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Realismo Natural Em Aristoteles

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Por:   •  25/3/2015  •  3.922 Palavras (16 Páginas)  •  948 Visualizações

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REALISMO NATURAL DE ARISTÓTELES

Nasceu em Estagira. Platão foi seu mestre e estimava-o muito chamando-o de "o leitor" e "a mente da escola". No entanto, havia diferenças sensíveis entre o pensamento de Platão e o de Aristóteles. Vamos apenas citar três dessas diferenças: a) o pensamento platônico ainda possui raízes nas legiões órficas. Assim, o elemento místico-religioso-escatológico está presente. No pensamento Aristotélico há um abandono total, completo desses elementos. A razão disso certamente é o discurso lógico, isto é, o discurso amparado em regras lógicas. Isso evidentemente deu uma consistência bem maior ao logos (razão); b) em segundo lugar, o pensamento platônico preocupa-se especialmente com as ciências formais, em particular pela matemática (Geometria). O pensamento Aristotélico envolve-se muito mais pelas ciências empíricas, em particular pela biologia; c) em terceiro lugar, o pensamento platônico caracterizou-se fortemente pela ironia e maiêutica socrática, dando dessa forma uma abertura ao discurso e uma busca sem interrupção da resposta ao seu problema central; a conciliação entre o mundo sensível e o mundo inteligível. O pensamento Aristotélico, ao contrário, procura uma sistematização aos problemas. Cada problema possui uma determinada natureza, e, exige a aplicação de um determinado método racional. Assim, temos em Aristóteles, os problemas de natureza metafísica, psicológica, física, ética, política, estética e lógica. O "CORPUS ARISTOTELICUM" está articulado da seguinte maneira: a) obras de lógica: organon - que se compõe: (a.1) Categorias ao predicamentos; (a.2) Interpretação ou sobre os juízos; (a.3) Primeiros analíticos ou sobre o silogismo; (a.4) Segundos analíticos ou Analíticos posteriores ou sobre a demonstração silogística; (a.5) Tópicos ou sobre a demonstração silogística que conduz a uma conclusão provável; (a.6) Refutações sofísticas, incluídos nos tópicos, sobre os silogismos que conduzem ao erro; b.Filosofia Primeira: Metafísica. c. Física; ( c.1 ) Físicos; ( c.2 ) Do céu ou sobre a astronomia; ( c.3 ) Da geração ou da corrupção; ( c.4 ) Meterologia; d. BIOLOGIA; I) TRATADOS MAIORES: De anima ou sobre o vivente em geral; História dos Animais entre outros. II) Tratados menores: Da memória e da reminiscência; Do sono e da vigília; Da respiração; Da vida e da morte; entre outros. e. Ética : Ética de Nicômaco, entre outros.f. Política: Política; Constituição de Atenas; g. Arte: Retórica; Poética; Poesias.

Nessa introdução é importante colocarmos algumas considerações sobre a evolução do pensamento Aristotélico: Em Aristóteles podemos falr de três períodos pertencentes à filosofia primeira: um período que Aristóteles compactua com o DUALISMO PLATÔNICO: ai a filosofia primeira é a ciência que tem por objeto de estudos às substâncias transcendentes e suprasensíveis separadas. Diametralmente oposta está a física que possui como objeto de estudo as substâncias do mundo sensível. Aqui podemos incluir: Metafísica livros XIII 9-10 e XIV. Sobre a filosofia, do céu I - II e Física I - II; Em um segundo período podemos observar em Aristóteles um DUALISMO MITIGADO, isto é, um período de transição. A Filosofia primeira é a ciência dos primeiros princípios e das causas supremas e últimas do Ser em sua totalidade, tanto sensível como suprasensível. Temos como referência o LIVRO I da Metafísica e III, XI 1-2; O terceiro período constitui-se na SUPERAÇÃO DO DUALISMO PLATÔNICO, isto é, o Aristotelismo própriamente dito. A Filosofia primeira define o seu objeto de estudo: o ser enquanto ser, isto é, o estudo dos princípios da razão e do ser. Pertencem à Filosofia primeira à física e à todas as ciências particulares, que estudam propriedades concretas e específicas. Podemos subdividir este período em quatro momentos: (a) Metafísica VI 1 - XI 7; VI 2-4 - XI 8; XI 9-12 (resumo da física); (b) metafísica VII, VIII, XIII 1-9 (sobre a substância); (c) IX 1-9 ( sobre o ato e a potência) ; (d) Metafísica livro XII (sobre a substância como ato puro - Ser transcendente).

De uma maneira geral, a evolução do pensamento aristotélico segue três períodos - segundo F. Nuyens:

1º Período: Dualismo radical entre alma e corpo conforme EUDEMO h 354; Protréptico e Sobre a Filosofia; Física do Céu ( Com exceção do Cap. VIII ); Da geração e Corrupção; Categorias e Tópicos; Meteorologia; 2º Período: Instrumentismo vitalista ou mecanicista: pertencem a esse período obras de biologia e moral, metafísica XIV, XII 1-9, VI 1; Ética a Nicômaco com exceção dos cap V, VII; Política II, III, VII, VIII. 3º Período: Enteleguismo: pertencem a esse período "De anima", Metafísica VII, VIII, XII, IX; Política Iv, V, VI, I.

O problema em Aristóteles

Aristóteles atacou o "Monismo" de Parmênides de que, o que existe é o Ser e que o não-ser não existe; Atacou o "mobilismo" de Heráclito e também o pluralismo idealismo de Platão. Contra Parmênides: "O Ser é uno e se diz de muitas maneiras; contra Heráclito: Os particulares movimentam-se, mas as essências são imutáveis e permanecem através de todas as mudanças e mutações; contra Platão: Não existe uma realidade ontológica para os universais, mas somente uma realidade lógica para os universais. Poderíamos indagar: Como pode que o Ser seja uno e seja dito de muitas maneiras? Como pode ser que as essências permaneçam sem cessar o movimento? Como podemos sustentar a Universalidade apenas pela lógica? É a filosofia primeira de Aristóteles que responde.

A composição hierarquica do Universo, em Aristóteles, passa por três níveis: 1º NÍVEL: O Mundo físico terrestre: Todos os elementos que possuem a matéria primeira e os quatro elementos. São móveis, geráveis, corruptíveis, compostos de matéria e forma (potência e ato). Estão em uma escala hierárquica de organização em ordem de perfeição, levando-se em conta a sua forma. Os elementos materiais são eternos, porém eles SÃO CONTINGENTES (enquanto individuais). Assim temos:

Não-viventes

Princípios (Matéria-Forma)

Elementos (Água-Ar-Fogo-Terra)

Mistos (em número indefinido)

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