O Negro Na Escola
Exames: O Negro Na Escola. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: danyeldantas • 13/6/2014 • 755 Palavras (4 Páginas) • 291 Visualizações
s universidades públicas sempre receberam o mérito de representar um espaço no qual poderia se exercer o pensamento crítico do país e do mundo. No entanto, quanto às discussões acerca da justiça racial, o mundo acadêmico demonstra-se indiferente e ignorante a respeito da exclusão racial com a qual convive (Carvalho, 2006). Um contexto formado historicamente fez, e ainda faz, com que as desigualdades raciais existentes no Brasil sejam maquiadas ou percebidas como menores, em relação a outros países, ou até inexistentes. Negando a existência deste preconceito, impossibilita-se que se aja, política e socialmente, sobre ele. (GT Ações Afirmativas, 2006).
Segundo Carvalho (2006), desde as primeiras instituições de ensino superior brasileiras não há discussões acerca da elite branca que constitui os cursos mais respeitados do país (Medicina, Direito, Engenharia, etc.). Mesmo após a abolição da escravatura, ao invés de o governo investir na qualificação dos ex-escravos, agora cidadãos do país, optou por substituir os poucos espaços de poder e influência que os negros haviam conquistado pelo estímulo à imigração européia (Andrews, citado por Carvalho, 2006). Assim, os europeus – de também baixa qualificação - que chegaram ao Brasil, em poucas décadas, ascenderam socialmente, enquanto que os negros foram empurrados sistematicamente para as margens da sociedade.
Hoje temos, no Brasil, uma população de 3.500.000 de estudantes de ensino superior (menos de 2% da população total), desses, apenas 1.000.000 estudam nas universidades e demais instituições públicas de ensino superior, representando 0,6% dos brasileiros que contam com a educação superior gratuita. Visto anteriormente que as universidades públicas foram concebidas, ao menos idealmente, como instituições imbuídas da missão de pensar o país em sua complexidade e diversidade, além de gerar conhecimentos capazes de auxiliar na solução dos problemas nacionais, espera-se que essa elite universitária represente a diversidade étnica e racial do país para melhor pensar e atuar sobre seus problemas (Carvalho, 2006).
Os percentuais da representação negra nas universidades brasileiras são alarmantes, visto que 96% dos atuais universitários são brancos e apenas 3% são negros - 1% são amarelos. Destes 96%, uma porcentagem também considerável é constituída de descendentes de imigrantes, o mesmo contingente que uma vez viveu em condições de precariedade similares às dos negros que viveram na virada do século XIX. As diferenças entre brancos e negros não estão presentes apenas nesses percentuais, cabe lembrar que o Brasil é a segunda nação com maior população de descendência negra do mundo – 47% (84,6 milhões, sendo 7% de pretos e 40% de pardos) e dos 25 milhões de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza, 70% são negros e 58 milhões de brasileiros vivam na pobreza (um mínimo de R$200,00 por mês), desses, 63% são negros (Carvalho, 2006).
Carvalho (2006), coloca que a discriminação pela cor, além da discriminação pela renda, ainda prejudica o avanço escolar dos alunos negros, visto que uma pesquisa do IPEA demonstrou que 44,3% das crianças, de 11 a 14 anos, pertencentes ao grupo dos 25% mais pobres do Brasil, estão cursando a segunda fase do primeiro grau, enquanto que apenas 27,4% dos negros
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