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Paidéia platônica – A república e a formação do rei filósofo

Por:   •  25/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.679 Palavras (7 Páginas)  •  355 Visualizações

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[pic 1]Universidade do Estado do Pará

Centro de Ciências Sociais e Educação

Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia 2015

Paidéia platônica – A república e a formação do rei filósofo

Moju

2015

INTRODUÇÃO

Paidéia era o processo de educação em sua forma verdadeira, a forma natural e genuinamente humana na Grécia antiga. Sendo este um termo do grego antigo, empregado para sintetizar a noção de educação na sociedade grega clássica. Inicialmente, a palavra (derivada de paidos (pedós) - criança) significava simplesmente criação dos meninos, ou seja, referia-se à educação familiar, os bons modos e princípios morais.

A formação manifesta-se na forma absoluta do homem, no comportamento e conduta exterior e na sua atitude interna. Da educação, nesse sentido, distingue-se a formação do homem por meio da criação de um tipo ideal. Esta formação não é possível sem antes proporcionar ao espirito uma imagem do homem tal como ele deve ser. Assim a presente obra vem expor as ideias platônicas sobre vários assuntos como uma forma de criar uma Cidade-Estado ideal em resposta aos defeitos da democracia ateniense.

DESNVOLVIMENTO

A educação da mulher e da criança

O lema da exclusão de toda a propriedade individual, incluindo a da mulher, combinado com o principio da seleção da raça leva à exigência da comunidade de mulheres e de filhos para os guardiões. Platão levanta o problema da educação das futuras esposas dos guardiões. Estas devem contribuir para a função de guardiões. Platão acredita na capacidade da mulher de cooperar na vida da comunidade. Não partilha a opinião dominante no seu país, segundo a qual a mulher é destinada exclusivamente a conceber e a criar filhos e a governar a casa.

 Ele reconhece que a mulher é mais fraca do que o homem, mas não crê que seja obstáculo para ela participar nas funções e nos deveres de guardiões. E se participar da profissão do homem, precisa da alimentação e da mesma cultura. Por conseguinte, a mulher da classe dominante devera ser educada na musica e na ginastica, tal como o homem, e como ele se devera formar para guerra.

Mas esta intrusão da mulher não estará em contradição como principio de que, num Estado construído organicamente a justiça consiste em cada um cumpri a função que lhe é distribuída pela natureza? Segundo este principio, indivíduos de constituição diferente não deviam desempenhar as mesmas funções. É certo que a diferença entre o homem e a mulher tem profundidade vital, mas apenas disso podem ambos possuir as mesmas aptidões para o desempenho de uma profissão.

As realizações do homem apresentam certa superioridade sobre as da mulher dentro da mesma especialidade, mas se a mulher é capaz de fazer grandes coisas em matéria de medicina ou de musica, por que não as faria também na ginastica ou no manejo das armas? Portanto é o atual estado das coisas, que a impede de desenvolver os dons que lhe foram concedidos. A aplicação deste programa á natureza feminina não só é possível, mas é conveniente, uma vez que este tipo de educação fortalece a unidade do estado, ao estabelecer a cultura do homem e a da mulher.

Seleção racial e educação dos melhores

Platão define o Estado ideal como governo dos melhores. Mas o conceito de os melhores não se pode definir, enquanto não se explicitar o principio da seleção, isto é, o tipo de educação que se dará ao reduzido grupo de guardiões chamados a governar. E no que se refere à educação da mulher esta se encontra já apta a cumprir a sua missão de mãe da geração vindoura, depois de ter completado a sua cultura ginástica e musical.

É oportuno expor preceitos relativos a relações entre os sexos e a procriação. Preceitos estes que se enquadram bem neste lugar, não só por motivos cronológicos porque é natural que esta premissa, condicionada a educação dos guardiões ligue-se ao estudo da educação da mulher. Referimo-nos já à seleção racial da classe chamada a governar.

É na melhor educação que se deve basear o governo dos melhores; esta por sua vez, exige as melhores aptidões naturais. Platão aceita este mesmo principio, mas sob a forma de que os melhores só pelos melhores podem ser gerados, e que para se assegurar a pureza da seleção requer-se um regime especial de procriação, sob o controle do Estado, onde é vedado contrair uniões que a autoridade competente não aprove. Pois nem o sentimento pessoal nem à vontade intervêm na escolha da esposa.

Platão deixa que as autoridades usem a fraude e o engano a fim de unirem, para bem da comunidade, os melhores homens com as melhores mulheres. O numero de uniões depende do numero de homens de que o Estado precisa. Para Platão o Estado perfeito prospera melhor em condições fáceis de avaliar do que com uma massa humana difusamente misturada, e por isso esta norma limita o numero de nascimentos. Pois a intenção não é aumentar a quantidade de cidadãos mais sim melhorar a sua qualidade que a politica racial aspira. E por esta razão se restringe a uma idade determinada de procriar.

Numa parte da cidade, instalar-se lugares para criar as crianças de peito saudáveis, a cargo de mulheres especialmente destinadas a isso. As mães só terão acesso para amamentá-las, sem conhecer os próprios filhos, pois deverão querer a todos por igual. De certo modo, pretendia unir o Estado como se fosse uma grande família, em que todos os pais se sentissem pais e educadores de todos os filhos, e estes guardassem para com os adultos o mesmo respeito como se fossem seus pais e educadores. Um Estado assim seria o melhor dos estados, por ser mais unido, aquele em que maior quantidade de pessoas entendia por seu.

O Estado ideal que Platão imagina e a cidade-estado. Neste critério coincide com a realidade da vida politica, tal como desenvolvera ao longo da historia da Grécia. Vez ou outra classifica de cidade grega o seu Estado. Não é o maior material étnico que infunde valor à comunidade de Platão, mas a perfeição. Esta se baseia na completa unidade do novo Estado e suas partes. E é a partir disto que se tem que compreender o seu caráter como cidade-estado.

A educação militar dos guardiões constitui uma decepção para o moderno soldado. Este elimina da educação militar tudo o que é técnico e concentra no que é a Paidéia. O que ele se propõe é fazer, dos homens e mulheres do escalão dos guardiões, guerreiros autênticos. Tem, por isso, de começar cedo, quando a alma humana é ainda facilmente moldável. Devem eles ser iniciados na guerra logo desde a infância. Sendo que os filhos dos guardiões não podem receber uma educação pior do que a dos pais.

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