Realismo Aristotelico
Trabalho Universitário: Realismo Aristotelico. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Gabriel222555 • 23/7/2014 • 1.469 Palavras (6 Páginas) • 840 Visualizações
O Realismo Aristotélico Representa na Grécia antiga, uma reação ao discurso dos sofistas e uma tentativa de superação da oposição dos pensamentos de Parmênides (negava a realidade do movimento e da mudança) e Heráclito (toda permanência e estabilidade resultam de precário equilíbrio entre forças opostas). Aristóteles afirma que é possível conhecer o que é real concreto e mutável por meio de definições e conceitos que permanecem inalterados, estabelecendo previamente o que importa ser conhecido a cerca do ser.Considera o Universo como um todo ordenado segundo leis constantes e imutáveis, que rege fenômenos da natureza de ordem política, moral ou estética, antecedendo, as diversas ciências que se interessam por determinados aspectos do ser.
O realismo Aristotélico
2. Aristóteles e sua Época
Aristóteles nasceu em Estagira, em 384. Aos 18 anos vai para Atenas e se torna discípulo de Platão, em 343 é chamado à Macedônia para ser preceptor de Alexandre o Grande.
Em 335 volta à Atenas e funda o Liceu (a quase totalidade de suas obras destinadas à difusão de suas idéias), que foi perdida, restando apenas àquelas destinadas ao uso restrito dos cursos do liceu
Depois da morte de Alexandre ele é obrigado a se retirar de Atenas para Calcídia, onde morre em 322.
Aristóteles é contemporâneo do período da decadência ateniense e da invasão macedônica. O pensamento aristotélico representa em muitos aspectos uma relação a esse estado de coisas.
3.Critica a Platão
Embora permaneça fiel a seu mestre em muitos e importantes aspectos de sua filosofia, Aristóteles, desde sua mocidade, rejeita a Teoria das Idéias, alegando que ela não explica o movimento dos entes materiais, ordenado e harmonioso, e cria mais dificuldades do que resolve.
“ De um modo geral, enquanto o objeto da sabedoria é a procura da causa dos fenômenos, é precisamente isso que é deixado de lado (pois não se diz nada a respeito da causa de onde vem o princípio da mudança) e, ao pensar explicar a substância. Mas, quando se trata de explicar como essas ultimas são a substância das primeiras, são utilizadas palavras vazias: pois participar, como dissemos acima, nada significa.”
(Metafísica)
4. A origem da filosofia
Para Aristóteles, a filosofia implica o abandono do senso comum e o despertar da consciência crítica que tem uma função libertadora para o homem. O abandono do senso comum se dá em virtude do espanto (pathos), e este é a origem do filosofar.
“Foi, com efeito, o espanto que levou, como hoje, os primeiros pensadores à especulação filosófica. No início seu espanto dizia respeito às dificuldades que se apresentavam em primeiro lugar ao espírito; depois, avançando pouco a pouco, estenderam sua exploração aos fenômenos mais importantes, tais como os fenômenos da Lua, os do Sol e das estrelas, e enfim à gênese do Universo.”
“Esta ciência é também a única entre as demais que seja uma disciplina liberal, uma vez que só ela é pra si mesma o seu próprio fim.”
(Metafísica)
5. O principio de identidade
Como ciência (episteme), a filosofia distingui-se da opinião (doxa). A garantia de um saber verdadeiro está na possibilidade de sua demonstração a partir de um outro conhecimento já demonstrado como verdadeiro. A filosofia encontra no princípio da não-Contradição sua verdade axiomática fundamental.
“ O homem que tenha o conhecimento mais perfeito, em qualquer gênero que seja, deve ser aquele que está mais apto a enunciar os princípios mais firmes do objeto em questão. Por conseguinte, aquele que conhece os seres enquanto seres deve ser capaz de estabelecer os princípios mais firmes de todos os seres. Ora, este é o filósofo [...] “
(Metafísica)
6. As causas do ser
A Filosofia, enquanto ciência do Ser deve ser capaz de enunciar as causas do mesmo, uma vez que só conhecemos verdadeiramente alguma coisa quando conhecemos seu porquê. Aristóteles enuncia, não uma, mas quatro causas ou razões em vista das quais se pode dizer que um ser é. São elas:
a) a causa material: a matéria de que alguma coisa é feita e que, por si mesma, não possui nenhuma determinação, sendo pura disponibilidade.
b) A forma ou quididade: isto que o ser é, ou ainda o conjunto de determinações que permitem identificá-lo ou defini-lo;
c) O motor: o princípio do movimento ou causa eficiente. Aquele que dá origem ao processo de constituição do ser;
d) O fim a que se destina, e que coincide sempre com a própria perfeição do ser.
7. O ser como substância
Por diversas vezes em sua Metafísica, Aristóteles afirma que o Ser pode ser dito em diferentes sentidos: o primeiro, o mais fundamental é a substância, pode ser simples ou composta. A ciência do Ser é, a ciência do ser imóvel e perfeito, substância absolutamente simples –Deus- e, ao mesmo tempo, ciência dos entes compostos, os entes da natureza, que estão em permanente movimento. Enquanto ciência do Ser, a Filosofia é uma ciência da substância. A substância é o indivíduo uno em si mesmo.
Também se poderia perguntar se o passear, o sentir-se bem, o estar sentado são ou não são seres; e da mesma forma em qualquer outro caso análogo: pois nenhum destes estados tem por si mesmo naturalmente uma existência própria, nem se pode ser separado da substância, mas se há aí algum ser, será antes isto
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