Mito de Dédalo
Por: SilverioBraz • 27/3/2016 • Resenha • 1.139 Palavras (5 Páginas) • 495 Visualizações
Dédalo e Ícaro, os limites de um sonhar
Dédalo, era um engenheiro e artesão famoso em Atenas, sua arte era conhecida por todos e sua fama se espalhava por toda Grécia. Os poderosos governantes queriam ter posse de suas esculturas ou morar nos belos edifícios e palácios que ele projetava. Como Dédalo não conseguia mais entregar seus pedidos, para aliviar sua sobrecarga, ele chamou seu sobrinho Talo para ser seu aprendiz.
Todos os ensinamentos da arte da arquitetura, cerâmica, escultura, foram passadas para o jovem que aos poucos se tornou um excelente aprendiz e genial artista, e com sua criatividade inventou o torno do oleiro. E com isso, provocou a inveja de Dédalo por não ter sido ele o criador de tal obra. Talo inventava coisas novas a cada dia, como por exemplo, o serrote ao ver os dentes pontiagudo de uma serpente, o compasso, etc.
A fama de Talo começou a espalhar por Atenas e com isso, foi conquistando os antigos clientes e admiradores de Dédalo que com a inveja que sentia de Talo, foi perdendo sua inspiração. Os trabalhos de Talo passaram a ser os preferidos e com isso Dédalo decidiu eliminá-lo por se sentir ofendido. Dédalo empurrou Talo de um precipício ao passar pelas muralhas do templo em Atenas.
Quando Dédalo voltava para sua oficina carregando um saco sujo de sangue ele foi surpreendido, e para se livrar das desconfianças das pessoas, ele falou que era uma serpente que tinha matado. Mas todo seu nervosismo não o ajudou nessa versão e fez com que pessoas curiosas o seguissem sorrateiramente até que ele jogasse o corpo de Talo em terreno.
Dédalo dói denunciado e conduzido para o cárcere, enquanto isso, Talo, transformado em um perdiz pela deuza da sabedoria Atenas, sobrevoava o tribunal. Dias após, Dédalo fugiu para Creta onde sua fama de engenheiro, artesão também tinha chegado. Minos, rei de Creta, o protegeu e exigiu que trabalhasse para ele.
Pasífae, esposa do rei, não tinha os caprichos reais, apaixonou-se por um touro e pediu para Dédalo criar uma armadilha que a permitisse atrair o touro. E deste amor incomum, nasceu o minotouro, corpo de homem e cabeça de touro. Com vergonha da traição, o rei ordenou que Dédalo construísse uma prisão onde jamais o monstro pudesse sair. Dédalo, então, construiu um labirinto com caminhos sinuosos e becos.
Esta prisão se tornou o maior obra arquitetônica. Quando o minotouro foi aprisionado, ele se revelou uma violenta fera e queria ser alimentado apenas de carne humana. Nesta altura, Minos já havia conquistado o reino de Atenas e exigiu o rei egeu sete rapazes e sete moças para serem sacrificadas. Revoltado com a exigência maléfica, Teseu, filho do rei de Atenas se misturou com os jovens que seriam enviados a Creta.
Chegando em Creta, teseu seduziu a filha do rei, princesa Ariadne e entrou no labirinto com um novelo de lã desenrolando desde a porta de entrada e derrotou o minotouro e saiu da labirinto seguindo a lã. Na saída a princesa o esperava para fugir levando seu irmão como refém. Foram perseguidos pelo rei e decidiram esquartejar o filho do rei. Minos culpou Dédalo pela tragédia e o encerrou juntamente com seu filho Ícaro dentro do labirinto onde seriam presos perpétuos.
Dédalo viveu seu sonho de liberdade até construir asas para conseguir sair voando de sua própria criação. Para construir as asas, Dédalo usou penas, amarrando-as e colando com cera. As asas foram criadas, e juntamente com seu filho saltaram para o infinito. Com o domínio do vôo, Dédalo recomendou a seu filho que não voasse muito baixo para não cair no mar, e nem voasse tão alto para que o sol não derretesse a cera.
Ícaro, deslumbrado com a sensação de liberdade e pela beleza do céu, Ícaro voou alto e os raios quentes do sol derreteram a cera e Ícaro caiu no mar. Dédalo desceu e apanhou o cadáver do filho e quando caminhava para sepultá-lo, o espírito de Talo que estava na forma de um perdiz, pairou sobre sua cabeça numa anunciada vingança.
Dédalo aportou na Sicília sendo recebido por honras pelo rei, contudo, vestia um luto perene e nada estimulava sua alma criadora. Sua genialidade havia se perdido e não sentia mais inveja como no passado. Minos aportou na cidade a procura de Dédalo, mas para protegê-lo, o rei cócalo fingiu receber Minos com honras e o convidou para um banho quente. Nisso, entrando na banheira, sentiu a água morna que de repente começou a ferver e o sufocou pelo calor e vapor. Dédalo estava livre de seu maior perseguidor e não sentindo mais sua liberdade seguiu ensinando sua arte. Muito venho, Dédalo realizou seu maior sonho, viu sua alma voar sem asas.
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