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O Conceito De "Esclarecimento" Segundo Kant

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Por:   •  11/3/2015  •  766 Palavras (4 Páginas)  •  762 Visualizações

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O Conceito de “Esclarecimento” Segundo Kant

Immanuel Kant escreve um artigo tentando responder a pergunta “O que é esclarecimento?” Segundo Kant, esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade. Menoridade esta que é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. E o culpado dessa menoridade é o próprio indivíduo.

O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Sapere aude! Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento (KANT, 2005. p. 63-64).

Kant afirma que todo individuo vive uma situação de menoridade em algum momento ou fase de sua vida, isso pode acontecer tanto por comodismo como por oportunismo, medo ou preguiça. Mas o que não pode acontecer é o indivíduo permanecer na menoridade a vida toda, renunciando esse processo a si e aos outros.

Neste caso, a menoridade é natural, pois se confunde com imaturidade, já que nenhuma pessoa nasce pronta. No entanto, Kant questiona aquelas autoridades (principalmente religiosas) que, através do medo ou do constrangimento, mantêm seus sujeitos em menoridade quando já teriam condições intelectuais de não sê-lo, e ironiza aqueles sujeitos que vivem uma situação de menoridade auto-imposta.

A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma tão grande parte dos homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma direção estranha, continuem, no entanto de bom grado menores durante toda a vida. São também as causas que explicam porque é tão fácil que os outros se constituam em tutores deles. É tão cômodo ser menor. [...] Não tenho necessidade de pensar, quando posso simplesmente pagar; outros se encarregarão em meu lugar dos negócios desagradáveis (KANT, 2005. p. 64).

Pode-se até pensar: “É cômodo ser menor!”. Alguns instrumentos servem de condição para uma perpétua menoridade. Um livro que possa pensar pelo indivíduo ou um pastor que age como se fosse a consciência do mesmo são exemplos de como se pode continuar sendo “menor” e deixando de pensar por si próprio.

Para haver esclarecimento deve se ter liberdade, mas a limitação da mesma está por toda parte. Em várias situações se pode questionar, mas não se pode desobedecer, um grande exemplo disso é o pagamento do imposto: pode-se questionar este pagamento, mas não se deve deixar de pagá-lo, pois acarretaria diversas consequências.

Para este esclarecimento, porém, nada mais se exige senão liberdade. E a mais inofensiva entre tudo aquilo que se possa chamar liberdade, a saber: a de fazer um uso público de sua razão em todas as questões. Ouço, agora, porém, exclamar de todos os lados: não raciocineis! O oficial diz: não raciocineis, mas exercitai-vos! O financista diz: não raciocineis, mas pagai! O sacerdote proclama: não raciocineis, mas crede. Eis aqui, por toda a parte a limitação da liberdade (KANT, 2005. p. 65).

Portanto, ser esclarecido é, antes de tudo, um compromisso moral com o aperfeiçoamento e bem-estar da sociedade, respeitando as hierarquias sociais existentes. No entanto, por medo, comodismo, oportunismo ou preguiça, poucos se tornam efetivamente

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