PARADIGMAS
Por: Hellen Santos de Araújo • 3/8/2015 • Trabalho acadêmico • 667 Palavras (3 Páginas) • 394 Visualizações
PARADIGMA… O MODO DE ORGANIZAR?
Resumo: O texto aborda o sistema organizador de dados, o paradigma. Os dados são os fatos ocorridos, as estratégias, métodos, problemas, hipóteses que o observador utiliza para observá-los, até elaborar uma teoria sobre determinado assunto de forma organizada. A organização de dados é eficaz para qualquer teoria, conceito, metodologia, interpretação. No paradigma, quando um dado não atende ao padrão de organização adotado, esse é descartado. Porém os dados não são organizados de forma aleatória, são estruturados dentro de um determinado domínio de coerência.
Os dados são organizados por uma comunidade de observadores, que possuem em comum a maneira de organizar. Cada comunidade organiza os dados de um mesmo assunto de maneiras distintas, devido à forma de observação, de conhecimento, de cultura. Os observadores que compartilham uma determinada maneira não necessariamente compartilham o mesmo momento histórico, e defendem o mesmo domínio de coerência, por isso os paradigmas tornam tradições.
O processo de produção do conhecimento não parte do zero, já que todo conhecimento, inclusive o científico, é composto por duas partes, racional e irracional. A parte racional, corresponde ás exterioridades do conhecimento: as técnicas, a metodologia, as teorias, os autores. A parte irracional, corresponde a dogmas, crenças, idéias fixas. Quando um pesquisador escolhe um tema, esse já possui um caminho traçado pelas características do paradigma já adotado ao determinado tema, sendo assim o pesquisador ficando limitado a ver aquilo que o seu paradigma permite ver. Porém os paradigmas não são estáticos e sim dinâmicos, há sempre uma margem de mudança que permite que os paradigmas vivam processos de reajustes, devido à evolução dos tempos, mudanças de conceitos, acontecimentos históricos.
Os paradigmas são entendidos de maneiras distintas por homens e mulheres comuns e por cientistas, as pessoas do senso comum apenas vivem o paradigma sem entender e manter a sua essência, já os cientistas tentam manter claro quais são as premissas, os valores, os dogmas, os princípios que estruturam seu olhar sobre o fenômeno que está observando. Saber sobre a ciência que pratica, permite o cientista transitar com liberdade entre eles, criticar uns e assumir outros, combater uns e defender outros, e inclusive, misturar, quando necessário, elementos de diversos paradigmas.
Um mapa paradigmático é formado por tradições de pensamentos, o monismo, dualismo e o pluralismo, que estão na base de diferentes paradigmas na ciência. O monismo é uma forma de ver o mundo como uma unidade que não aceita a distinção entre fenômeno e essência, já o dualismo é uma base de polaridades que se opõem, e o pluralismo emerge múltiplas possibilidades de leitura de mundo, criando um mosaico fluido de configurações.
O físico e historiador da ciência Fritjof Capra, apresenta em seu livro O Ponto de Mutação, outro exemplo de mapa paradigmático, onde divide a Ciência Moderna em dois grandes paradigmas: o mecanicista e o sistêmico. O paradigma mecanicista utiliza como base a visão de mundo de René Descartes. A visão mecanicista adota a idéia que o mundo natural é regido deterministicamente por leis matemáticas em contraposição ao mundo humano, onde há o livre arbítrio, privilegiando a individualidade, a luta, a competição, com esse conceito transformou o mundo medieval no mundo moderno de hoje, as tecnologias aplicadas a todos os assuntos da modernidade é fundamentada nas descobertas da ciência mecanicista.
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