazendo em nossa inteligência não só os princípios racionais, mas também algumas idéias verdadeiras, que, por isso, são idéias inatas . O empirismo, ao contrário, afirma que a razão, com seus princípios, seus procedimentos e suas idéias, é adquirida por nós através da experiência.
A partir de tais idéias, antagônicas e ao mesmo tempo coerentes, justifica-se a temática, Inatismo e Empirismo, desta pesquisa.
O objetivo deste trabalho é argumentar sobre ambas doutrinas filosóficas.
Posteriormente à parte introdutória, o trabalho divide-se em dois capítulos, sendo que, o primeiro aborda as doutrinas propriamente ditas e o segundo, argumenta sobre os aspectos favoráveis e desfavoráveis de cada uma delas.
O trabalho é concluído com a exposição de um quadro comparativo entre as duas doutrinas abordadas.
A autora elaborou a pesquisa de maneira clara e concisa, embasando-se nas referências consultadas, intercaladas com suas próprias conclusões.
CAPÍTULO 1 – INATISMO E EMPIRISMO
1.1 Inatismo
Platão (ANEXO A) defendia o Inatismo, “nascemos com princípios racionais e idéias inatas”. A origem das idéias, segundo Platão, é dada por dois mundos que são o mundo inteligível, que é o mundo que nós, antes de nascer, passamos para ter as idéias assimiladas em nossas mentes. Quando nós nascemos, no mundo conhecido por todos, o mundo em que vivemos, denominado por Platão como mundo sensível, nós já temos as idéias formuladas em nossas mentes, porém, muito guardadas. Para que elas sejam utilizadas é necessário “relembrar” as idéias já conhecidas através do mundo inteligível.
Para Platão existem quatro formas, ou graus, de conhecimento que são: crença, opinião, raciocínio e indução. Para ele as duas primeiras podem ser descartadas da filosofia, pois não são concretas; sendo que, as duas últimas são as formas de fazer filosofia. Para Platão tudo se justifica através da matemática. E é através dela que chegamos à verdadeira realidade. Para Platão o conhecimento sensível (crença e opinião) é apenas uma das realidades. Como se fosse uma visão dos homens do texto “Alegoria da Caverna” (ANEXO B). E o conhecimento intelectual (raciocínio e indução) é quem alcança a essência das coisas, as idéias.
1.1.1 Filósofos adeptos do Inatismo
Os principais filósofos adeptos do inatismo incluem Platão, Herbart de Cherburry, René Descartes, Plotino, Santo Agostinho, Antoine Arnauld, Cornélio Jansénio, Claude Lancelot, Ralph Cudwort, Gottfried Wilhelm Leibniz, Christian Wolff, Immanuel Kant e outros.
1.1.2 Inatismo como modelo de ensino
De acordo com as teorias do Inatismo, o segundo dos modelos, os seres já nascem sabendo tudo, entretanto, esse conhecimento está em estado latente, cabendo ao professor, tão somente, retirá-lo dos alunos, estimulando uma liberdade sem limites para que estes se desenvolvam.
Um conhecido colégio inglês, A.S. Neill’s Summerhill, tem os fundamentos baseados no inatismo, seu fundador, A.S. Neill, escreveu um interessante livro que contém os fundamentos desse modelo, cujo nome é “Liberdade sem medo”.
1.2 Empirismo
Aristóteles (ANEXO C) era um filosofo que defendia o Empirismo, “as idéias são adquiridas através de experiência”. Na realidade, o Empirismo não era concreto na época de Aristóteles, entretanto, muitos filósofos defendem que Aristóteles foi um dos criadores das principais idéias do Empirismo e para outros filósofos ele é apenas um realista, um filósofo que dá muita importância para o mundo exterior e para os sentidos, como a única fonte do conhecimento e aprimoramento do intelecto.
Ao contrário de Platão, Aristóteles defendia que a origem das idéias é através da observação de objetos para após a formulação da idéia dos mesmos. O único mundo é o sensível e que também é o inteligível.
Aristóteles diz que existem seis formas, ou graus, de conhecimento: sensação, percepção, imaginação, memória, raciocínio e intuição. Para ele o conhecimento é formado e enriquecido por informações trazidas de todos os graus citados e não há diferença entre o conhecimento sensível e intelectual, um é continuação do outro, a única separação existente é entre as cinco primeiras formas e a última, pois a intuição é puramente intelectual, mas isso não quer dizer que as outras formas não sejam verdadeiras e sim formas de conhecimento diferentes que utilizam coisas concretas.
1.2.1 Filósofos adeptos do Empirismo
Os principais filósofos adeptos do empirismo incluem Aristóteles, Alhazen, Avicena, Ibn Tufail, Robert Grosseteste, Guilherme de Ockham, Roger Bacon, Francis Bacon, Thomas Hobbes, Robert Boyle, John Locke, George Berkeley, Hermann von Helmholtz, David Hume, Leopold von Ranke, John Stuart Mill, Pavlov, Skinner, Mager, Bertrand Russell e outros.
1.2.2 Empirismo como modelo de ensino
O Empirismo, parte do princípio de que o homem é uma “tabula rasa” , um ser absolutamente passivo, uma folha em branco, e o professor, no caso, representa a transmissão do conhecimento e do saber. Ou seja, o aluno, nada sabendo, só consegue adquirir conhecimento através de aulas ministradas pelos mestres.
CAPÍTULO 2 – ANÁLISE DAS DOUTRINAS
2.1 Aspectos favoráveis e desfavoráveis do Inatismo e do Empirismo
A tese central dos inatistas
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