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O Que é a Felicidade

Por:   •  25/2/2022  •  Tese  •  688 Palavras (3 Páginas)  •  116 Visualizações

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O que é a felicidade?

Desde que há memória, o Humano sempre procurou um significado para aquilo que nos move. Falo da felicidade, cuja procura sempre guiou o Homem na escolha das suas ações. Deste modo, procurarei, neste ensaio, responder a esta dúvida intemporal, abordando diferentes teses, com a perfeita noção que a resposta é completamente subjetiva e varia consoante a maneira de cada pessoa ver a vida e tudo o que a mesma envolve.

Quando se enfrenta esta pergunta, a opinião de cada pessoa será sempre individual e intransferível. Considero que a resposta é afetada por todos os momentos que vivenciou, bem como pelas suas memórias, educação e, principalmente, pelo que ainda não tem: está presente na natureza do Homem a insaciabilidade, ou seja, nunca estamos satisfeitos com o que temos. Isto leva-me a outra questão: Será que algum dia seremos totalmente felizes? Na minha opinião, não. Porém, não vejo isso como algo negativo. Penso que a felicidade absoluta provocaria o término do sentido da vida, pois não teríamos o contraste entre a felicidade e a tristeza. Assim, creio que o que nos torna pessoas felizes é a luta pela felicidade. Então, o que é a felicidade?

Há uma ideia de felicidade que pertence ao senso comum e é compartilhada pela esmagadora maioria das pessoas: felicidade é ter saúde, amor e estabilidade. Eu concordo, em parte, com este pensamento. No entanto, penso que o conhecimento contribui para a nossa felicidade, pois viveríamos na ignorância se não procurássemos aprender, numa vida que não seria verdadeiramente feliz, por não se adequar à realidade.

A discussão desta ideia começou com Demócrito de Abdera, filósofo grego da Antiguidade, defendia que ser feliz era possuir um “bom demónio”, que surge no significado grego de felicidade: “eudaimonia”, palavra que é composta do prefixo “eu”, que significa bom, e de daimon cujo significado é demónio. Esta expressão relacionava-se com a sorte do indivíduo, que se não estivesse presente, este enfrentaria uma vida infeliz. Porém, considero que a felicidade não deve estar dependente da sorte, pois o Homem tem a capacidade de a conquistar. Por este motivo, não considero a tese do filósofo a mais acertada.

Sócrates deu novo rumo à compreensão da ideia de felicidade, postulando que ela não se relacionava apenas à satisfação dos desejos e necessidades do corpo, pois, para ele, o homem não era só o corpo, mas, principalmente, a alma. Assim, a felicidade era o bem da alma que só podia ser atingido por meio de uma conduta virtuosa e justa. O maior discípulo de Sócrates, Platão, considerava que todas as coisas têm a sua função. Assim, como a função do olho é ver e a do ouvido, ouvir, a função da alma é ser virtuosa e justa, de modo que, exercendo a virtude e a justiça, ela obtém a felicidade. Por sua vez, Aristóteles, discípulo de Platão, conclui que a maior virtude da nossa “alma racional” é o exercício do pensamento, pelo que, segundo ele, a felicidade chega a identificar-se com o pensamento do filósofo, o qual, inclusive, aproxima o ser humano da divindade.

O filósofo espanhol, Julian Marias, alertou-nos para a ausência da reflexão filosófica sobre a felicidade nos dias de hoje, concluindo ser um sintoma de infelicidade da Humanidade. Eu revejo esta realidade na nossa sociedade, e sinto que realmente

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