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Resenha Microfisica Do Poder

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Por:   •  23/3/2015  •  1.312 Palavras (6 Páginas)  •  2.274 Visualizações

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A política da saúde no século XVIII.

O autor aborda um assunto relacionado à saúde privada e à saúde coletiva. Sobre o século XVIII, onde a importância com a sobrevivência e o bem-estar da população, não somente de elite, mas também da população sem condições (ou pobres), começou a tomar frente às discussões e preocupações políticas. Foucault deixa bem claro ao leitor que no século anterior (séc. XVII) alguém raramente se preocupava com a comunidade como um todo, mas sim, demonstravam grande atenção à saúde dos mais favorecidos na sociedade. Enquanto que os pobres, assistidos na maioria das vezes somente em caso de extrema urgência, como epidemia, eram considerados (como às vezes ainda são até hoje por algumas pessoas) indigentes.

De acordo com a história pode-se notar que o século XVIII foi um dos mais importantes de toda a história da humanidade. Foi o século da Revolução Industrial. Observando o contexto, é possível afirmar que todo esse cuidado seja somente por precisar produzir mais, contando com trabalhadores saudáveis. “Uma análise da ociosidade – de suas condições e seus efeitos – tende a substituir um tanto global do “pobre”. Análise que na prática tem por objetivo, na melhor das hipóteses, tornar a pobreza útil, fixando-a ao aparelho de produção; e, na pior, aliviar o mais possível peso para o resto da sociedade: como fazer trabalhar os pobres “válidos”, como transformá-los em mão-de-obra útil.

Segundo Foucault, o investimento da saúde foi direcionada para a questão de bem-estar físico, saúde perfeita e longevidade. Começou a trabalhar-se a relação entre pais e filhos, para que as crianças crescessem mais saudáveis e o cuidado da higiene, que sempre foi e sempre será algo que precisará de cuidados humanos. Na questão da higiene, era trabalho dos médicos ensinar uma família cuidados básicos. O médico, então, se torna o grande conselheiro e o grande perito, se não na arte de governar, pelo menos na de observar, corrigir, melhorar o “corpo” social e mantê-lo em um permanente estado de saúde.

Por último, Foucault dá enfoque ao assunto “Hospital”. A sociedade da época começara a se perguntar para que precisavam do hospital; porquê não permaneciam somente sob os cuidados de hospitalização à domicílio, o que seria bem mais seguro e mais tranquilo do que ir ao hospital, onde tem um demanda de pessoas doentes, um local talvez não muito favorável para sua própria saúde. Porém esta ideia de desaparecimento foi apenas uma utopia. Porém ai entram outras complicações: grandes hospitais ou de pequenas dimensões; hospitais fora da cidade ou se deve construir uma multiplicidade de pequenos hospitais nos pontos em que eles possam ser o mais facilmente acessíveis. “O hospital deve funcionar como uma “máquina de curar”. (...) É preciso que nele se articulem o saber médico e a eficácia terapêutica. Surgem, no século XVIII, os hospitais especializados. Por último, o hospital deve servir de estrutura de apoio ao enquadramento permanente da população pelo pessoal médico. O hospital, instrumento terapêutico para aqueles que o habitam, constitui, pelo ensino clínico e pela boa qualidade dos conhecimentos médicos, para a elevação do nível de saúde da população”.

O OLHO DO PODER

Michel Foucault analisou a relação do panóptico com o nascimento do poder instaurado nas prisões, escolas, manicômios e hospitais. Nesse modelo o

olhar teria um papel determinante para o controle e a disciplina dos internos. Foucault também discutiu sobre a questão da ciência e o caráter de verdade que o olhar científico impõe. Na sociedade contemporânea é possível perceber que a predominância do olhar, em detrimento dos demais sentidos, produz resultados significativos e que, nem sempre beneficiam a população de forma mais abrangente. Desde a invenção do panóptico até a propagação das câmeras de monitoramento e as tecnologias da imagem, passando pelo olhar investigativo da ciência, o olhar clínico e o diagnóstico da verdade, até o olhar onipresente e onisciente do Deus cristão que a tudo ver, demonstra que o ver e ser visto tem um poder excepcional na vivência cotidiana; é o oculacentrismo, a centralidade no olhar, que intermedia as relações. O que perpassa esse predomínio do olhar como conhecimento, como verdade e como controle é a questão do poder que se exerce geralmente por transparência e por visibilidade e que atinge a todos, não apenas aqueles sobre os quais o poder se exerce, mas também sobre os que exercem o poder.

A partir de suas pesquisas sobre as origens da medicina clínica, Foucault descobriu o “panópticon” de Jeremy Benthan, escrito no século XVIII; durante esse século foi realizada uma

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