Nietzsche O mal religioso. In: Além do bem e do mal
Por: victoria25 • 24/9/2018 • Resenha • 1.156 Palavras (5 Páginas) • 299 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL
CURSO DE HISTÓRIA
INTRODUÇÃO Á FILOSOFIA
Professor Dr. Paulo Hahn
Ewelin Cristine Puhl
Gabriela Riva Romam
Victória Artigas Pause
NIETZSCHE, Friedrich. O mal religioso. In: Além do bem e do mal. Tradução Renato Zwick; Porto Alegre, RS: L&PM, 2011.
Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu em 1844 na Alemanha e morreu em 25 de agosto de 1900, é um dos filósofos mais estudados nos dias de hoje, estendendo sua influência além da filosofia, se aprofundando na literatura, na poesia e todos os âmbitos das belas-artes. Marcando movimentos que vão do naturalismo alemão ao existencialismo francês, mostrando desde o princípio, que todo o pensador tem de sujar o próprio ninho.
Ele nasceu em uma família de pastores protestantes, vivendo em um tranquilo vilarejo, teve dois irmãos mais novos, sua infância seria o período mais feliz de sua vida, até que em 1849 seu pai veio a falecer, por conta de uma doença terminal no cérebro descoberta dois anos antes. Crescer em um ambiente de conservadores, cercado de moral e religião por todas as partes, fez destes dois seus maiores alvos de combate, considerando sua guerra pessoal contra ambas suas maiores vitórias.
Após a morte do pai se dedicou aos estudos, e se tornou filólogo, filósofo, crítico cultural, poeta e compositor, escrevendo diversos textos criticando a religião, moral, a cultura contemporânea, filosofia e ciência, usando preferencialmente da metáfora, ironia e aforismo em suas escritas. Tornou-se um dos críticos mais ferrenhos da religião, da moral e da tradição filosófica do ocidente, sendo um dos primeiros filósofos desde a Antiguidade a tentar capturar o homem na condição de fenômeno.
Além do bem e do Mal, foi publicado em 1886, e é considerado pelo autor sua mais importante e abrangente obra, seria o centro dessa guerra, o primogênito entre seus escritos negativos e negadores, afirmando ainda que essa obra é a primeira crítica séria da modernidade, da ciência moderna, da arte moderna e até mesmo da política moderna, concentrando seu foco sobre aquilo que está mais próximo do homem que o rodeia no cotidiano.
Nessa obra, Nietzsche desenvolve uma crítica a filosofia, a religião e a moral, e mostran as semelhanças existentes entre elas. Argumenta que o cristianismo representou a orientalização do mundo antigo e a reversão de todo os valores nobres da Grécia e de Roma. E complementa ainda que toda a filosofia praticada até sua época continua presa a preconceitos morais. Nietzsche coloca como saída para tudo isso a psicologia, pois seria, para ele, a única ciência capaz de jogar a âncora da análise mais fundo, podendo somente ela alcançar as distancias mais noturnas da alma humana.
Nietzsche demorou a ser levado a sério e estudado na filosofia, por conta de indevidas explorações de certos aspectos de seu pensamento, principalmente por sua irmã que o deturpou em uma biografia sobre ele, e o nazismo ao qual sua irmã simpatizava e ajudou a fomentação dessa aliança.
Ele levanta uma famosa questão que atormenta o pensamento humano a muitos séculos: Nossa essência é boa ou má? Nascemos bons e nos tornamos maus ou já nascemos maus e o meio é que nos coloca freios morais? Ou será que não nascemos nem bons nem maus, apenas dotados de instintos? E ainda, de onde surgiram os conceitos de bondade e maldade? Segundo Nietzsche, o bem e o mal; a verdade e a mentira; e a beleza e o feio não existiam de forma inata no homem, mas sim o desejo, a vontade de alcançar o poder. Para ele, o catolicismo do ocidente criou valores que acabaram por limitar o homem a se superar, sendo ela, também, responsável pelos valores tradicionais.
O livro instiga o leitor a pensar, e Nietzsche coloca em xeque toda a filosofia ocidental praticada até sua época, pois para ele, ela é presa a preconceitos morais que foram os responsáveis por enfraquecer o Ocidente.
O capítulo escolhido pelo grupo para ser trabalhado foi a terceira parte do livro, intitulada "O mal religioso". A primeira seção aborda a relação da antiga fé cristã, trazendo a ideia de que esta sempre exige uma certa forma de submissão moral dos seus fiéis.
Seguindo o texto, Nietzsche critica a negação das próprias vontades em função de satisfazer os ideais cristãos citando o filósofo Schopenhauer, de quem partiu esta ideia. Aos olhos de Nietzsche, não cabe tanto aos habitantes do Norte quanto ao das raças latinas a ideia de seguir fielmente o catolicismo.
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