Plutarco sobre a tagarelice e outros textos

Plutarco sobre a tagarelice e outros textos

Em seu livro Plutarco realiza de forma direta um elogio ao silêncio e uma critica ao falar desmedido, sem pensar antes. E as consequências isso pode chegar. Ele ressalta também a incapacidade que temos de ouvir. Através de uma leitura simples ele nos faz refletir sobre os nossos atos, e sobre a nossa necessidade abusiva de falar sempre. E o fato que sentimos incomodados com o silencio a tal ponto que vamos preenchendo os nossos dias com discursos fácil e descartável inspirado pela linguagem instantânea do jornal, das novelas, dos preços, da vida dos outros. Comunicamo-nos de modo tão automático que pouco importa ou damos o valor necessário ao que realmente ouvimos e dizemos. Várias vezes antes de ouvirmos até o fim já estamos elaborando a resposta.

Sendo assim ele nos mostra como é difícil o ato de ouvir, bem como é difícil achar uma “cura” para a tagarelice. “É delicado e difícil para a filosofia empreender a cura da tagarelice. Pois seu remédio, a palavra, é feito para aqueles que ouvem, e os tagarelas não ouvem ninguém, já que estão sempre falando. Eis o primeiro mal contido na incapacidade de se calar: a incapacidade de ouvir. É uma surdez voluntária, de homens que, suponho, censuram a natureza o fato de terem apenas uma língua, embora tenha duas orelhas” Plutarco.

Outro problema é que a também a tagarelice interior que causa muito sofrimento e desgaste psicológico a pessoa que fica nesta condição, pois lhe tira muita energia e acompanha-a todo o tempo. Além disso, pode trazer problemas na esfera dos relacionamentos sociais também. Uma pessoa que alimenta essa tagarelice.

Por exemplo: Suponhamos que trabalhamos em uma empresa e que, fazendo uma tarefa qualquer, cometemos um determinado erro. Então nosso patrão nos chama a sua sala e nos repreende educadamente pelo erro.

Isso já pode ser o suficiente para em nosso interior estarmos esfolando vivo a esse homem, humilhando-o e dizendo-lhe horrores, ainda que ao ouvir sua repreensão, exteriormente, apenas nos desculpamos pelo erro e saímos calmamente de sua sala. Necessitamos aprender a ver do ponto de vista alheio, assim como saber nos colocar no lugar das outras pessoas.

No exemplo que foi dado, analisando o caso do ponto de vista do patrão, ele agiu corretamente, pois sua função é justamente coordenar os trabalhos na sua empresa.

Além disso, se nos colocarmos em seu lugar provavelmente faríamos a mesma coisa, uma vez que o patrão assim como nós, tem suas responsabilidades e precisa cumpri-las também.

Sendo assim independente da forma de tagarelice a dica é pense antes de falar, e se coloque na posição do outro.

Sem dúvida é um livro muito gostoso de ler.