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SEXTO EMPÍRICO - SEMINÁRIO FILOSÓFICO

Por:   •  14/10/2016  •  Artigo  •  3.452 Palavras (14 Páginas)  •  348 Visualizações

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COMENTÁRIOS SOBRE AS HIPOTIPOSES PIRRÔNICAS

Morais Filho, Bernardo*

  1. RESUMO

Este artigo faz um comentário sobre o texto Hipotiposes Pirrônicas, destacando seus principais conceitos e idéias. Para tanto, primeiramente, é feita uma breve contextualização histórica sobre a vida de Sexto Empírico, autor do texto, e da Grécia no período de sua existência.  Após esta breve contextualização histórica e antes de comentar o texto propriamente dito, é feito apontamentos sobre as características da escola helenística e dos céticos, das quais o autor se enquadrava.

2.  INTRODUÇÃO

O presente artigo é parte de um seminário que será apresentado em sala, o qual se compõe de três partes, a primeira parte é o artigo - síntese da pesquisa realizada, a segunda é a elaboração do material para apresentação em sala de aula e a última a apresentação do seminário.

O tema faz parte do conteúdo da disciplina de Filosofia da Renascença do curso de filosofia da UFMT, ministrada pela professora Cristina, que estuda a influência da escola helenística na filosofia dos renascentistas. O artigo é um comentário, sem pretensão de esgotar o tema, sobre o texto Hipotiposes Pirrônicas de Sexto Empírico, médico e filósofo grego que viveu entre os séculos II e III d.C. na Grécia.

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*Bacharelando de Filosofia – UFMT.

  1. DESENVOLVIMENTO

3.1 Contexto Histórico

As obras conhecidas de Sexto Empírico são as Hipotiposes Pirronicas e Contra os Matemáticos (Adversus Mathematicos). Os primeiros seis livros do Contra os Matemáticos são geralmente conhecidas como Contra os Professores, mas cada livro tem um título tradicional, quais são: Contra os Gramáticos - Livro I; Contra os Retóricos - Livro II; Contra os Geometras - Livro III; Contra os Aritiméticos - Livro IV; Contra os Astrólogos - Livro V; Contra os Musícos - Livro VI; Contra os Lógicos – Livros VII/VIII; Contra os Físicos – Livros IX/X e Contra os Éticos – Livro XI.

Viveu no período em que a Grécia ficou conhecido como Grécia-Romana, que compreende  o período entre a vitória romana sobre os coríntios (Batalha de Corinto em 146 a.C) e a tomada de Bizâncio pelo imperador Constantino (rebatizada de  Constantinopla), em 330 d.C. Nesse período a Grécia ficou sob o jugo dos romanos. Uma das únicas tentativas de libertar-se  ocorreu em 88 a.C quando Atenas e outras cidades rebelarem-se e foram esmagadas pelo general romana Sila.

Além da dominação romana, no segundo e terceiro século, a Grécia foi dividida em províncias e enfrentou diversas invasões solapando ainda mais a indentida  Greca. Podemos inferir que a perda de soberania foi determinante na mudança de eixo da filosofia Greca, deixando de priorizar as virtudes do bom cidadão e passando a pensar na busca da felicidade.

A diminuição do sentimento de soberania e autonomina não foi, no entanto, motivo suficiente para eclipsar a cultura Grega. A Grecia continuou a destacar-se no mundo ocidental e o legado que os historiadores e filosofos dizem ser  grego na Renascença é na verdade um legado da  Grécia-Romana e deriva dessa mescla da cultura helenística original e seu desenvolvimento no período romano.

  1. Escola Helenística

A filosofia helenística compreende o período entre a morte de Alexandre e fim da República Romana. O aparecimento dessa escola ocorreu em uma Grécia diferente da socrática. A Grécia onde surge a Escola Helenística está dominada e não possuía mais o poder de determinar seu destino, as Cidades-Estados usadas como exemplos por Aristóteles em “A Politica” já não existem mais. O pensamento sobre ética, desenvolvido pelos Socráticos e onde a essência era a vida na polis, perde força deixando de ser prioridade para o filósofo Grego desse período.

Muito embora muitos dos filósofos da escola helenística terem sido contemporâneos dos socráticos e por eles influenciados sua filosofia segue caminho diverso.  As correntes que compõem a filosofia helenística compartilham uma oposição intensa à filosofia clássica, platônica e aristotélica, com destaque para as ideias de que ética e física, sobretudo para estóicos e epicuristas que entendiam uma apoiava à outra e, portanto, indivisíveis. Além disso, podemos citar ainda seu forte materialismo e refutação da transcendência.

O ponto central do pensamento dessa escola são as paixões, capazes de conduzir a uma dilaceração da alma e só poderá ser contida pela filosofia, o melhor caminho, a verdadeira terapia da felicidade. Estudam as paixões para reconhecer seus malefícios e buscar expurgá-las, sua grande preocupação é elaborar uma filosofia destinada ao bem viver.

As Escolas Helenísticas são compostas de 5 correntes filosóficas que tem em comum a busca do bem viver, assim: Ceticismo; Epicurismo; Estoicismo; Peripatética e Neopitagorismo. Todas essas correntes influenciaram profundamente a filosofia que surgiu posteriormente.

Esse breve comentário ficará adstrito a corrente Ceticismo, em especial ao Ceticismo Pirrônico.

3.3 Ceticismo

A corrente do ceticismo é dividida em duas escolas filosóficas, a primeira, denominada de Escola Acadêmica, que assume ser impossível chegar à verdade (suspensão de julgamento) e trabalham no universo do provável, a segunda corrente, denominada escola Pirrônica e também entende que a verdade é inalcançável (suspensão de julgamento), no entanto, diferente da Acadêmica, entende que devemos continuar a procurar a verdade.

Apesar de existir um ponto de intersecção entre os dois modos de pensar (impossibilidade de alcançar a verdade) existe divergência entre eles. Enquanto a Escola Acadêmica em suas conclusões utiliza-se da probabilidade os Pirrônicos, por seu turno, privilegiam o caminho percorrido na busca pela verdade. O caminho percorrido na busca, investigação, é fonte de desenvolvemos do conhecimento.

O Ceticismo é um movimento filosófico iniciado por Pirro (365 a.C – 275 a.C), natural de Elis (pequena cidade do Peloponeso), que ao lado de Anaxarco, filósofo seguidor de Demócrito, acompanhou Alexandre Magno na expedição ao Oriente (334 – 324 a.C.). Nessa expedição teve contato com os gimnossofistas, aqueles que alcançam a sabedoria por meio do corpo conhecidos por mestres de ioga, e ficou muito impressionado por suas doutrinas.  Apesar de ser reconhecido como um dos fundadores desta corrente filosófica, além de um poema em homenagem a Alexandre, nada escreveu.

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