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Relatório Muito Além Do Jardim

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Por:   •  18/4/2014  •  767 Palavras (4 Páginas)  •  464 Visualizações

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MUITO ALÉM DO JARDIM

Com o rápido desenvolvimento dos meios de comunicação ocorrido principalmente no século XX, as formas de absorção de conhecimento por parte de um indivíduo se alteraram drasticamente. Hoje, a mídia tem grande poder de influência na formação de um cidadão, acabando por enfraquecer estruturas tradicionais como a família, a escola e a igreja. Esse poder da mídia está intimamente ligado ao sistema capitalista, o que tornou a propaganda um dos pilares da economia.

O pensamento do filme “Muito Além do Jardim” diz respeito à mídia e sua influência na sociedade atual. Até que ponto a comunicação de massa é capaz de interferir na vida de alguém? O quanto nós deixamos de ser nós mesmos para nos tornarmos um subproduto de uma sociedade formada em padrões midiáticos? A chamada “indústria cultural” destruiu o homem pensante? Estas são algumas das principais questões apontadas e trabalhadas no filme.

Chance (Peter Sellers),um jardineiro com QI abaixo da normalidade, ingênuo, passa toda a sua vida cuidando de um jardim e vendo televisão, seu único contato com o mundo. Ele nunca entrou em um carro, não sabe ler ou escrever, não tem carteira de identidade, em resumo: não existe oficialmente.

Quando seu patrão morre e ele vai para a rua, acaba tendo que se virar em um mundo só antes vislumbrado através da tela da TV. Ao ser atropelado pelo carro da esposa de um grande empresário, Chance acaba se envolvendo com a elite política norte-americana. Ele não compreende as perguntas que recebe, e suas respostas são baseadas apenas no seu conhecimento de jardinagem. Como Chance é branco, bem vestido e suas escolhas de palavras remontam uma época mais antiga, ele é tido como um grande filósofo e pensador. Aí está o centro do filme. É uma sociedade de aparências e discursos rápidos, pois hoje em dia ninguém possui tempo nem para falar e nem para escutar, bastam algumas frases de efeito.

Durante a “escalada rumo à fama” involuntária de Chance, as situações por ele vividas, vão demonstrando o quanto o reflexo da sociedade, é apresentado de forma distorcida na mídia, principalmente na TV. Uma das seqüências mais importantes neste sentido é aquela em que Chance é questionado sobre que jornais ele lê. Quando o personagem, que é analfabeto responde: “eu não leio jornais”, logo a repórter se recompõe do susto e interpreta sua resposta como uma metáfora dizendo: “Muitos homens não lêem jornal algum, mas apenas um teve coragem de admitir”. Nesse ponto fica clara a criação do mito de herói pela mídia. Invertem-se os dados e dá-se uma nova interpretação para as informações com o intuito de enaltecer algo ou fortalecer uma imagem.

O filme apresenta um presidente dos EUA também fascinado por TV e que guarda em si, muito do que é Chance, em seu interior. O ingênuo e analfabeto jardineiro Chance, que nunca havia posto os pés fora de casa, torna-se uma das maiores celebridades dos EUA. Tudo o que diz soa como verdade, tudo o que faz torna-se exemplo a ser seguido. A mídia o coroa como a um rei, um herói criado numa espécie de pré-Big Brother do final da década de 70. Pode ser visto como uma grande sátira aos meios de comunicação de massa. Na obra, é feita uma crítica à alienação por vezes proporcionada pela TV e ao sempre perverso mundo da política, seja

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