Senso Comum

Leia o texto a seguir, do autor Chester Barnard, em “As funções do executivo”, para responder às questões 1 e 2.

O controle, do ponto de vista da eficácia da organização como um todo, nunca é sem importância, e às vezes é de uma importância crítica; mas é em conexão com a eficiência, que em última análise engloba a eficácia, que o ponto de vista do todo é necessariamente dominante. Sob algumas condições simples, em pequenas organizações, isso é uma questão de senso comum – por exemplo, no governo de algumas pequenas cidades ou na administração de alguns pequenos negócios. Mas em geral esse não é o caso. O senso comum do todo não é óbvio e, de fato, em geral não está efetivamente presente. O controle é dominado por um aspecto – o econômico, o político, o religioso, o científico, o tecnológico –, com o resultado de que a eficiência não fica assegurada, e o fracasso advém ou ameaça perpetuamente. Sem dúvida, o desenvolvimento de uma crise, devida ao tratamento desequilibrado de todos os fatores, é a ocasião para a ação corretiva por parte dos executivos que possuem a arte de sentir o todo. Uma concepção do todo formal e ordenada raramente está presente, e talvez seja mesmo raramente possível, com exceção de alguns poucos homens com gênio executivo ou de algumas poucas organizações executivas em que as pessoas são profundamente sensíveis e bem integradas. Mesmo a noção que está aqui em questão parece raramente ser enfatizada, seja em estudos práticos ou científicos.

(Citado a partir de MATTAR, João. Filosofia e Ética na Administração. São Paulo: Saraiva, 2004, p. XIV-XV)

QUESTÃO 1

O que o autor entende por senso comum do todo?

Segundo o autor o senso comum do todo seria o executivo ter a capacidade e a sensibilidade de pensar toda a empresa, ter uma visão geral de todos os departamentos, ter uma equipe integrada. Foca na importância do controle do executivo sobre todas as áreas da organização assegurando a eficiência da empresa, e evitando assim o desequilíbrio em algum setor. E em caso de desenvolvimento de alguma crise, é necessária uma rápida ação corretiva por parte desse executivo, conseqüentemente mantendo o pleno funcionamento da empresa.

QUESTÃO 2

Uma das características do modo filosófico de pensar consiste em que a reflexão filosófica é de conjunto: sempre leva em conta todos os aspectos de um problema ou questão. Relacione essa característica da reflexão filosófica com aquilo que o autor denomina de arte de sentir o todo.

A arte de sentir o todo segundo o autor, é consistente com a reflexão filosófica de conjunto, pois “Sentir o todo” significa justamente a capacidade de administrar tudo, de compreender e conectar as várias peças de uma organização. Se o executivo não for capaz de pensar toda a empresa, e algum setor se desequilibrar e se ele não levar em conta todos os aspectos de um problema para encontrar a solução, a eficiência da empresa não fica assegurada e o fracasso advém ou ameaça perpetuamente.

QUESTÃO 3

O modo como o capitalista explora o trabalhador foi denominado por Marx de mais-valia. Explique o que significa mais-valia e diferencie seus dois tipos: a mais-valia absoluta e a mais-valia relativa.

Mais-valia é o mecanismo com o qual o capitalista explora o trabalho operário para adquirir mais lucro. É a diferença entre o valor da mercadoria produzida e a soma do valor dos meios de produção e do valor do trabalho, que seria a base do lucro no sistema capitalista. É riqueza abstrata, ou seja, o dinheiro como fim em si mesmo.

Mais-valia absoluta significa ampliar, estender a duração da jornada de trabalho aumentando a produção, mas mantendo o salário constante.

Mais-valia relativa significa ampliar a produtividade física do trabalho pela via da mecanização e tecnologia, diminuindo assim o tempo gasto e aumentando a produção.

Ambas buscam o aumento do lucro da empresa, sem aumento de salário do trabalhador.

QUESTÃO 4

Para interpretar o movimento histórico, no qual se insere o capitalismo e o socialismo, Marx utilizou-se do conceito de Materialismo Histórico. Explique em que consiste essa interpretação da História.

O materialismo histórico consiste em uma interpretação da história que leva em conta as mudanças materiais da humanidade e entende todo o desenvolvimento histórico como resultado delas. Marx afirma que essas mudanças históricas são resultado de mudanças nos modos como os seres humanos adquirem seus meios de sobrevivência, isto é, alterando as condições materiais de sua existência.

O materialismo histórico é caracterizado pelo conflito entre