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Reflexão filosófica sobre ideologia alemã - Marx

Por:   •  21/11/2016  •  Trabalho acadêmico  •  4.648 Palavras (19 Páginas)  •  399 Visualizações

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Norberto Bobbio

Para Norberto Bobbio ao discutir sobre política, era inevitável a discussão sobre poder. O poder era interpretado em “campos” diferentes, como poder econômico, poder ideológico e político. Mas sempre com a ideia de se obter vantagem ou exercer sua vontade maior, sendo o poder político por exemplo, relação entre governante e governado. O poder político também é entendido por Bobbio como “a posse de instrumentos através dos quais se usa a força”, fazendo com que se pudesse ter poder total sobre um grupo e certo território. Caso a sociedade se encontrasse em estado de emancipação, onde não seria necessário o uso de poder político e da força para a ordem social, essa sociedade não precisaria mais de um Estado.  Para que o poder possa ser exercido ele precisa ser legitimado. Essa legitimação de poder pode ser dada pela tradição, despótico, ou pelo consenso, sendo esse último encontrado na democracia, a atual legitimação de governo. Para Bobbio o poder não poderia ser buscado somente pelo fato de se ter o poder, pois assim, não faria sentido. As finalidades da política são tantas quanto forem os objetivos e metas do grupo. No entanto, é de obrigação do grupo que obtém o poder, detentor da força, estabelecer a ordem pública e defesa da nação contra “inimigos”. Bobbio vai dizer que a política se restringe ao Estado, aquele que promove a ordem social. Ele faz analogia ao Estado como “reino de César” e o não Estado “religião (reino de Deus) e reino das riquezas (economia) ”, sendo essa a separação de Estado e não Estado.

Bobbio aborda a relação política e moral, podendo simplificar as ideias pela compreensão de que política é a razão do Estado e moral é a razão do indivíduo. Sendo assim, a política e a moral muitas vezes podem se encontrar em discórdia sobre aquilo que é ou não proibido. Segundo Bobbio, pode haver “ações morais que são impolíticas (ou apolíticas) e ações políticas que são imorais (ou amorais) ”. Sendo assim a ação política possuí certa autonomia, possuindo razões e justificativas da sua pratica, mesmo não sendo permitido tais ações serem tomadas por indivíduos. Vale ressaltar que para Bobbio no momento que houvesse uma extrema divisão de pensamentos ou uma situação de conflito entre aqueles que compõem a sociedade, essa mesma poderia se elevar ao estado de caos total.

Tucídides - História da Guerra do Peloponeso

Tucídides ao reportar o discurso de Péricles deixa claro de diversas maneiras deixa claro a honra que é viver e ser cidadão de Atenas, e o quanto essa cidade deveria servir de modelo não só para a época, mas para pessoas de épocas futuras. Com um sistema baseado na democracia, onde todos os cidadãos são iguais perante a lei (isonomia), recebendo a preferência da vida pública aquele homem que de alguma maneira se diferencia das relações privadas. A liberdade é o princípio da vida privada. O respeito que eles possuem as leis, era tão grande, que fazia com que não se preocupassem com a vida privada do vizinho, pois cada um vive do seu modo. Sendo assim, diante dessa liberdade para com a vida privada e o máximo respeito às leis, todos os cidadãos deveriam estar cientes dos assuntos públicos, e os que não o faziam, eram considerados inúteis. Era uma questão “moralmente obrigatória” a participação dos cidadãos em assuntos do Estado.

O autor do discurso a todo momento vangloria os feitos e produtos de sua cidade, cujo fluem em direção a eles mesmos. Se dizia superior a outras cidades no que diz respeito a preparação para a guerra, fazendo uma crítica a Esparta onde jovens são submetidos a treinamentos militares logo cedo (sendo o oposto de Atenas, onde há a liberdade), e a invasões que necessitam de ajuda da força de terceiros para que seja concedida com sucesso. Ele afirmava que o que fazia essa liberdade e consequentemente a cidade prosperar, era a confiança no combate dos cidadãos atenienses, sua bravura e coragem diante dos perigos era uma de suas principais honrarias. Sendo que eles, atenienses, nunca precisaram se atrelar a forças de terceiros para obter a conquista de seus objetivos. Dizia ele “ entre nós, não é desonroso admitir a pobreza; mas o é não tentar evitá-la. ”. Esbanjar a riqueza pelo simples motivo de ego pessoal, era tido como algo repugnante. É possível visualizar esse ponto quando ele diz, “Usamos a riqueza para a ação e não para uma vã exibição em palavras. ”.

 Tucídides ao reproduzir o discurso de Péricles, deixa claro sua gratidão aos homens que decidiram abdicar de seus objetivos pessoais, e resolveram fazer da coragem sua arma mais forte, enfrentando os perigos da batalha, deixando que a esperança lhe oferecesse o caminho do sucesso. É notável a honra que é para os atenienses, o fato desses homens terem morrido em guerra, com a vontade maior de proteger tudo aquilo que fora construído e conquistado até ali, fazendo de sua morte um momento de glória e não de medo. Ele afirma que essa honra é dada em partes, pelo fato desses homens agirem de forma condizente com o modo de vida adotado pelos cidadãos atenienses. O restante do discurso é dedicado para confortar os pais e filhos dos homens que morreram, destacando a importância de não se abater pelos fatos, e mesmo assim, continuar a ter interesse em procriar e defender os ideais da cidade de Atenas.

Platão. A República (Livro VIII)

Neste livro há uma busca por um tipo de organização de governo ideal. Sócrates reconhece que existem cinco formas diferentes de organização de governo, sendo elas estabelecidas pelo resultado de cinco formas diferentes de caráter. No entanto, dentre elas, um tipo seria o ideal. É entendido que esse tipo de organização resultaria uma comunidade de mulheres, uma de filhos e que os melhores filósofos e guerreiros se revelarão soberanos. Após as nomeações, os soldados deveriam ser instalados em casas comunitárias, e receberam da sociedade, como forma de pagamento, o necessário para sua subsistência, tendo em vista que seu dever é zelar pela sua segurança e a segurança de todos. Tendo a proposta de Sócrates como boa, as outras quatro formas eram falhas, sendo observadas e tendo o grau de felicidade, e a relação justo/injusto em cada tipo de organização como mérito de comparação para dizer, se é ou, se não é bom o suficiente esse tipo de organização. A próxima analisa a ser feita, era analisar os homens de cada tipo de governo, sendo comparado ao governo ideal, nomeado “timocracia”, depois a oligarquia, posteriormente a democracia e por fim, tentar considerar a tirania e a alma de quem a pratica. Sócrates percebe que as constituições dependem de que governa, e então ele analisará como e através de que meios, se passa da aristocracia para a timocracia. Sócrates fala sobre a natureza do cidadão timocrático, onde tais homens seriam cobiçosos de riquezas, amantes de honrarias e, na juventude poderia até de desprezar a riqueza, mas com o tempo sua natureza se converteria pela busca da avareza, pois essa é sua natureza. Para a passagem da timocracia para a oligarquia, precisaria da desobediência das próprias leis timocraticas.

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