Maquiavel E As Questões Políticas
Casos: Maquiavel E As Questões Políticas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: E.Kant • 5/8/2014 • 1.065 Palavras (5 Páginas) • 560 Visualizações
Curso e Colégio Acesso
Filosofia – 1º. Ano – 3º. Bimestre
Capítulo 2 – Maquiavel e as questões políticas
Introdução
Nascido em Florença, Itália, Maquiavel (1.469-1.527) foi um dos grandes responsáveis pela
noção moderna de poder. Em Maquiavel também encontramos uma renovação do sentido e da relação
entre ética e política. Desta forma, muito folclore se construiu em torno de seu nome e de sua pessoa,
principalmente pela interpretação precipitada que se fez muitas vezes de seu pensamento.
Maquiavel foi compreendido como alguém imoral e desprovido de quaisquer valores. Por isso a
perspectiva do termo “maquiavélico” é sempre pejorativa. Mas, seria Maquiavel digno desta fama? O que
ele pretendia?
Maquiavel choca por fazer uma análise do homem considerando-o a partir de uma de suas
facetas, a do egoísmo. Sendo esse pensador um homem do seu tempo, homem de ideias políticas, ele
procurou entender a natureza e os limites do poder político. Maquiavel contemplou uma realidade; a
realidade da sua Itália, dividida, fragmentada em diversos principados e ducados. Numa constante briga
pelo poder e, inevitavelmente alternâncias constantes dos governantes, a Florença de Maquiavel refletia o
que ocorria também com as demais cidades italianas importantes do período. Para ele não se apresentava
logicamente o ideal cristão, mas sim algo que lhe seria entendido como próprio do homem, a luta pelo
poder. Por isso, os homens mentiam, matavam e julgavam-se acima da moral.
Ao contrário dos manuais que indicavam como devia agir um soberano, obras comuns na idade
Média e no Renascimento, o verdadeiro propósito de sua obra O Príncipe é a exortação para se tomar a
Itália e libertá-la das mãos dos bárbaros.
A originalidade da obra de Maquiavel está no prisma sob o qual a política é investigada, que é o
exercício do poder com um fim em si mesmo, promovendo assim a disjunção ou separação entre duas
disciplinas do conhecimento: a filosofia política e a filosofia moral (ética).
1) O Estado e a filosofia política de Maquiavel
No vocabulário da filosofia política, Estado significa o poder político institucionalizado e
exercido sobre o conjunto da população que vive em um determinado território, sendo sua característica
singular a possibilidade de uso legítimo da força, para assegurar a obediência às leis estabelecidas e às
decisões governamentais. O uso da palavra com essa conotação difundiu-se a partir do livro O Príncipe
de Nicolau Maquiavel.
Se anteriormente falamos do assunto político dentro de um prisma de ideal político, ou seja,
observamos a política dentro daquilo que seria ideal para uma determinada sociedade, mas bem diferente
do que se costuma presenciar em sua realidade concreta, agora em Maquiavel, a perspectiva é contrária ao
idealismo, uma vez que a política é examinada a partir do exercício concreto do poder. O filósofo vai ser
o primeiro a tratar a política pelo o que ela é de fato, e não pelo que ela deveria ser. Portanto, a filosofia
política em Maquiavel será conhecida pela expressão “realismo político”.
Pontos importantes da filosofia política, destacados principalmente no livro O príncipe:
a) A política é separada do universo doutrinário da igreja.
b) A política é recolada na condição de domínio específico do conhecimento filosófico.
c) A política tem como propósito o exercício do poder e não o bem estar da comunidade.
d) Política e moral, portanto, tornam-se ações separadas.
2) O temor dos súditos como fundamento do poder estatal
Para entender a obra de Maquiavel, precisamos conhecer como ele apresenta a natureza humana.
E para ele, os homens são os mesmos em todas as épocas e sociedades, e serão ainda assim nos tempos
futuros. E os homens são, por natureza, egoístas, caprichosos, dissimulados, ambiciosos, volúveis,
ingratos e interesseiros. Nota-se, portanto, que os homens não são confiáveis e não são dispostos à
colaboração sincera uns com os outros. Sob esse ponto de vista, é possível afirmar que as relações entre
os seres humanos sempre escondem os interesses individuais, ou sendo mais direto, as amizades existem
apenas pelos interesses egoístas das partes envolvidas.
E diante disso que Maquiavel faz em seu livro a pergunta: “para o governante, é melhor ser
amada do que ser temido ou é preferível ser temido a ser amado?”
Diante
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