Resenha do texto de KANT: Resposta à Pergunta: O que é esclarecimento?
Por: marianabessa • 2/1/2018 • Resenha • 1.385 Palavras (6 Páginas) • 2.334 Visualizações
Resenha do texto de KANT: Resposta à Pergunta: O que é esclarecimento?
Esclarecimento é um substantivo masculino, sua origem deriva do verbo "esclarecer" que, em sua forma oriunda, ou seja, latina é representado pela junção de "clarus" que tem como significado algo fácil de ver e ouvir e "ex" que significa levar ou trazer para fora. Tais palavras em sua conjunção dão o sentido ao verbo de "trazer a luz" ou "revelar".
Em seguida, é valido ressaltar que a palavra esclarecimento tem de acordo com o dicionário da língua portuguesa diversos conceitos, como: Esclarecimento: Aquilo que explica. Pequeno comentário que se acrescenta ao texto na tentativa de elucidá-lo. Expressão de conhecimento ou cultura. Ademais, na história ela é considerada como um sinônimo da palavra iluminismo.
Sob esse viés, Immanuel Kant (1724-1804), nascido em Königsberg na Prússia Oriental, notável filosofo prussiano do século XVIII, em 1783, publicou em uma revista chamada Berlinische Monatsschrift um texto em que procurou explicar o significado da palavra esclarecimento que em suas palavras é: "[...]a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado" e, nesse sentido, menoridade é "[...]a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo". Diante disso, essa publicação ganhou ao longo da história uma notável importância na filosofia com essa dialética kantiana sobre o esclarecimento.
Por conseguinte, para Kant, o homem chega ao seu esclarecimento quando se livra de seu apego reflexivo e passar a pensar por si mesmo, ou seja, a partir do momento que o homem se torna independente intelectualmente do discurso de outros e passa a refletir com seu próprio pensar. Para ele, tal ato é de bravura, pois o homem "Tem a coragem de fazer uso de seu próprio entendimento".
Além disso, de acordo com o filósofo, o homem em sua menoridade vive de certa forma uma alienada comodidade, pois o saber é entregue "de bandeja", ou seja, sem o mínimo esforço ao indivíduo (Com a finalidade de comprovar essa argumentação ele utiliza diversos exemplos como: "Se possuo um livro que possui entendimento por mim, um diretor espiritual que possui consciência em meu lugar, um médico que decida acerca de meu regime, etc., não preciso eu mesmo esforçar-me"), consequentemente, por ter uma mente desmazelada é abundantemente acessível de ser dominado por outros e é facilmente manipulado por não conseguir construir mecanismos de raciocínio próprio. Neste trecho, Kant é capaz de ratificar esse contexto: "Ele se apegou a ela (Referindo-se para a menoridade), e é então realmente incapaz de se servir de seu entendimento, pois não deixam que ele o experimente jamais".
Diante da situação anterior, é válido ressaltar também que a passível comodidade da menoridade dá para a maioridade uma tonalidade estranha e ameaçadora, tornando-se difícil para o homem desapegar de algo que foi tão enraizado em seu ser. Ele ratifica esse argumento na seguinte frase: "É, portanto, difícil para todo homem tomado individualmente livrar-se dessa minoridade que se tornou uma espécie de segunda natureza". Para Kant, a maioridade é capaz de nos mimar, sendo assim, desvincular-se dela individualmente é uma tarefa árdua de se conquistar.
Outrossim, ele aborda a execução do esclarecimento no âmbito público. Para Kant, fazer o uso público de sua razão é um ato que deve ser livre, pois ele dará importante crescimento na autonomia ao homem e será fundamental na concretização da sua emancipação da menoridade e ajudará, também, outros indivíduos a se autogovernarem.
Em contrapartida, para ele, o uso privado é limitado e deve ir, de certa forma, em um sentindo contrário ao do uso público, pois constitui "[...]um certo posto civil ou uma função da qual somos encarregados", consequentemente serve as demandas da sociedade e deve ser moldado a essas questões para que se mantenha a organização e o progresso social. Nesse viés, observa-se neste trecho por exemplo: "[...]ele pode então raciocinar sem que as tarefas às quais ele está ligado como elemento passivo sejam afetadas." que Kant aprecia tremendamente a racionalização dos indivíduos no campo das ideias, mas ele incentiva, concomitantemente, uma serventia ao estado e as normas sociais.
Sob esse viés, o filósofo põe sua argumentação em prática exemplificando com diversas situações hipotéticas tais como, um oficial que por mais que não concorde com comandos que são dados para ele reconhece que é seu dever obedecer, entretanto, sua obediência não desqualifica, para Kant, sua racionalidade e capacidade de analisar seus superiores. Da mesma forma que um cidadão por mais que tenha diversas críticas a fazer diante da cobrança de impostos do governo ele ainda assim deve contribuir, pois, seu questionamento acerca da conjuntura é importante parte de seu esclarecimento, mas sua participação no bem-estar social a partir da deferência as condutas devem ser atividades indissociáveis.
Adiante disso, vale ressaltar seu foco na análise do uso público e privado dos padres em suas determinadas
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