Marx
Tese: Marx. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: eversonalexandre • 3/10/2014 • Tese • 1.470 Palavras (6 Páginas) • 292 Visualizações
Marx afirma que a consciência humana é sempre social e histórica, isto é, determinadapelas condições concretas de nossa existência.
Isso não significa, porém, que nossas idéias representem a realidade tal como esta é
em si mesmo. Se assim fosse, seria incompreensível que os seres humanos,conhecendo as causas da exploração, da dominação, da miséria e da injustiça nadafizessem conta elas. Nossas idéias, historicamente determinadas, têm a peculiaridadede nascer a partir de nossa experiência social direta. A marca da experiência social éoferecer-se como uma explicação da aparência das coisas como se esta fosse aessência das próprias coisas.
Não só isso. As aparências
–
ou o aparecer social à consciência
–
são aparências justamente porque nos oferecem o mundo de cabeça para baixo: o que é causaparece ser efeito, o que é efeito parece ser causa. Isso não se dá apenas no plano daconsciência individual, mas sobretudo no da consciência social, isto é, no conjunto deidéias e explicações que uma sociedade oferece sobre si mesma.
Feuerbach estudara esse fenômeno na religião, designando-o com o conceito dealienação. Marx interessa-se por esse fenômeno porque o percebeu em outras esferasda vida social, por exemplo, na política, que leva os sujeitos sociais a aceitarem adominação estatal porque não reconhecem quem são os verdadeiros criadores doEstado.
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Ele o observou também na esfera da economia: no capitalismo, os trabalhadores
produzem todos os objetos existentes no mercado, todas as mercadorias; após havê-
las produzido, as entregam aos proprietários dos meios de produção, mediante umsalário; quando vão ao mercado não conseguem comprar essas mercadorias. Olhamos preços, contam o dinheiro e voltam par casa de mãos vazias, como se o preço dasmercadorias existisse por si mesmo e como se elas estivessem à venda porquesurgiram do nada e alguém as decidiu vender. Em outras palavras, os trabalhadoresnão só não se reconhecem como autores ou produtores das mercadorias, mas ainda
acreditam que elas valem o preço que custam e que não podem tê-las porque valem
mais do que eles. Alienaram dos objetos seu próprio trabalho e não se reconhecemcomo produtores da riqueza e das coisas.
A inversão entre causa e efeito, princípio e conseqüência, condição e condicionado
leva à produção de imagens e idéias que pretendem representar a realidade. As
imagens formam um imaginário social invertido
–
um conjunto de representaçõessobre os seres humanos e suas relações, sobre as coisas, sobre o bem e o mal, o justo e o injusto, os bons e os maus costumes, etc. Tomadas como idéias, essasimagens ou esse imaginário social constituem a ideologia.
A ideologia é um fenômeno histórico-social decorrente do modo de produção
econômico.
À medida que, numa formação social, uma forma determinada da divisão social seestabiliza, se fixa e se repete, cada indivíduo passa a ter uma atividade determinada eexclusiva, que lhe é atribuída pelo conjunto das relações sociais, pelo estágio das
forças produtivas e pela forma da propriedade.
Cada um, por causa da fixidez e da repetição de seu lugar e de sua atividade, tende aconsiderá-los naturais (por exemplo, quando alguém julga que faz o que faz porquetem talento ou vocação natural para isso; quando alguém julga que, por natureza, osnegros foram feitos para serem escravos; quando alguém julga que, por natureza, as
mulheres foram feitas para a maternidade e o trabalho doméstico).
A naturalização surge sob a forma de idéias que afirmam que as coisas são como sãoporque é natural que assim sejam. As relações sociais passam, portanto, a ser vistascomo naturais, existentes em si e por si, e não como resultados da ação humana. Anaturalização é a maneira pela qual as idéias produzem alienação social, isto é, a
sociedade surge como uma força natural estranha e poderosa, que faz com que tudo
seja necessariamente como é. Senhores por natureza, escravos por natureza,cidadãos por natureza, proprietários por natureza, assalariados por natureza, etc..
A divisão social do trabalho, iniciada na família, prossegue na sociedade e, à medidaque esta se torna mais complexa, leva a uma divisão ente dois tipos fundamentais de
trabalho: o trabalho material de produção de coisas e o trabalho intelectual de
produção de idéias. No início, essa segunda forma e trabalho social é privilégio dossacerdotes; depois, torna-se função de professores e escritores, artistas e cientistas,pensadores e filósofos.
Os que produzem idéias separam-se dos que produzem coisas, formando um grupo àparte. Pouco a pouco, à medida que vão ficando cada
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