O Perigo de Uma História Única
Por: 92040790 • 10/10/2016 • Resenha • 790 Palavras (4 Páginas) • 275 Visualizações
ADICHIE, Chimamanda – O Perigo de uma história única -
Ao nos depararmos com o relato da autora , aparenta se ser um discurso pessoal de suas experiências. Mas ao ver que aos poucos estas experiências pessoais são fatos que vivemos todos os dias , independente do país onde vivamos ou nascemos . Se nos analisarmos todo esse conteúdo ao nos referirmos a historia mundial iremos perceber que a todo momento e isso talvez seja transmitido por gerações que de uma forma ou de outra , acabam cometendo o “ perigo de contar uma historia única “. Isso pode acontecer em qualquer parte do mundo . Quando crianças , dependendo do grau de instrução dos pais é possível que recebamos informações a respeito de historias que não condizem com a realidade. A autora cita a cerca da escrita e de sua importância a ser fundamental , pois através dela possamos conhecer o contraditório a nossa própria historia . Porem é importante que se tenha acesso a literatura local e a das mais diversas culturas existentes, para que se tenha uma visão e conhecimento mais completo do mundo.
A autora relata a cerca de quando ingressou na universidade e se deparou com o choque em que seus colegas americanos quanto as expectativas a respeito dela. Posições que eram reveladores de duas grandes noções que ainda permeiam o senso comum sobre a África.
E em se tratar de noções primeiramente é da África como um lugar atrasado , miserável , subdesenvolvido , é de uma ideia velha de que está em uma evolução da humanidade, baseado em seu desenvolvimento tecnológico sobre tudo , onde a África ocupa o ultimo lugar .
Operar no senso comum sobre em que a África é a do continente africano como um todo , como uma única identidade , pautada na noção de raça negra. Um tipo de visão que é revelada também pelo professor de Chimamanda Adichie ao analisar seu romance e concluir que este não era “autenticamente africano”.
Chimamanda relata ainda que acabou desenvolvendo uma espécie de “ identidade africana “ , mesmo não possuindo a antes . Fato que pode ser analisado pela autora estar num contexto cultural distinto do seu e onde esperavam a “diferença” que ela possuía, uma caracterização do outro como um ser totalmente distinto e idealizado que no fim das contas acaba por se auto-afirmar como distinto.
Ao ver o relato da autora nossa atenção é voltada depois sobre a relação da historia única com as relações de poder , quem está contando a historia , sobre quem, como , pra quem são ,e a quantidade de versões , e o poder ai mesmo está , nestas características e como podem definir o outro .
Outro ponto importante da discussão em que a autora nos traz é referente a parte do debate sobre cultura, é a criação de generalizações que as pessoas fazem sobre comportamentos ou, sendo características de outros , colocando todos de uma forma geral sendo todos um povo só . São ignoradas as diferentes histórias que compõem os indivíduos – suas experiências e práticas – que constituem um ser complexo, expoente de um contexto cultural que também é complexo e diverso, ao contrário da idéia ocidental de que nas sociedades “outras” não há indivíduos.
Quantas vezes nós desenvolvemos a nossa única historia , e pensamos em transmiti-la como verdade absoluta, sem o compromisso de que cada um é único e colaborador de sua realidade? Que enxergar apenas pelos nossos conceitos , crenças , credos, poderá comprometer seriamente a qualidade e importância da historia . Além de colaborar para a criação de rótulos, preconceitos e estereótipo.
Conclusão
O senso comum tem fatores positivos e negativos . Se por um lado reúne conhecimentos e sabedoria popular e os transmite de geração em geração fornecendo bases para uma vida resultada pela a ação na sociedade na qual estamos , por outro lado pode gerar a longo prazo crenças ou opiniões menos verdadeiras e até preconceituosas que se arrastam pelo tempo , somente ultrapassadas por estudos científicos. E é nesse ponto em que é benéfica a interligação entre o Senso comum , baseado em testemunhos culturais , e o conhecimento cientifico , baseado em métodos de pesquisas. Um, é a continuação do outro, a Ciência pode comprovar ou desmistificar fatos/acontecimentos baseados no Senso comum, através dos métodos de pesquisa científica.
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