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Os PRIMEIROS FILÓSOFOS (PRÉ-SOCRÁTICOS OU NATURALISTAS)

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Por:   •  3/6/2014  •  1.427 Palavras (6 Páginas)  •  1.562 Visualizações

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O PRIMEIROS FILÓSOFOS (PRÉ-SOCRÁTICOS OU NATURALISTAS)

A grande aventura intelectual dos gregos não começou propriamente na Grécia continental, mas nas colônias da Jônia e da Magna Grécia, onde florescia o comércio. Os primeiros filósofos viveram por volta dos séculos VII e VI a.C. e, mais tarde, foram classificados como pré-socráticos, quando a divisão da filosofia grega centralizou-se na figura de Sócrates.

Os escritos dos filósofos pré-socráticos desapareceram com o tempo, e só nos restam alguns fragmentos ou referências de filósofos posteriores. Sabemos que geralmente escreviam em prosa, abandonando a forma poética característica das epopéias, dos relatos míticos.

PERÍODOS DA FILOSOFIA GREGA:

- PRÉ-SOCRÁTICO (séc. VII e VI a.C.). Os primeiros filósofos ocupavam-se com questões cosmológicas, iniciando a separação entre filosofia e o pensamento mítico.

- SOCRÁTICO OU CLÁSSICO (séc. V e IV a. C.). Ênfase nas questões antropológicas e maior sistematização do pensamento. Desse período faz parte os sofistas, o próprio Sócrates, Platão e Aristóteles.

-PRÉ-SOCRÁTICOS (séc.III e II a. C.). Durante o helenismo, preponderou o interesse pela física e pela ética. Surgiram as correntes filosóficas do estoicismo (Zenão de Cítio), do hedonismo (Epicuro) e do ceticismo (Pirro de Èlida).

O PRINCÍPIO DA TODAS AS COISAS

Os primeiros pensadores centraram a atenção na natureza e elaboraram diversas concepções de cosmologia. Note que dizemos cosmologia, conceito que se contrapõe à cosmologia de Hesíodo. Enquanto no período mítico a cosmologia relata o princípio como origem no tempo (o nascimento dos deuses), as cosmologias dos pré-socráticos procuram a racionalidade constitutiva do Universo.

Todos eles procuram explicar como, diante da mudança (do devir), podemos encontrar a estabilidade; como, diante do múltiplo, descobrimos o uno. Ao perguntarmos como seria possível emergir o cosmo do caos – ou seja, como da confusão inicial surge o mundo ordenado -, os pré-socráticos buscam o princípio (em grego, a arkhé) de todas as coisas, entendido não como aquilo que antecede no tempo, mas como fundamento do ser. Buscar a arkhé é explicar qual é o elemento constitutivo de todas as coisas.

As respostas dos filósofos à questão do fundamento das coisas, da unidade que pode explicar a multiplicidade, são as mais variadas. Vejamos alguma delas:

• Para Tales de Mileto (640-548 a.C.), astrônomo, matemático e primeiro filósofo, a arkhé é a água. É tido como o pensador que deu origem à indagação racional sobre o universo. Inspirando-se provavelmente em concepções egípcias, acrescidas de suas próprias observações de corpos hídricos – como rios e mares -, bem como da vida animal e vegetal, ele dizia: “tudo é água”. Para ele, a água – por permanecer basicamente a mesma, em todas as transformações dos corpos, apesar de assumir diferentes estados (sólido, líquido e gasoso) – seria a arkhé, a substância primordial, a origem de todas as coisas, presente em tudo o que existe.

• De acordo com Pitágoras (séc. VI a.C.), filósofo e matemático, o número é a essência de tudo; todo o cosmo é harmonia, porque é ordenado pelo números. Conta-se que, para chegar a essa tese, primeiro teria percebido que a harmonia dos acordes musicais correspondiam a certas proporções aritméticas. Supôs, então, que as mesmas relações se encontrariam na natureza. Unindo essa suposição aos seus conhecimentos de astronomia – que podia, por exemplo, calcular antecipadamente o deslocamento dos astros -, concebeu a idéia de um cosmo harmônico, regido por relações matemáticas (teoria da harmonia das esferas). Se para Pitágoras “tudo é número”, isso quer dizer que o princípio fundamental a (arkhé) seria a estrutura numérica, matemática, da realidade.

• Para Anaximandro (610 – 547 a.C0, o fundamento dos seres é uma matéria indeterminada, ilimitada (apeíron, em grego), que daria origem a todos os seres materiais. Discípulo de Tales,procurou aprofundar as concepções do mestre sobre a origem única de todas as coisas e resolver os problemas que este lançara. Em meio aos diversos elementos observáveis e determinados no mundo natural, pares contrários que se “devoram entre si” (água, terra, ar e fogo). Anaximandro acreditava não ser possível eleger uma única substância material como princípio primordial de todos os seres vivos, a arkhé. Ele dizia que tinha de ser alguma substância diferente, ilimitada, e que dela nascessem o céu e todos os mundos contidos neles. Assim, para esse filósofo, o princípio primordial deveria ser algo que transcendesse os limites do observável, ou seja, não se situaria em uma realidade ao alcance dos sentidos, como a água. Por isso, denominou-se apeíron, termo grego que significa “o indeterminado”, “o infinito” no tempo. O apeíron seria a “massa geradora” dos seres e do cosmo, contendo em si todos os elementos opostos.

• Para Anaxímenes (588 -524 a.C.), é o ar, que pela rarefação e condensação faz nascer e transformar todas as coisas. Discípulo de Anaximandro concordava que a origem de todas as coisas é indeterminada. Entretanto, recusou-se a atribuir a essa indeterminação o caráter de arkhé. Para ele esta não poderia ser um elemento situado fora dos limites da observação e da experiência sensível, como o apeíron de Anaximandro. Em discordância com os aspectos do pensamento dos dois mestres anteriores, mas buscando uma síntese entre eles. Anaxímenes incorporou

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