O Wittgenstein
Por: Luan Rufino • 3/6/2015 • Trabalho acadêmico • 972 Palavras (4 Páginas) • 152 Visualizações
Para ele, Wittgenstein sua tarefa filosófica consiste em analisar a relação da linguagem com o mundo, a possível coincidência entre linguagem e realidade. A filosofia da linguagem examina até que ponto proposições escritas ou ditas representa os dados da experiência sensível e, portanto, têm sentido ou são absurdas.
A filosofia assim entendida é a crítica da linguagem e os problemas filosóficos são, na verdade, problemas de linguagem. Consequentemente, toda filosofia é uma crítica da linguagem. A filosofia torna-se uma atividade – um exercício de compreensão, nunca uma teoria. Desse modo, parte do pressuposto que os problemas da filosofia podem ser solucionados através da observação de como a linguagem funciona. Os problemas filosóficos são problemas de linguagem. A linguagem lógica-matemática configura-se, então, no centro da reflexão filosófica de Wittgenstein. Na Crítica da Razão Pura, Kant delimita os limites do conhecimento, no Tractatus Wittgenstein delimita os sentidos da linguagem e quais as possibilidades que a fazem ter sentido.
Parte-se, primeiramente o que é linguagem na teoria tractiana? Linguagem é a totalidade das proposições. Assim, a proposição é o que podemos dizer que dá o sentido da linguagem e que possui a capacidade de dar sentido à expressão de um pensamento. A proposição ainda é articulada, não sendo, portanto um amontoado ou uma mistura de palavras – é um articulado de nomes que podem expressar um pensamento. Uma proposição necessita de articulação para se tornar compreensível. Uma proposição, no Tractatus entende-se como uma sentença expressando um pensamento, ao revés de ser uns amontoados de palavras. A proposição apontada no Tractatus é um articulado de nomes, mas não puramente uma ligação de nomes imediatos. Elas são proposições elementares. Como visto em sala de aula, a totalidade das proposições formadoras da linguagem são funções de verdade das proposições elementares, sendo estas constituídas de nomes, uma vinculação, um encadeamento imediato de nomes . Por esse viés, em última análise as proposições elementares são uma ligação imediata de nomes.
[Por nomes, outra característica da linguagem do Tractatus, é entendida como simples signos – signos primitivos pelo fato de ser o signo primeiro da linguagem], e se vem primeiro não pode ser desmembrado, nunca aparecem sozinhos na linguagem, sempre aparecem num contexto de uma proposição elementar. Os nomes, para o autor não possuem significado algum fora do âmbito da proposição, ou seja, eles constituem na condição de possibilidade da linguagem. Assim, um signo une-se a outro para formação de uma proposição. Os nomes não têm referência independentemente, a proposição como um todo têm referência. No aforismo o filósofo diz: “Situações podem ser descritas não nomeadas. (Nomes são como pontos, proposições são como flechas, elas têm sentido”. Em outras palavras, se para a sentença aRb a letra a somente ganha sentido no contexto com uma relação mínima com b, quando forma uma proposição. Logo, os nomes sozinhos nada significam.
Dessa maneira, o que fica claro no Tractatus que para a linguagem existir, necessariamente devam existir nomes. Assim, as proposições têm a capacidade ou o poder de ir ao mundo e fazer sua representação – representá-lo. Para tal, tem-se que ter em mente a concepção de como a linguagem figura o mundo? Como se configura o mundo? A ideia de figuração é outra característica fundamental da teoria tractiana.
Como resposta a primiera indagação: Configura-se o mundo porque o mundo e a linguagem, ambos possuem a mesma forma lógica, conteúdos diferentes, porém a mesma forma. (4.021). Wittgenstein ainda, sobre a figuração do mundo dia: “Figuramos os fatos” (2.1). E, o mundo é a totalidade
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