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Resenha NÓS QUE AQUI ESTAMOS POR VÓS ESPERAMOS - MARCELO MASAGÃO (1999)

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Por:   •  16/11/2013  •  1.154 Palavras (5 Páginas)  •  2.412 Visualizações

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NÓS QUE AQUI ESTAMOS POR VÓS ESPERAMOS - MARCELO MASAGÃO (1999)

João Marcos Escano, Yuri Athayde, Igor Vaz, Viktor Silveira e Leonardo Mikitischuk - Turma P1 2013.1 - Professor Gabriel Rached

O documentário, dirigido por Marcelo Masagão em 1999, tem por objetivo retratar o século XX e suas revoluções através da óptica de personagens específicos, locais, idades e realidades sociais diferentes, nas suas pequenas ou grandes revoluções cotidianas e em reflexões sobre suas vidas. Desenrolam-se ao longo dos 72 minutos de filmagem grandes eventos do século passado: O Fordismo, os impactos da Revolução Industrial nas sociedades as quais recentemente haviam aderido a uma economia de mercado, as invenções tecnológicas (telégrafo, a produção mecanizada em série, os automóveis, o metrô), as Grandes Guerras, os nomes mais ilustres (Picasso, Freud) e as conquistas sociais do período (sufrágio universal, as conquistas feministas). Através de imagens das linhas de produção e dos eventos acima citados sob um tema instrumental, Masagão situa o contexto histórico do período. 


Com o desenrolar do vídeo chega a breve história de Alex Anderson, operário da fábrica da Ford, que "morreu de gripe espanhola e nunca teve um Ford T". Um exemplo padrão de trabalhador do início do século XX, o homem tinha uma jornada de trabalho de 72 horas semanais atrelado a um salário de 88 dólares ao mês. Este trabalhador fez parte de um processo revolucionário que baixou o tempo de produção de um veículo de 14 horas para 1 hora e meia, mas que em sua curta vida de 37 anos foi um mero instrumento de uma época que visava o lucro sem limites, não haviam condições dignas de trabalho. Ele jamais pôde atingir o padrão de consumo que seu trabalho construíra. O documentário também mostrou a história do alfaiate francês M. Reisfeldt que numa tentativa desesperada de se igualar ao pássaro e voar, se atira para a morte da Torre Eiffel em 1911, quando um corte leva à explosão da Challenger, em 1986, no momento da queda. Ambas as situações fruto da incessante busca pelo domínio total e irrestrito da natureza, que se prova impossível.

Em seguida aparecem um século da família Jones, com três gerações de soldados, demonstravam sua bravura em guerra matando, contudo foram mortos em combate. Ao mesmo tempo em que buscavam simplesmente satisfazer pequenos desejos individuais e enfrentam reflexões sobre o Estado utilizar de suas vidas como meio de destruição, destruindo-nas por conseguinte. Outros exemplos de pessoas comuns são mostrados, com suas características de personalidade e a brutalidade da frieza com que são tratados pela sociedade, meros peões num tabuleiro de poderes que é capaz de liquidar uma força produtiva por uma discordância ideológica, sem considerar o valor da vida humana, premissa básica do Direito, e da qualidade do serviço que empenhavam.

A força humana é cedida à ordem social em troca da manutenção de um sistema. Podem se comparar também as condições de vida e trabalho dos operários, por exemplo, da fábrica japonesa de TV, ou da Renault, com um maior maquinário, e os garimpeiros brasileiros. Chega a crise de 1929, a crise da superprodução capitalista, superprodução essa que foi parte da vida dos operários retratados no início do filme, utilizados à exaustão pela nova ordem econômica. Uma crise que leva funcionários qualificados e com uma posição econômica privilegiada a recomeçarem suas vidas, invertendo os valores do seu trabalho.

Após a crise de 29, as guerras mundiais são retratadas: famílias se separam quando pais e filhos vão para o front e mães e irmãs se tornam trabalhadoras da indústria bélica, numa cruel ironia. Homens que constroem objetos, máquinas, fatos sociais, acabam por se tornar escravos destes. 
Na metade do longa, aparecem pequenas descrições dos grandes líderes mundiais do século XX, algumas desconstruindo o caráter mítico. Imagens de revoltas populares levam a reflexões sobre a própria sociedade e remetem às manifestações de cunho trabalhista do início do longa, pregando os direitos dos operários ao lazer e descanso, e a melhores condições laborativas. Surgem "déspotas modernos", os ditadores, carismáticos, intervencionistas, radicais e em muitos casos violentos. Suprimem o livre-mercado e formas de oposição a seus governos. Grandes pensadores do século como

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