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O CONCEITO DA ARTE NA FILOSOFIA

Por:   •  17/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.591 Palavras (7 Páginas)  •  696 Visualizações

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Seminário de Filosofia

“O conceito da arte na filosofia”


Introdução

Arte é a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética, feita por artistas a partir de percepção, emoções e ideias, com o objetivo de estimular esse interesse de consciência em um ou mais espectadores, e cada obra de arte possui um significado único e diferente.

A história da arte consiste em uma ciência que estuda os movimentos artísticos, as modificações na valorização estética, as obras de arte e os artistas. Esta análise é feita de acordo com a vertente social, política e religiosa da época que é estudada. Várias outras ciências servem de auxílio para a história da arte, como a numismática, paleografia, história, arqueologia, etc.

A palavra arte vem do latim  ars,artis" maneira de ser ou de agir, habilidade natural ou adquirida, arte, conhecimento técnico, tudo que é de indústria humana, ciência, ofício, instrução, conhecimento, saber, profissão, destreza, perícia, habilidade, gênio, talento, qualidades adquiridas.


Desenvolvimento

Desde a Antiguidade até os dias atuais, pensadores discutem sobre as manifestações artísticas e suas funções. É perceptível a diferença das definições de arte, por exemplo, entre as visões de Platão, Aristóteles, Leonardo da Vinci e Baumgarten.

Platão

Platão divide a realidade em dois universos, o primeiro contém formas puras e o segundo, o fundamento da existência dos seres. A partir dessa divisão ele formula sua crítica à arte, crendo que a arte é uma imitação. Mas nem toda imitação é arte, a arte seria aquela que esconde a verdade, corrompe e deseduca. O mudo é uma cópia do real e esses afastamentos do verdadeiro já é uma dessemelhança ainda que natural.

A arte afasta ainda mais do real, pois é o que Platão chama de Simulacro, que introduz uma desmedida maior do que a própria existência do mundo natural. Por isso Platão rejeita a arte em seu estado ideal, que também distância o homem da verdade, já que a arte é cópia da cópia, imitação da imitação.

Além disso, Platão prega que o artista quando produz uma obra entra em uma espécie de transe, não estando consciente de suas ações. Platão prega que a arte venha violar a si mesma, mas pode-se salvar se submetendo as regras da filosofia.

Aristóteles

Aristóteles como Platão considera a arte como imitação, porém, para ele esse modelo platônico é inútil e insustentável. Na visão de Aristóteles, a realidade é o sensível e a imitação é benéfica porque representa uma composição de narrativas que mostram experiências possíveis. A imitação tem um caráter pedagógico, pois seu efeito promove uma identificação com o personagem, criando ou despertando sentimentos que purificam e educam.

Não é imitação de uma imitação, e sim imitação direta da própria idéia, do inteligível dentro do sensível. Na arte, esse inteligível universal é encarnado, concretizado num sensível, num particular e se torna intuitivo, graças ao artista. O objeto da arte não é o que aconteceu uma vez como é o caso da história, mas o que por natureza deve, necessária e universalmente, acontecer. Aristóteles utiliza a tragédia acima das outras formas de arte, porque ela trata dos dramas humanos em que só os melhores conseguem ser felizes resolvendo tais dramas.

A arte seria a imitação da realidade no seu elemento essencial, o inteligível, este recebe como que uma nova vida através da fantasia criadora do artista, isto porque o inteligível deve ser materializado pelo artista num particular.

Aristóteles representa uma grande influência sobre a identificação da arte com a idéia, devido a sua definição de arte onde a forma interior deve residir na alma do artista antes de ser transferida à matéria através de sua atividade. A expressão artística é o que dá o poder de representar a beleza.

A beleza aristotélica sucede de uma preocupação com a harmonia, presente em sua concepção de universo, já que para ele o mundo era caos e passou por um ordenamento. Esse embate entre caos e harmonia foi transposto para a questão da beleza. A beleza para Aristóteles é propriedade do objeto, que deve possuir harmonia entre as partes e grandeza proporcional, sendo possível assim contemplar o belo sem precisar ir ao mundo das idéias.

Leonardo da Vinci

Um grande estudioso dos aspectos do corpo humano do período renascentista é Leonardo da Vinci (1452-1519). Do renascimento passa a estudar o microcosmo e o macrocosmo. O conhecimento antes utilizado para examinar as causas, ingressa em um processo para a investigação dos fenômenos, leis e regularidades internas da natureza.

O artista ao explorar experimentalmente as estruturas do corpo humano, consegue localizar e detalhar as unidades e funções que compõe o organismo. Para isso ele desenvolve a técnica de dissecação, trazendo descobertas ao campo da medicina. As justificativas dessas intervenções relacionam-se ao ideal da perfeição, sendo assim para o artista poder pintar com precisão o corpo o humano ele deveria conhecê-lo.

Leonardo da Vinci integrava em sua visão de mundo a ciência e a arte. Ele mesmo era Cientista e Artista ao mesmo tempo, e estas duas dimensões se completavam intimamente na sua maneira de apreender o mundo. A arte era concebida por ele como uma ‘Ciência da representação da Natureza’, e é isto o que o habilita falar mais autorizadamente em uma “imitação científica da Natureza” por oposição à “imitação mecânica”. Por outro lado, ele defendia uma ideia específica de conhecimento científico que contribui para delinear melhor o tipo de integração entre ciência e arte que almejava. O cientista, como o artista, deveria ser um observador e um experimentador.

A concepção de arte de Leonardo da Vinci acha-se interferida não apenas pelos aspectos ligados aos modos de representar, mas também pelas escolhas do que deve ser representado. Alberti, grande teorizador da Arte Renascentista, defendia a ideia de que, em sua busca do que representar, o artista deveria se empenhar na seleção do “mais belo” da natureza. Ao contrário, Leonardo da Vinci asseverava que todos os aspectos e elementos da natureza deveriam ser buscados pela imitação artística. Conforme registra um de seus escritos, ele não estava interessado no belo, mas sim no individual e característico. O feio poderia ser tanto objeto da representação artística como o belo. Outro aspecto fundamental da concepção de arte exposta por Leonardo da Vinci em seus escritos, e que com muita frequência faz com que ele seja apontado como um precursor de uma forma mais moderna de conceber a arte é a sua afirmação de que a “arte é coisa mental”. Ele tinha clareza de que a maioria das pessoas via mais frequentemente com o intelecto do que com os olhos, propriamente ditos.

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