O Barroco
Trabalho Universitário: O Barroco. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 14/12/2014 • 1.546 Palavras (7 Páginas) • 1.684 Visualizações
O que é o Barroco?
Barroco é um estilo artístico caracterizado pela extravagancia, exuberância e excesso de ornamentos, que surgiu na Itália na segunda metade do século XVII e se estendeu até o começo do século XVIII.
O Barroco, originário da Itália, difundiu-se pela França, Espanha, Portugal, Inglaterra e acabou sendo adotado em todos os países ocidentais. O estilo dominou a arquitetura, a pintura, a escultura, a literatura, a música e por extensão, toda a cultura desse período, incluindo os costumes, valores e relações sociais da época.
O Barroco representava uma oposição ao Renascimento, cujas formas primavam pela harmonia e simplicidade. Nascido de uma livre interpretação das formas clássicas do Renascimento caracterizou-se pelo requinte, rebuscamento, grandiosidade e pelo exagero dos adornos. Era tal a abundância de detalhes decorativos nas superfícies, que davam muitas vezes a impressão de terem sido esculpidas.
O Barroco se expandiu na arte eclesiástica, que desejava propagar a fé católica. Em nenhuma época se construiu tantas capelas e igrejas monumentais. A arte barroca surgiu também na construção de palácios, com o objetivo de causar admiração e poder.
Durante o século XVIII, esse pomposo estilo arquitetônico sofreu varias adaptações. Uma delas foi o estilo rococó na França, assim chamado devido aos ornatos de um capitel de coluna em forma de espiral e desenhos de conchas frequentemente empregadas.
Arquitetura Barroca
A expressão típica da arquitetura barroca são as Igrejas, amplamente construídas durante o movimento contrarreforma. A simetria do renascimento fica para trás, vê-se o dinamismo e a imponência, meandros, elementos contorcidos e espirais, produzem diferentes efeitos visuais nas fachadas e no desenho dos interiores. Colunas, teto elevado, muitas janelas que permitem a entrada de luz do sol, uso de elementos da escultura, os palácios barrocos são construções sem limites sobre a paisagem, com várias alas e repetições de janelas e colunas.
O Barroco na arquitetura demonstra uma libertação espacial das geometrias, perpetrado uma riqueza de detalhes que exasperavam as emoções e, concomitantemente, uma declaração visível da riqueza e do poder da igreja, posto que o novo estilo manifestou-se, em particular, no contexto das novas ordens religiosas. Não obstante, na arquitetura barroca o que prevalecia era a teatralidade e obras monumentais, provocando distintos resultados visuais, tanto no exterior, quanto no interior das construções.
Catedral de Santiago de Compostela Pelourinho, Salvador-Bahia
Pintura Barroca
A pintura barroca é uma pintura realista, concentrada nos retratos no interior das casas, nas paisagens, nas naturezas mortas e nas cenas populares (barroco holandês). No norte da Europa, Rembrandt e Vermeer ampliaram os limites do realismo.
Por outro lado, a expansão e o fortalecimento do protestantismo fizeram com que os católicos utilizassem a pintura como um instrumento de divulgação da sua doutrina. Na Itália e na Espanha, a Igreja Católica, em clima de militância e Contrarreforma, pressionava os artistas para que buscassem o realismo mais convincente possível.
Características da pintura barroca:
- Composição simétrica, em diagonal - que se revela num estilo grandioso, monumental, retorcido – substituindo a unidade geométrica e o equilíbrio da arte renascentista.
- Acentuando contraste de claro-escuro (expressão de sentimentos), era um recurso que visava a intensificar a sensação de profundidade.
- Realista, abrangendo todas as camadas sociais.
- Escolha de cenas no seu momento de maior intensidade dramática.
- A luz não aparece por um meio natural, mas sim projetada para guiar o olhar do observador até o acontecimento principal da obra, como acontece na obra ‘’Vocação de São Mateus’’, de Caravaggio, mostrada abaixo.
Literatura barroca
Os homens barrocos buscavam pela salvação, mas ao mesmo tempo queriam usufruir dos prazeres mundanos, o que entrava em conflito direto com os católicos conservadores da época. Pode-se dizer que era o antropocentrismo (homem) se opondo ao teocentrismo (Deus), o pecado e o perdão, a religiosidade medieval e o paganismo do período renascentista. O Barroco destaca tudo que é inconstante, que muda de aspecto, que está em movimento.
As figuras de linguagem no Barroco:
- Antítese: aparece na contradição do homem barroco, seu dualismo. Ela revela o contraste que o escritor consegue ver em quase tudo;
- Hipérbole: dá ideia de grandiosidade e pompa à escola literária barroca;
- Metáfora: comparações implícitas nos textos;
- Paradoxo: remete à união de duas ideias contrárias em um só pensamento: se opõe ao racionalismo da arte renascentista;
- Prosopopeia: personifica os seres inanimados para dar mais dinamicidade à realidade.
Principais autores do barroco brasileiro:
1- Bento Teixeira: marco inicial do barroco brasileiro em 1601 usando prosopopeia.
2- Gregório de Matos: apelidado de ‘’Boca do Inferno’’, escreveu poesia lírica, satírica e religiosa. Não publicou nada em vida, o que conhecemos de sua obra é fruto de pesquisas. O apelido é porque o autor retratava a sociedade da época (ás vezes com uma linguagem considerada de baixo calão).
3- Padre Antônio Vieira: “Sermão da Sexagésima’’, “Sermão de Santo Antônio aos peixes’’.
Cultismo, gongorismo e conceptismo:
Pode se chamar de cultismo ou gongorismo ou jogo de palavras, o rebuscamento da forma, a obsessão pela linguagem culta e erudita. É o abuso de figuras de linguagem no texto, especialmente a metáfora, antítese e o hipérbato. Já o conceptismo pode ser entendido como a preocupação com as associações inesperadas que seguem o raciocínio lógico e racionalista. Este é o aspecto construtivo da arte literária barroca que se volta para o jogo das ideias e conceitos.
Antíteses comuns nas obras barrocas:
- claro X escuro
- vida X morte
- tristeza X alegria
Música barroca
A música barroca é geralmente exuberante: ritmos enérgicos, melodias com muitos ornamentos, contrastes de timbres instrumentais e de sonoridades fortes com suaves. Imitação da natureza.
Música vocal:
Orfeu, do compositor Montiverdi (1567-1643) escrita no ano de 1607 é a primeira grande ópera. Ópera é uma peça teatral em que os papéis são cantados ao invés de falados. A ópera de Montiverdi possuía uma orquestra formada de 40 instrumentos variados, inclusive com violinos, que começavam a tomar lugar das violas. Alessandro Scarlatti (1660-1725) foi o mais popular compositor italiano de óperas. Na França os principais compositores de óperas foram Lully (1632-1687) e Rameau (1683-1764). Nascido na mesma época da ópera, o Oratório é outra importante forma de música vocal barroca. O oratório é um tipo de ópera com histórias tiradas da Bíblia. Com o passar do tempo os oratórios deixaram de ser representados e passaram a ser apenas cantados. Os mais famosos oratórios são os do compositor alemão Haendel (1685-1759), do início do século XVIII: Israel no Egito, Sansão e o famoso Messias. As Cantatas são oratórios em miniaturas e eram apresentados nas missas. Exemplos:
Ópera
Oratório
Estilo coral
Música instrumental:
Durante o período barroco, a música instrumental passou a ter importância igual a da música vocal. A orquestra passou a tomar forma. No inicio a palavra ‘orquestra’ erausada para designar um conjunto formado ao acaso, com os instrumentos disponíveis no momento. Mas no século XVII, o aperfeiçoamento dos instrumentos de cordas, principalmente os violinos, fez com que a seção de cordas se tornasse uma unidade independente. Os violinos passaram a ser o centro da orquestra, ao quais os compositores acrescentavam outros instrumentos: flautas, fagotes, trompas, trompetes, tímpanos. Um traço constante nas orquestras barrocas era a presença do cravo ou órgão como continuo, fazendo o baixo e preenchendo a harmonia. Novas formas de composição foram criadas, como a fuga, a sonata, a suíte e o concerto
Principais compositores barrocos:
- Alessandro Scarlatti (1660 – 1755)
- Antonio Vivaldi (1678 – 1741)
- Arcangelo Corelli (1653 – 1713)
- Domenico Scarlatti (1685 – 1757)
- Henry Purcell (1659 – 1695)
- George F. Haendel (1685 – 1759)
- George Philipp Telemann (1681 – 1767)
- Jean-Philippe Rameau (1683 – 1764)
- Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)
- José Antônio Carlos Seixas (1704 – 1742)
A música barroca continuou a ser apreciada ao longo dos séculos e ainda hoje serve de inspiração a estilos musicais muito diferentes.
Escultura Barroca
A arte barroca originou-se na Itália, mas não tardou a irradiar-se por outros países da Europa e a chegar também ao continente Americano, trazida pelos colonizadores portugueses e espanhóis. A escultura barroca é marcada pela exuberância de formas e pelo jogo de luz e expressões teatrais. Um excelente exemplo da escultura típica do barroco é o Êxtase de Santa Tereza do consagrado escultor Gian Lourenzo Bernini. Bernini executou fontes e retábulos de altares.
O barroco brasileiro foi fortemente influenciado pelo barroco português, porém com um tempo foi assumindo características próprias como usar madeira e pedra sabão que era bastante abundante na região mineira. Foram usados para criar belíssimos púlpitos, talhas em altares mores, pedestais, nichos, pios batismais e imagens. A grande produção artística barroca no Brasil ocorreu nas cidades auríferas de Minas Gerais, no chamado século do ouro (XVIII). O principal representante das esculturas do barroco mineiro foi o escultor e arquiteto Antônio Francisco de Lisboa, também conhecido como Aleijadinho. Foi considerado por muitos o maior escultor da América Latina. Suas obras de forte caráter religioso têm como características o predomínio de linhas curvas dos drapejados das vezes e do uso do dourado, os gestos e os restos dos personagens revelam emoções fortes e o limite físico humano, exaustão.
A escultura barroca, ao contrário do renascentismo, tem a sobriedade e racionalidade de formas. Este pensamento não se demonstra apenas nas esculturas, mas também na pintura, moda, escrita e até mesmo no modo de vida das pessoas. As obras barrocas romperam o equilíbrio entro o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência que os artistas renascentistas procuravam realizar de forma muito consciente.
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