O Suplício do Papai Noel
Por: Velton Pires • 31/1/2018 • Resenha • 1.314 Palavras (6 Páginas) • 300 Visualizações
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA
Curso: Licenciatura em Matemática
Disciplina: Introdução a Filosofia
Professor (a): Anderson Araújo
Aluno (a): Velton Cardoso Pires
RESUMO SIMPLES:
O SUPLÍCIO DO PAPAI NOEL
Claude Lévi-Strauss
Claude Lévi-Strauss, inicia o artigo “O Suplício do Papai Noel”, apontado que na França em 1951, as festas de Natal, foi marcada por um polemica que gerou grande repercussão junto a impressa, gerando um clima inusitado e diferente do acostumado nesta época do ano. Diante disso, as autoridades ligadas a igreja, manifestavam sua desaprovação a grande importância que a figura do Papai Noel estava recebendo a cada ano pelos comerciantes e famílias. Estas autoridades acusavam uma “paganização”, como o autor se refere, do dia de Natal, deturpando o sentido propriamente cristão dessa comemoração, valorizando um conto sem valor religioso.
Os ataques aumentavam nas vésperas desta data, tendo a união da Igreja Protestante, com a Igreja Católica. Então, o ponto crítico ocorreu em uma manifestação, no dia 24 de dezembro, descrita pelo jornal como: Papai Noel é queimado no átrio da catedral de Dijon diante de crianças de orfanatos. Contando com a aprovação do clero de Dijon, que condenava o Papai Noel como usurpador e herege. Sendo um gesto simbólico, para representar os lares cristãos da paróquia.
O espetáculo feito no átrio da catedral, foi avaliado de diversas maneiras pela população, podendo ter consequências imprevistas pelos seus organizadores. Neste mesmo dia, o suplício do Papai Noel, estava em todos os noticiários. De modo geral, a atitude do clero foi criticada, forçando que as autoridades religiosas, omitissem o caso.
Lévi-Strauss, no decorrer do seu texto afirma que, a comemoração do natal, na França, assumiu uma dimensão desconhecida antes da guerra. Que este desenvolvimento, certamente é resultado da influência direta dos Estados Unidos. Por isto, as decorações natalinas, se baseiam em pinheiros iluminados, papeis decorativos para embrulhar os presentes, os cartões de boas-festas, por fim, uma grande influência capitalista, em que os adultos se vestem de Papai Noel para receber os pedidos das crianças nas grandes lojas de departamento. O autor coloca outros aspectos, que validam sua teoria deste costume, que não se pode esquecer que esta comemoração, já estava presente antes da guerra, estava em processo de crescimento na França e em toda parte da Europa. Tendo em vista que a melhoria do nível de vida e motivos mais sutis.
Segundo Levi, a descrição do Natal presente nos séculos de XVIII, não diferem muito da nossa. Assim, este ritual percorre ao longo da história, sendo a forma americana uma encarnação moderna deste ritual. Ao longo do texto, o autor nos mostra alguns costumes presentes nos dias atuais e em quais momentos eles se derivam. Mas, de todo modo, o Papai Noel, em sua forma atual, é uma criação moderna.
No próximo tópico, vemos que a figura do Papai Noel se vestir de vermelho, ter barba banca, ser chamado de “papai” e ser idoso, se deriva, de uma forma benevolente, ou seja, uma forma de mostrar que além de ser experiente, traz a essência dele ser carinhoso e bondoso, uma figura que temos com nossos familiares idosos, como avós. Presando um papel como de divindade, pois o Papai Noel, não é um personagem mítico, lendário, sendo na verdade um ser sobrenatural e imutável, criado pela modernidade, em que, a única diferença entre o Papai Noel e uma divindade é que os adultos não creem nele como um Deus. A vinda do Papai Noel, lembra as crianças que a generosidades dele será proporcional ao bom comportamento, assim tendo um benefício que seria o direito de exigir presente.
O autor chega na conclusão que, após uma análise puramente sincrônica, que os historiadores admitem em geral que a origem do Papai Noel se encontra no Abade de Liesse, um personagem europeu condecorado rei do Natal, chegando em uma contradição, pois esse personagem, Abade de Liesse, se reconhecem como herdeiros do reis das Saturnais, em que, as Saturnais eram festas que celebravam as pessoas mortas por violência ou abandonados em sua sepultura e, por trás desse personagem surge a figura do “bom velhinho” caridoso e benfeitor das crianças.
De fato, o personagem do Papai Noel para Lévi-Strauss, se resulta na fusão de vários personagens, como: Abade de Liesse, bispo-menino, São Nicolau, entre outros e a escolha da data foi uma decisão condicionada. Como as celebrações desses personagens eram todas próximas do dia 25 de dezembro, então a data para celebrar o natal ficou neste dia por conveniência principalmente da igreja, pois, estas comemorações poderia substituir as festas pagãs celebradas neste período de dezembro. Para o autor cabe a nós distinguir esta relação do ponto de vista estrutural do histórico, de fato, um personagem real que se tornou mítico, uma representação da juventude, simbolizado da idade madura, um apóstolo das mas condutas, incumbido de sancionar boas condutas.
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