Resenha do Livro: O que é Realidade
Por: ClaudivanRabelo • 19/6/2018 • Resenha • 3.396 Palavras (14 Páginas) • 374 Visualizações
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UFOPA – UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ
INTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
CIÊNCIAS ECONÔMICAS (PCEDR)
CLAUDIVAN PINHO RABELO
O QUE É REALIDADE
RESENHA
Santarém
2018
CLAUDIVAN PINHO RABELO
O QUE É REALIDADE
RESENHA
Resenha apresentada à disciplina Origem e Evolução do Conhecimento no curso de Ciências Econômicas (Programa de Ciências Econômicas e Desenvolvimento Regional) no intuito de obtenção de nota parcial para a disciplina citada; Universidade Federal do Oeste do Pará; Orientador Professor Doutor Raimundo Valdomiro de Sousa.
Santarém
2018
Referências da Obra
DUARTE JUNIOR, João Francisco. O que é Realidade. Editora Brasiliense: São Paulo, 1994 (Coleção Primeiros Passos).
Credenciais do Autor
João Francisco Duarte Júnior possui graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1975), mestrado em Psicologia Educacional pela Universidade Estadual de Campinas (1981), Doutorado em Filosofia e História da Educação pela Universidade Estadual de Campinas (2000) e Livre-Docência em Fundamentos Teóricos das Artes, também pela Universidade Estadual de Campinas (2011). Atualmente é professor doutor no Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Filosofia da Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: arte-educação, educação do sensível, arte, educação e cultura. Foi Chefe do Departamento de Artes Plásticas do Instituto de Artes da Unicamp (gestão 2002-2003) e Diretor Associado desse Instituto (gestão 2003-2007). Aposentou-se em 2013 e desde então afastou-se das atividades da academia, dedicando-se exclusivamente a escrever. Deixou também de registrar aqui eventuais palestras e trabalhos publicados, dando um basta à "quantofrenia" que assola a universidade e o pensamento acadêmico.[1]
Oque é realidade
No livro o que é realidade o autor vem abordar as diversas formas de realidade, de como é a realidade para cada indivíduo, como a linguagem é importante nesse contexto, de como a realidade é construída e como dar-se-á sua manutenção.
No primeiro capítulo o autor faz alusão a uma gíria brasileira – Cai na Real – essa gíria é usada como forma de apelo para que o interlocutor deixe de sonhar ou de fazer planos mirabolantes ou utópicos e volte a realidade. Nos é dado a palavra Realidade como objeto de estudo, uma palavra que usamos rotineiramente, sem nos perguntarmos o que ela realmente quer dizer. Usamos essa palavra nos mais diferentes contextos e áreas de atuação de forma equivocada. Chamamos de realidade as coisas que consideramos como tal, mas não deveríamos usar tal palavra no singular e sim no plural, realidades. A realidade se dá conforme nossa intensão, pois dependendo do ponto de vista o mundo se revela de diferentes maneiras. Na verdade, realidade é um conceito extremamente complexo que merece reflexões filosóficas aprofundadas. O autor cita que o homem é estruturador do mundo, edificador da realidade. Para firmar seu ponto de vista sobre o que é realidade, ele dá como exemplo um rio, o peixe que ali vive o tem como realidade de uma forma totalmente diferente do pescador que mora em sua margem.
É discutido sobre a realidade que a ciência tem como verdade e um alerta sobre o assunto é lançado: Crer que o cientista detém a chave com que se abrem as portas da realidade última das coisas, é perigoso. A realidade desvendada pela ciência é uma realidade de segunda ordem, pois são conceitos obtidos através de coisas do cotidiano de muitos seres, como o exemplo citado da água, antes de se descobrir que ela é formada por uma molécula de H2O trilhões e trilhões de seres já haviam mantido relação com a água e a tinham como necessária para sobrevivência. A questão da realidade (e da verdade) passa pela compreensão das diferentes maneiras de o homem se relacionar com o mundo. A realidade forjada pela espécie humana em sua existência está radicalmente diferente de todas as outras formas de vida que habitam o planeta, e é diferente para cada um de nós.
No segundo capítulo, com o título bastante sugestivo “No Princípio era a Palavra”, o autor vem abordar como a linguagem influencia na nossa realidade. A diferença de realidade citada no capítulo anterior é dada pela linguagem e pelo significado dado à cada palavra pelos indivíduos. Foi a palavra que deu forma ao mundo que conhecemos, um mundo de significados. Através da palavra o homem pôde desprender-se do seu meio ambiente imediato. O animal está indissoluvelmente ligado ao aqui. Ele faz uma distinção entre mundo e meio ambiente, onde mundo é o que o ser humano tem, as coisas possuem significados e através destes significados podemos nos remeter a qualquer lugar do planeta ou a qualquer coisa que saibamos o que significa. Já o meio ambiente, é onde os animais estão presos, pois não existe significados que podem lhe remeter no tempo e espaço, como o homem, daí a expressão que diz que o animal está preso no aqui e no agora.
Quando se fala em significados podemos perceber a importância de tal para uma pessoa, o suicídio é o exemplo mais brutal de como damos mais valor ao significado do que a questões físicas, por exemplo, uma pessoa que passa por uma tragédia familiar e perde seus pais ou filhos, ou até mesmo passa por uma separação, mesmo essa pessoa estando em perfeito estado físico, social e financeiro ela perde a vontade de viver, pois a vida não faz mais sentido, perdeu o significado. A espécie humana é a única capaz de tirar a própria vida conscientemente, em geral tal situação se dá pelo fato da vida ter perdido o sentido, o significado para quem comete o suicídio. O meio simbólico criado pela linguagem humana é a radical diferença entre o homem e o animal. O ser humano move-se então, num mundo essencialmente simbólico, sendo os símbolos linguísticos os preponderantes básicos na edificação deste mundo, na edificação da realidade.
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