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O Estoicismo

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Por:   •  24/5/2014  •  1.006 Palavras (5 Páginas)  •  796 Visualizações

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Quem foi Epicteto

Epicteto foi um filósofo grego, pertencente à Escola Estóica, que viveu a maior parte de sua vida como escravo em Roma. De seus ensinamentos conservam-se um manual, e alguns discursos, editados por seu discípulo, Flávio Arriano. Seu nome vem do grege "epiktetos", que quer dizer "adquirido" ou "comprado".

Epicteto nasceu em 55 d. C. em Heliópolis, na Frígia na Turquia. Ainda durante a infância chegou a Roma como escravo do liberto Epafrodito, que havia servido como escravo de um imperador.

A data da manumissão (libertação legal) de Epicteto é incerta. O que se sabe é que, por volta do ano 93 d. C. ele foi exilado, junto com outros filósofos residentes em Roma, pelo imperador Domiciano. Dirigiu-se, então, a Nicópolis, no noroeste da Grécia, onde abriu sua própria escola. Entre os romanos que, apesar do exílio, o procuraram como mestre estava Flávio Arriano, que chegaria a ser historiador conservaria os textos com ensinamentos de seu professor na obra "Discursos de Epicteto". Epicteto faleceu em Nicópolis, no ano 135 d. C.

Os "novos estóicos"

Epicteto compõe, ao lado de Sêneca de Córdova e de Marco Aurélio, imperador romano da dinastia dos Antoninos, o grupo dos chamados "novos estóicos", que corresponde à terceira fase do estoicismo. A escola estóica conheceu outras duas fases. A primeira, representada por Zenão de Círio, Cleantes de Asso e Crisipo de Solunte, principal filósofo da escola. A segunda fase, conhecida como médio estoicismo, é representada por Panécio de Rodes e Posidônio, mestre de Cícero introdutor do estoicismo na Grecia.

Para os estóicos, a virtude é o único bem da vida. E viver de acordo com a virtude significa viver conforme à natureza, que se identifica com a razão, no sentido cósmico universal. O lado patológico da realidade humana é constituído pelos afetos e pelas inclinações, consistindo a virtude na liberdade diante deles, dominando-os.

Na opinião dos estóicos, sendo a virtude o único bem, o vício é também o único mal, sem termos intermediários, que são indiferentes para esses filósofos. A noção de dever, de viver segundo a razão, que significa o senso de responsabilidade, foi introduzida na ética pelos estóicos.

Misticismo e religiosidade

No que se refere ao pensamento de Epicteto, ele retoma a tradição cínica (a Escola Cínica, representada por Antístenes e Diógenes de Sinope, influenciou os estóicos) e simplifica-a ao extremo, transformando-a em filosofia do imediato e do universal, exposta sob a forma de exortações morais, impregnadas de misticismo e religiosidade, que valorizam a resignação e o ascetismo.

Como são Paulo, que se dizia "bom soldado de Cristo", também Epicteto considerava-se um soldado, dedicando-se à missão moral e destacando, em plano superior ao das especulações acerca da substância de Deus, a filiação divina dos homens, designados como "o próximo" tanto por Epicteto como por Marco Aurélio.

Os estóicos e a felicidade

Epícteto deparava-se com um problema que dizia respeito diretamente à sua felicidade. Ao pensarmos na relação senhor escravo, todos imaginam imediatamente que o senhor será feliz e o escravo infeliz. Afinal, o senhor tem tudo o necessário à felicidade: as melhores comidas, as melhores roupas, os mais variados divertimentos e não precisa trabalhar. Já o escravo não tem nada, nem mesmo o seu próprio corpo, que pertence ao senhor.

Como o escravo poderia ser mais feliz que o seu dono? Isso seria possível?

O filósofo resolveu a questão através de uma inversão de valores. Para ele, o que nos deixa felizes não são as coisas que temos, mas o significado que damos a elas. Por exemplo, se um belíssimo carro nos lembra uma pessoa querida, que morreu, esse carro será fonte não de alegrias, mas de tristezas.

Para Epícteto, o que nos torna felizes é a forma como encaramos aquilo que nos ocorre. Assim, devemos distinguir entre as coisas que podemos mudar e aquelas que não podemos mudar. Entristecer-se ou preocupar-se com algo que não podemos mudar, é tolice. Esse ponto de vista foi expresso na frase: “Deus me dê paciência para aguentar aquilo que não pode ser mudado, coragem para mudar aquilo que pode ser mudado e principalmente sabedoria para distinguir um do outro”.

Mas os estóicos não só propunham paciência para aquilo que não pode ser mudado. Na verdade, os infortúnios podem ser fonte de felicidade, dependendo do sentido que se dá a isso. Se tudo que tenho é minha roupa do corpo, mas amo essa roupa, ela é fonte de felicidade. Essencialmente, o que importa é a atitude mental. “Se sou forçado a morrer, porém não entre gemidos, a ir para a prisão, mas não em meio a lamentações, a sofrer o exílio, mas o que impede que seja alegremente e de bom humor?” dizia Epícteto.

Para ele, o que nós realmente possuímos não são os bens, os amigos, a saúde, nem o nosso próprio corpo, mas apenas o uso de nossas representações, o significado que damos às coisas que nos ocorrem, pois ninguém pode nos forçar a um uso que não desejamos.

Assim, para estóicos, devemos passar pelos momentos tristes da mesma forma que passaríamos pelos alegres. É tolo aquele que no dia de sol, reclama de calor e num dia de inverno, reclama do frio. Sábio é aquele que sabe usufruir o melhor tanto do inverno quanto da doença.

O que é a felicidade segundo os filósofos.

Provavelmente, cada pessoa que resolver responder a esta pergunta apresentará uma resposta própria, pois a felicidade, num certo sentido, é algo individual, pessoal e intransferível. Por outro lado, há uma ideia de felicidade que pertence ao senso comum e é compartilhada pela esmagadora maioria das pessoas: felicidade é ter saúde, amor, dinheiro suficiente, etc. Além disso, a ideia de felicidade não é uma coisa recente. Com certeza, ela acompanha o ser humano há muito tempo e faz parte de sua história.

Sendo assim, é possível traçar a evolução histórica dessa ideia, se nos debruçarmos sobre a disciplina que sempre se dedicou a investigar nossas ideias, de modo a defini-las e esclarecê-las: a filosofia. Na verdade, a ideia de felicidade tem grande importância para a origem da filosofia. Ela faz parte das primeiras reflexões filosóficas sobre ética, que foram elaboradas na Grécia antiga.

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