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O QUE É ÉTICA

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Por:   •  2/12/2014  •  4.677 Palavras (19 Páginas)  •  277 Visualizações

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O Que É

ÉTICA

APRESENTAÇÃO

Este resumo refere-se ao tema do que é ética relacionada ao livro de Álvaro Valls, no entanto a mesma está na ordem do dia.

Todos os dias nossas vidas, nossas relações pessoais e profissionais, nossas atitudes são moldadas por ideias e conceitos que "moram" dentro de nós.

Refletir sobre a ética é contribuir para aumentar a reflexão sobre a ação humana, tornando-nos mais sensíveis e mais sensatos, porque ela nos aproxima da realidade e• nos torna mais conscientes das ações que praticamos em qualquer espaço da nossa vida.

OS PROBLEMAS DA ÉTICA

A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de explicar, quando alguém pergunta.

Mas também chamamos de ética a própria vida, quando conforme aos costumes considerados corretos. A ética pode ser o estudo das ações ou dos costumes, e pode ser a própria realização de um tipo de comportamento. No entanto deveria chamar-se uma ciência normativa.

Segundo Álvaro Valls didaticamente, costuma-se separar os problemas teóricos da ética em dois campos: num os problemas gerais e fundamentais (como liberdade, consciência, bem, valor, lei e outros); e no segundo, os problemas específicos de aplicação concreta como os problemas de ética profissional, de ética política, de ética sexual, de ética matrimonial, de bioética etc.

A ética se distingue de outros ramos do saber, ou de outros estudos de comportamentos humanos, como o direito, a teologia, a estética, a psicologia, a história, a economia e outros. /

Especificamente ética parece ser absolutamente fundamental. Os costumes mudam e o que ontem era considerado errado hoje pode ser aceito. Quem se comportasse de maneira discrepante, divergindo dos costumes aceitos e respeitados, estaria no erro, pelo menos enquanto a maioria da sociedade ainda não adotasse o comportamento ou costume diferente.

É claro que, de qualquer maneira, a ética tem pelo menos também uma função descritiva: precisam procurar conhecer, apoiando-se em estudos de antropologia culturais e semelhantes aos costumes. Os costumes das diferentes épocas e dos diferentes lugares. Mas ela não apenas retrata os costumes: apresenta também algumas teorias, que não se identificam totalmente com as formas de sabedoria que geralmente concentram os ideais de cada grupo humano. A ética tem sido também uma reflexão teórica.

Segundo Álvaro Valls a humanidade só refere por escrito depoimento sobre as normas de comportamentos (e teorias) dos últimos milênios, embora os homens já existissem há muito tempo. Mas é importante então lembrar que as grandes teorias éticas gregas também traziam a marca do tipo de organizações social daquela sociedade, a mesma ajudam a compreender a distância entre as doutrinas éticas escritas pelos filósofos.

Porém o que os gregos pensavam da pederastia, ou os casos em que os romanos podiam abandonar uma criança recém-nascida, ou as relações entre o direito de propriedade e o "não cobiçarem a mulher do próximo", o casamento com uma prima em quinto grau constituía uma culpa mais grave do que o abuso sexual de uma empregada do castelo. Não são apenas os costumes que variam, mas também os valores que os acompanham, as próprias normas concretas, os próprios ideais, a própria sabedoria, de um povo a outro.

Deve haver um princípio ético supremo, que perpasse a pré-história e a história da humanidade. Casar com uma prima de até sétimo grau era um crime e um pecado. O costume então era bastante matreiro: os nobres se casavam sem perguntar pela genealogia, e só se preocupavam como o incesto quando eventualmente desejassem dissolver o casamento, anulando-o. Mas então temos de nos perguntar qual a importância desta regulamentação ética para nós hoje, numa época de capitalismo avançado (ou mesmo selvagem), onde a grande maioria se sustenta ou empobrece graças exclusivamente ao seu trabalho pessoal, à sua força de trabalho, independente de linhagem e de herança.

Pois os protestantes, principalmente os calvinistas, sempre valorizaram eticamente muito mais o trabalho e a riqueza, enquanto os católicos davam um valor maior à abnegação, ao espírito de pobreza e de sacrifício.

Sendo que a contrapartida nos permite entender por que, no século passado, o ideal do homem cristão enaltecia muito mais o burguês culto, casado, com famílias grandes e boas economias acumuladas, cultor da vida urbana e social. E os grandes pensadores éticos sempre buscaram formulação que explicassem, a partir de alguns princípios mais universais, tanto a igualdade do gênero humano no que há de mais fundamental, quanto às próprias variações.

Dois nomes merecem ser logo citados como estrelas de primeira grandeza desse firmamento: o grego antigo Sócrates (470- 399 a.C e o alemão prussiano Kant (1724- 1804).

Sócrates, o filósofo que aparece nos Diálogos de Platão, usando o método da maiêutica (interrogar o interlocutor até que este chegue por si mesmo à verdade, sendo o filósofo uma espécie de "parteiro das ideias"), foi condenado beber veneno. A acusação era de que ele seduzia a juventude, não honrava os deuses da cidade e desprezava as leis da polis (cidade-estado). Sócrates obedecia às leis, mas as questionava em seus diálogos, procurando fundamentar racionalmente a sua validade. Ele ousava, portanto, perguntar se estas leis se eram justas. E mesmo que chegasse a uma conclusão positiva, o conservadorismo grego não podia suportar esse tipo de questionamento, pois as leis existiam para serem obedecidas, e não para serem justificadas.

Sócrates foi chamado, muitos séculos depois, "o fundador da moral", porque a sua ética (e a palavra moral é sinônimo de ética, acentuando talvez apenas o aspecto de interiorização das normas) não se baseava simplesmente nos costumes do povo e dos ancestrais, assim como nas leis exteriores, mas sim na convicção pessoal, adquirida através de um processo de consulta ao seu "demônio interior" (como ele dizia), na tentativa de compreender a justiça das leis.

Sócrates seria então, para muitos, o primeiro grande pensador da subjetividade, o que, alias, também transparecia por seu comportamento irônico.

Ora, se este movimento de interiorização da reflexão e da valorização da subjetividade ou da personalidade começa com Sócrates, parece que ele culmina com Kant, lá pelo final do século XVll.

Kant buscava uma ética de validade universal. Sua filosofia se volta sempre, em primeiro

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