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Pensamento Filosófico De René Descartes

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Por:   •  4/5/2014  •  3.456 Palavras (14 Páginas)  •  527 Visualizações

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RENÉ DESCARTES

René Descartes, nascido em 1596 em La Haye (cidade dos Países-Baixos-),morrendo a 9 de fevereiro de 1650. Desde 1662 a Igreja Católica Romana, à qual ele parece ter-se submetido sempre e com humildade, colocará todas as suas obras no Index (Livros Proíbidos).

DESCARTES

→ Fundador da filosofia moderna, dá importância á teoria do conhecimento ou gnosiologia.

→ Procura construir um sistema científico de bases ou princípios firmes e indubitáveis.

→ Filósofo tipicamente racionalista, inspirou-se no modelo matemático.

→ Defendia que a ciência se devia basear em princípios metafísicos a partir dos quais todos os restantes conhecimentos seriam deduzidos com rigor e ordem.

→ O objetivo fundamental do pensamento de Descartes é a reforma profunda do conhecimento humano, uma vez que, na sua época, havia falta de confiança na razão e dependência desta em relação à experiência.

→ Descartes pretende aplicar o modelo matemático a domínios como a metafísica e a física.

→ Atitude de Descartes em relação ao saber tradicional: O conjunto dos conhecimentos, que constituem o sistema do saber ou o edifício científico tradicional, está assente em bases frágeis.

→ Esse edifício científico é constituído por conhecimentos que não estão devidamente ordenados.

→ O saber tradicional padece de dois defeitos: a falta de organização ou sistematização e a falta de solidez das bases em que assenta.

→ Descartes, considera que os fundamentos do sistema dito científico não são verdadeiros e que, embora haja conhecimentos verdadeiros nesse sistema, eles não estão colocados por ordem, não foram descobertos de uma forma ordenada ou racional. A fundamentação do saber e a sua ordenação são as duas exigências essenciais da crítica cartesiana ao saber do seu tempo.

→ Para constituir a ciência em bases firmes é necessário partir de um princípio que cumprirá duas exigências, sem as quais será eu pseudo-princípio: Deve ser de tal modo evidente (claro e distinto) que o pensamento não possa dele duvidar. Dele dependerá o conhecimento do resto, de modo que nada pode ser conhecido sem ele, mas não reciprocamente.

DÚVIDA COMO INSTRUMENTO DA PROCURA DA VERDADE

→ Descartes elaborou um conjunto de regras que o orientassem na procura da verdade, constituindo essas 4 regras o seu método.

→ A 1ª regra é a regra da evidência, que nos diz para não aceitarmos como verdadeiro aquilo que não for absolutamente indubitável: é verdadeiro o que resiste a toda e qualquer dúvida.

→ A dúvida é catártica ou purificadora, porque quer libertar a razão dos falsos princípios, quer evitar que se considerem princípios do saber conhecimentos que não merecem esse nome.

→ Um edifício com um fundamento absolutamente verdadeiro tem de passar pela prova rigorosa da dúvida. A prova da dúvida é tão rigorosa que esta assume um aspecto hiperbólico, excessivo.

→ O carácter hiperbólico da dúvida significa que vamos duvidar: o Considerando como absolutamente falso o que for minimamente duvidoso; o Considerando como sempre enganador aquilo que alguma vez nos enganar.

OS NÍVEIS DE APLICAÇÃO DA DÚVIDA

→ 1º Nível – Dúvida em relação aos sentidos. A dúvida vai aplicar-se em primeiro lugar às informações dos sentidos e como estes nos enganam algumas vezes, ao aplicar o princípio hiperbólico da dúvida concluímos que: se devemos considerar como sempre enganador aquilo que nos engana algumas vezes, então os sentidos não merecem qualquer confiança. Assim, Descartes, rejeita um dos fundamentos principais do saber tradicional: a crença em que o conhecimento começa com a experiência, com as informações dos sentidos.

→ 2º Nível – Dúvida dos objetos. Descartes vai pôr em causa outro dos fundamentos essenciais do saber tradicional: a convicção ou crença imediata na existência das realidades física ou sensíveis. Descartes considera que se não existe uma maneira clara de diferenciar o sonho da realidade, então podemos desconfiar de que os acontecimentos e as coisas que julgamos reais não são mais do que figurantes de um sonho.

→ 3º Nível – Dúvida do conhecimento matemático. O fato de Deus ser onipotente e de nos ter criado leva-nos a suspeitar de que Deus, ao criar o nosso entendimento, ao “depositar” nele as “verdades” matemáticas, pode tê-lo criado “virado do avesso” sem

disso nos informar. Ou seja, o nosso entendimento pode estar radicalmente pervertido, tomando como verdadeiro o que é falso e vice-versa.

RESULTADO DA APLICAÇÃO DA DÚVIDA: ACABA POR NOS CONDUZIR À PRIMEIRA E ABSOLUTA VERDADE, AO PRIMEIRO PRINCÍPIO DO SISTEMA DO SABER

→ Como resultado da aplicação da dúvida, pôs-se em causa toda a dimensão dos objetos, quer sensíveis quer inteligíveis. Foi tudo posto em causa, ou seja, reina o cepticismo: tudo é falso, nada é verdadeiro, isto é, nada resiste à dúvida. Contudo, quando a dúvida atinge o seu ponto máximo, uma verdade indubitável vai impor-se.

→ A dúvida é um ato do pensamento que só é possível se existir um sujeito que o realize. A condição de possibilidade do ato de duvidar é a existência do sujeito que pensa, ou seja, duvidar é um ato que tem de ser exercido por alguém. Logo, a existência do sujeito que duvida é uma verdade indubitável: “Penso, logo existo.”, ou seja, eu duvido de tudo, mas não posso duvidar da minha existência como sujeito que, neste momento, duvida de tudo. “Duvido, logo existo.”

→ Esta verdade, “Eu penso, logo existo”, vai ser o critério ou o modelo de toda e qualquer verdade ou evidência posterior.

→ O “cogito” é a primeira verdade. O sujeito sabe que existe como condição de possibilidade radical do ato de duvidar e isso é verdade porque vê muito clara e distintamente que é impossível falar do ato de duvidar sem supor como sua possibilidade a existência de um sujeito que duvida.

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