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Nietzsche, Decadência e Arte

Por:   •  10/4/2024  •  Trabalho acadêmico  •  759 Palavras (4 Páginas)  •  78 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

Centro de Ciências Humanas e Naturais

Disciplina de Introdução a Filosofia

Porque Nietzsche concebe a nossa religião, moral e filosofia como formas de decadência do homem e posteriormente concebe a arte como contramovimento a essa decadência

Vitória

2023

Para Nietzsche, as heranças da religião (Cristianismo), filosofia (Platonismo), e moral (Platônica/Cristã) deixadas na nossa sociedade, fazem raízes profundas no ser humano e controla o pensamento, concepções de valores e, consequentemente, manipula também o motor das ações de cada um, interferindo negativamente na maneira com a qual cada indivíduo vai agir e viver sua vida em sua passagem breve pelo mundo.

As consequências dessa herança e padrão de comportamento advindos dessa religião, filosofia e moral (que exercem forte domínio na realidade) são: o negacionismo da vida; sentimento de incompletude; insatisfação consigo e com a vida; privação de seus prazeres e felicidades; apagamento do seu verdadeiro ser, o que repele seu devir natural, e provoca a vontade de vingança que o leva a “transmundanidade”; o querer estar certo em vez da verdade de poder e criar algo excepcionalmente ardente que somente o ser em si poderia trazer à vida. Então para combater este sentimento, os indivíduos pertencentes a essa cultura inventam um mundo póstumo onde não há dor e sofrimento, onde enfim poderiam ser felizes, como forma de atribuir um significado apenas de sacrifício de si nesta passagem para merecer a recompensa da vida póstuma harmoniosa e “apolínia”. Essa atitude causa o impedimento da visão do mundo como ele é, priva o ser de viver uma vida quiçá boa nesta sua chance e causa a estagnação que pode ser percebida na atitude de viver à espera de um mundo justo e belo em vez de transformar o mundo que já existe em um mundo onde há justiça e perceber a beleza presente nos detalhes do mundo que há.

Ao aderir a essa cultura que invalida o encanto de viver atento e ativo, o indivíduo torna-se o que Nietzsche menciona por vezes como o “aleijado às avessas”, um ser que fortalece o que ele chama de razão e enfraquece todo o resto, se apegando a falsa razão incoerente de viver esperando algo que virá após a morte e deixando passar a oportunidade de viver ao máximo possível a vida que já o pertence. Este ato pode ser traduzido como um retrocesso fisiológico, pois o ser não realiza a transformação do “não ser” para o “ser”, ou seja, ele não realiza o realizável e vive pela superfície de uma existência rasa quando poderia estar experienciando as profundezas e intensidades de uma existência poderosa e bem aproveitada. Isto é a decadência do homem.

Nietzsche enxerga para essa fatalidade uma solução: A Arte. Pois a arte é o contrário dessa ira com o mundo e amor ao mundo idealizado. A arte é o amor a natureza conhecida deste mundo, e a representação de si por ela mesma. A arte aceita a vida e suas transformações e encontra neste ato o êxtase de criar e mudar o que há, de agir e fazer aquilo que somente o ser

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