O Pequeno Princípe
Monografias: O Pequeno Princípe. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Jessicandrs • 20/3/2015 • 916 Palavras (4 Páginas) • 396 Visualizações
Nota:
Não é sem apreensão que os amigos do Petit Prince o vêem, caído em terras do
Brasil, correr aqui sua aventura. O homem de Estado, o homem de negócios, o geógrafo
e até mesmo o guarda-chaves (sem suspeitar que são entrevistados no livro) afastarão o
volume com desdém: - livro para crianças!
Sem dúvida, as crianças o acolherão de braços abertos, porque elas são capazes de
compreender tudo, mesmo os livros para gente grande. Pois temos a certeza de que se
trata de um livro - e urgentíssimo! para adultos. "O Pequeno Príncipe" é uma fábula. Ou,
se preferirmos, uma parábola.
Não é um livro para crianças, porque traz justamente a mensagem da infância, a
mensagem da criança. Essa criança que irromperá de repente no deserto do teu coração,
a milhas e milhas de qualquer região habitada, - e na qual reconhecerás (ó prodígio!) os
teus olhos, o teu riso, a tua alma de há vinte ou trinta anos. A menos que não queiras ver,
a face do Pequeno Príncipe, a face de um outro, coroada com espinhos de rosa...
Este livro é também um teste. É o verdadeiro desenho número 1. Se não o quiseres
compreender, se não te interessares pelo seu drama, aqui fica a sentença do Príncipe: -
"Tu não és um homem de verdade. Tu não passas de um cogumelo!"
A LÉON WERTH
Peço perdão às crianças por dedicar este livro a uma pessoa grande. Tenho uma
desculpa séria: essa pessoa grande é o melhor amigo que possuo no mundo. Tenho um
outra desculpa: essa pessoa grande é capaz de compreender todas as coisas, até mesmo
os livros de criança. Tenho ainda uma terceira: essa pessoa grande mora na França, e ela
tem fome e frio. Ela precisa de consolo. Se todas essas desculpas não bastam, eu dedico
então esse livro à criança que essa pessoa grande já foi. Todas as pessoas grandes
foram um dia crianças. (Mas poucas se lembram disso.) Corrijo, portanto, a dedicatória:
A LÉON WERTH
QUANDO ELE ERA PEQUENINO
I
Certa vez, quando tinha seis anos, vi num livro sobre a Floresta Virgem, "Histórias
Vividas", uma imponente gravura. Representava ela uma jibóia que engolia uma fera. Eis
a cópia do desenho.
Dizia o livro: "As jibóias engolem, sem mastigar, a presa inteira. Em seguida, não
podem mover-se e dormem os seis meses da digestão."
Refleti muito então sobre as aventuras da selva, e fiz, com lápis de cor, o meu
primeiro desenho. Meu desenho número 1 era assim:
Mostrei minha obra prima às pessoas grandes e perguntei se o meu desenho lhes
fazia medo.
Respondera-me: "Por que é que um chapéu faria medo?"
Meu desenho não representava um chapéu. Representava uma jibóia digerindo um
elefante. Desenhei então o interior da jibóia, a fim de que as pessoas grandes pudessem
compreender. Elas têm sempre necessidade de explicações. Meu desenho número 2 era
assim:
As pessoas grandes aconselharam-me deixar de lado os desenhos de jibóias
abertas ou fechadas, e dedicar-me de preferência à geografia, à história, ao cálculo, à
gramática. Foi assim que abandonei, aos seis anos, uma esplêndida carreira de pintor. Eu
fora desencorajado pelo insucesso do meu desenho número 1 e do meu desenho número
2. As pessoas grandes não compreendem nada sozinhas, e é cansativo, para as crianças,
estar toda hora explicando.
Tive pois de escolher uma outra profissão e aprendi a pilotar aviões. Voei, por assim
dizer, por todo o mundo. E a geografia, é claro, me serviu muito. Sabia distinguir, num
relance, a China e o Arizona. É muito útil, quando se está perdido na noite.
Tive assim, no decorrer da vida, muitos contatos com muita gente
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