Prescreativo: vida e trabalho
Trabalho acadêmico: Prescreativo: vida e trabalho. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: fernando2015 • 21/2/2015 • Trabalho acadêmico • 2.122 Palavras (9 Páginas) • 288 Visualizações
Os pré-socráticos: Vida e Obra
1 – Introdução
No final do século VII a.C. e durante o século VI a.C., período arcaico da antiga Grécia, surgem os primeiros filósofos, que seriam conhecidos por pré-socráticos, embora se tenha notícia de que alguns deles chegaram a viver concomitantemente à Sócrates, ou até posteriormente a ele.
Chamados com propriedade de "os pais da filosofia", os primeiros filósofos gregos foram os responsáveis pela passagem do pensamento mítico para o pensamento crítico racional e filosófico, o que ficou conhecido como o "milagre grego" e que alcançou maturidade nas obras de Platão e Aristóteles.
À esta nova forma de pensar, os gregos deram o nome Filosofia (filo – amizade, sofia – sabedoria).
O primeiro filósofo de que se tem notícia foi Tales (ou Thales) de Mileto e a ele se seguiram diversos, até o surgimento de Sócrates, quando então os historiadores e filósofos estabelecem um novo período filosófico.
Na verdade, chamá-los de pré-socráticos pode ser considerado um desrespeito, tanto e tão diversas foram as suas teorias, cabendo com certeza a cada um deles um espaço único na história da filosofia.
Considerando, no entanto, que a ampla maioria dos historiadores da filosofia os incluem em um só grupo (embora de escolas diferentes, como veremos adiante), não fugiremos ao tratamento destinado e os chamaremos neste curto trabalho de pré-socráticos, sempre que quisermos tratá-los como um todo.
Uma justificativa para o tratamento coletivo destes filósofos é a de que, infelizmente, todos os seus tratados se perderam, e tudo o que temos acerca das idéias e vida dos filósofos pré-socráticos são pequenos trechos e fragmentos de suas obras, que chegaram até nós principalmente por meio de Platão e Aristóteles.
Não temos, por exemplo, como saber se os tratados receberam títulos, embora tradicionalmente tenham recebido o nome Peri Physeos, isto é, "Sobre a Natureza" por historiadores e filósofos posteriores.
Como já informado, os filósofos pré-socráticos viveram no período arcaico da Grécia antiga, que vai do fim do século VII a.C. até o início do século V a.C.
Para situarmos o leitor, é importante mencionarmos também os demais períodos atribuídos a história da filosofia grega:
- Período homérico - 1200 a.C. à 800 a.C.. Recebeu este nome pois é desta época que foram narradas por Homero as aventuras dos gregos na Ilíada e na Odisséia.
- Período clássico – século V a.C. ao século IV a.C. Neste período teriam vivido Sócrates, Platão e Aristóteles.
- Período helenístico – quando a Grécia perde sua independência para a Macedônia e, depois, para Roma.
2 – As Escolas
Os historiadores apontam 4 (quatro) principais escolas pré-socráticas, que foram assim divididas em razão da phýsis da cada filósofo, ou seja "a fonte originária de todas as coisas, a força que as faz nascer, brotar, desenvolver-se, renovar-se incessantemente; é a realidade primeira e última, subjacente a todas as coisas de nossa experiência. É o que é primário, fundamental e permanente, em oposição ao que é segundo, derivado e transitório. É a manifestação visível da arkhé, o modo como esta se faz percebida e pensada"[1].
São elas:
1) Escola Jônica, cujos principais representantes são Tales de Mileto, Anaximandro de Mileto, Anaxímenes de Mileto e Heráclito de Éfeso;
2) Escola Pitágorica ou Itálica, cujos representantes são Pitágoras de Samos, Alcmeão de Crotona, Filolau de Crotona e Árquitas de Tarento;
3) Escola Eleata, cujos representantes são Xenófanes de Colotão, Parmênides de Eléia, Zenão de Eléia e Melisso de Samos;
4) Escola Atomista, cujos principais representantes são Leucipo de Abdera e Demócrito de Abdera.
Estudaremos a seguir detalhadamente cada uma destas escolas, por meio do pensamento e teoria de seus principais membros.
3 – Tales de Mileto
Tales nasceu na Jônia, na Ásia Menor, por volta de 625/4 a.C. Sua akmé (florescimento filosófico) se deu por volta do ano 585 a.C. Morreu aproximadamente em 558 a.C.
É, possivelmente, o primeiro filósofo grego, investigador das coisas da natureza como um todo. De suas idéias pouco se conhece, já que não se sabe se escreveu algo e não existem fragmentos de seus estudos. Tudo o que sabemos sobre ele provém do que nos foi transmitido pelos doxógrafos.
Segundo o historiador Heródoto, Tales foi um dos Sete Sábios da Grécia arcaica. Sua filosofia nos foi passada principalmente por Aristóteles, Teofrasto e Simplício.
Tales, ao que consta, foi político, engenheiro e comerciante. Foi ele que primeiro estudou as cheias do Rio Nilo, desfazendo os mitos que as narravam. Fez ainda algumas descobertas astronômicas e matemáticas, razão pela qual Aristóteles o consagra como fundador da teoria cosmológica.
A phýsis de Tales é a água, que, para ele, era o princípio de todo o Universo. A água é o principio do devir, isto é, da mudança e do movimento.
Segundo Marilena Chauí, "Tales considera que as coisas são viventes ou animadas e por isso se transformam e se conservam. A água faz todas as coisas e é a matéria e a alma de todas elas".[2]
Tales chegou a afirmar, segundo nos relata Aristóteles, que a água está sob a terra, levado a esta conclusão por ver que o alimento é úmido, e que o próprio quente da água procede e dela vive.
4 – Anaximandro de Mileto
Anaximandro foi um sucessor de Tales. Nasceu por volta de 610 a.C. e morreu aproximadamente em 547 a.C. e de sua vida praticamente nada se sabe. Foi geógrafo, matemático, astrônomo e político. Relatos nos dão conta de que escreveu um livro, posteriormente chamado "Sobre a natureza".
Atribui-se a Anaximandro a confecção de um Mapa-Mundi com o mundo então conhecido. Ampliando a visão de Tales, foi o primeiro a formular o conceito de uma lei universal presidindo o processo cósmico total.
Para Anaximandro, a phýsis não é a água ou qualquer outro elemento, mas o apeíron, isto é, alguma natureza diferente, ilimitada e infinita, de onde vêm os céus e os mundos neles contidos.
Anaximandro foi o primeiro a usar a palavra princípio, que é o elemento
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